O FBI e a Apple podem estar prestes a entrar em mais uma guerra política em volta da encriptação dos iPhones, desta vez devido ao atirador que matou dezenas de pessoas numa igreja no Texas.
Em 2016, a Apple e o FBI estiveram envolvidos numa acesa guerra pelo desbloqueio do iPhone no caso de terrorismo em S.Bernardino, na qual a Apple não cedeu.
Na terça-feira passada, depois de o FBI ter mostrado dificuldades em desbloquear um smartphone, a Apple mostrou-se pronta a ajudar caso se tratasse de um iPhone.
O FBI respondeu que não precisava da assistência da empresa de Cupertino naquele momento. Ao que depois se veio a apurar, os investigadores nos laboratórios do FBI estavam a tentar descobrir outros métodos para aceder aos dados do iPhone, nomeadamente através do armazenamento no iCloud ou ligando o smartphone a um dispositivo externo. No entanto, perceberam que o processo poderia demorar semanas.
O FBI deveria ter pedido ajuda mais cedo…
As 48 horas que se seguiram ao ataque terrorista no Texas podem ter sido críticas no que toca ao desbloqueio do iPhone do atirador. Novas informações, reportadas pela imprensa internacional, mostram que o FBI pode ter cometido um grande erro ao não pedir ajuda à Apple, mal obteve o iPhone.
Este intervalo de tempo era crucial, isto porque o Touch ID nos iPhones deixa de funcionar se o smartphone permanecer bloqueado mais de 48 horas. Nas horas que se seguiram ao atentado não era evidente se o atirador usava o Touch ID ou não, apesar de mais de 80% dos utilizadores de iPhone usarem.
Caso o FBI tivesse logo aceite a ajuda da Apple, os engenheiros da empresa de Cupertino teriam instruído o FBI a tentar usar o dedo do terrorista morto, caso o iPhone não tivesse sido desligado ou reiniciado. No entanto, não se sabe ao certo se essa técnica funcionaria.
Alguns especialistas dizem que depende do número de horas que já tivessem passado desde que o homem morreu, enquanto que outros afirmam que tal procedimento não seria possível, de todo. Apesar disso, e de acordo com a informação que tem circulado, neste caso resultaria.
Os últimos desenvolvimentos…
Até ao momento, não se sabe se o FBI pediu à Apple para entregar dados relativos à conta iCloud do terrorista, mas se vier a receber um pedido oficial da justiça norte americana, a Apple tem capacidade para fornecer às autoridades dados do iCloud, assim como ferramentas para decifrar tudo. No entanto, tal como aconteceu no início do ano passado com o caso de S.Bernardino, é pouco provável que a Apple o faça.
Se realmente o FBI não conseguir recuperar os dados por conta própria, será que vale a pena voltar a enfrentar a Apple em mais uma batalha política pública?
Ainda assim, desde os últimos confrontos, o Departamento da Justiça norte-americano tem evitado confrontos públicos com a Apple e outras empresas do ramo tecnológico acerca da encriptação de smartphones… será que desta vez a estratégia vai ser outra?