O fenómeno do wrestling chegou a Portugal nos anos 1990’s e, desde essa altura, ganhou inúmeros aficionados. Para capitalizar a fama alcançada ao longo dos anos, foi lançado em 2000 o primeiro jogo profissional de wrestling, o WWE Smackdown. Em 2018 é a vez de WWE 2k19 ver a luz do dia e de fazer as delícias dos fãs de um desporto que muito tem evoluído ao longo dos anos.
Terá a série de jogos acompanhado essa evolução?
Não podemos dizer que WWE 2k19 é um mau jogo porque, na realidade, não é. Mas a evolução da série tem ficado um pouco aquém do esperado, apesar de este jogo parecer ser um pouco mais divertido de se jogar do que alguns jogos de anos anteriores.
Os melhoramentos que nos parecem mais relevantes ocorreram no modo MyCareer. Este modo de jogo estava bastante estagnado e não conseguia oferecer grande emoção ao jogo. Com uma premissa que não sofreu quaisquer alterações – o desafio continua a ser levar o nosso lutador novato desde o anonimato aos grandes palcos do wrestling -, a edição deste ano oferece-nos as vozes reais dos vários lutadores. Este pormenor confere à experiência um realismo acrescido.
Quanto à criação do lutador, temos bastantes opções de personalização, sobretudo relativas ao aspecto visual. Não podemos definir quaisquer traços da sua personalidade, mas podemos moldar tudo o resto.
Mas não são apenas as opções de personalização que existem em grande quantidade. O jogo está cheio de conteúdo e modos de jogo e temos à nossa disponibilidade um conjunto enorme de lutadores, quer masculinos quer femininos.
Infelizmente, a jogabilidade não é a melhor. É frequente estarmos a dominar completamente um combate e, no final, somos derrubados com um simples golpe e já não nos conseguimos levantar.
A mecânica dos combates é relativamente simples: apenas temos de nos defender dos golpes dos adversários e contra-atacar assim que for possível. Mas nada disso interessa se falharmos as sequências de botões que são apresentadas no ecrã. E isto é válido quer para efectuar golpes especiais, quer para nos defendermos ou para nos conseguirmos safar de um K.O..
Uma vez que os nossos oponentes apenas vão ao tapete depois de lhes ser aplicada uma série de golpes especiais, um combate pode ser perdido num abrir e fechar de olhos se falharmos os botões certos na altura certa. Dominar um combate durante 10 ou 15 minutos para, no final, sermos derrotados porque não carregámos num determinado botão acaba por tornar a experiência muito pouco compensadora.
Algo em que reparámos e que acaba por causar alguma estranheza são os movimentos demasiado robotizados, quer dentro quer fora do ringue. Os vários lutadores parecem, não raras vezes, autómatos com movimentos bruscos e com pouca continuidade.
Mas isto até seria desculpável, não fosse dar-se o caso de ser frequente vermos os vários lutadores no ringue a passarem por dentro uns dos outros em vez de colidirem. Este tipo de pormenores acaba por estragar a experiência e levar-nos a refletir sobre até que ponto é que a série não necessitaria de uma renovação completa ou, pelo menos, de uma revisão bastante profunda.
Veredicto:
Tal como foi referido no início desta análise, este não é um mau jogo se formos fãs hard-core de wrestling. A física dos lutadores, assim como a física de alguns objectos, necessita de ser alvo de uma revisão de fundo. As várias opções de personalização existentes assim como o vasto leque de lutadores disponíveis são uma mais-valia para um jogo que, sendo aconselhado para todos os fãs de WWE, se torna dispensável para quem não é apreciador deste tipo de desportos.