Pplware

Análise Urban Empire (PC)

Se vos falar em jogos de gestão de uma cidade, quase garantidamente que o primeiro nome que vos vem à cabeça será SimCity. Acertei?

Pois, mas as coisas estão a mudar aos poucos e poucos. Neste momento, e num passado mais ou menos recente, podemos encontrar vários exemplos de jogos (predominantemente para PC) dedicados à gestão e evolução de grandes metrópoles.

Urban Empires é precisamente um desses títulos acabadinho de chegar aos PC. O Pplware já experimentou e eis o nosso veredicto.

Este não é apenas mais um jogo de construção de cidades do género Sim City ou City Skylines mas sim um jogo em que fazemos a gestão cuidada dos recursos e serviços da cidade perante uma assembleia de deputados.

O jogo começa com a nossa indicação por parte do imperador da Áustria para gerir esta cidade e como tal temos de fazer o nosso melhor para ser bem sucedido. Começamos por escolher de entre quatro famílias e cada uma delas com cinco pessoas que têm a tem a sua própria personalidade e características que à priori influenciam o percurso do jogo devido à sua propensão a ciências e novas invenções que geram emprego, ou que gerem de uma forma mais exacta os investimentos.

A partir daí avançamos para o cenário inicial no inicio da revolução industrial (1820-1840), em que os processos de fabrico deixam de ser artesanais para serem mecanizados por meio de máquinas a vapor (como o comboio).

Ao avançarmos em diversas Eras, cada zona comercial, industrial ou residencial está construída em conformidade com os recursos existentes à altura. Assim sendo a dada altura poderemos querer implementar uma nova zona construída de raiz segundo as novas normas (por exemplo a implementação de iluminação que é de 2ª Era). Tudo isto é bastante simples até aí mas é preciso ter em atenção os moradores já existentes e como tal também é preciso haver dinheiro em cofre para remodelar zonas pré-existentes de modo a não sermos expulso do nosso cargo.

Para isso tudo é preciso que a assembleia aprove as leis que queremos sendo que a principal e a que mantém tudo a funcionar é a lei que rege a quantidade de impostos. Isto é o que determina se os rendimentos superam os gastos e em última análise se irás longe no jogo. Existem na assembleia vários partidos, cada um com a sua orientação política e é sobre eles que iremos responder ou apelar para que consigamos a nossa visão aplicada a esta população.

O tempo do jogo é baseado em factos reais que se prolongam em cerca de 200 anos e cinco eras de avanço tecnológico sendo que cada uma delas também é marcada por outros aspectos sócio-políticos. Ao avançarmos no jogo teremos eventos marcados com uma página de jornal que ocupará o ecrã e que deixarão ver as manchetes que marcam essa década ou eventos aleatórios que de certa forma condicionarão a nossa forma de governar.

Por exemplo a grande depressão de 1929 afectou no seu tempo, e no jogo também te afectará, o número de empregados e a economia de uma forma geral consequentemente o número de impostos recolhidos resultando em última análise numa redução de serviços prestados. E é nestas tomadas de decisões que se testará a nossa moral de decisão e capacidade de gestão pois com menos dinheiro poderemos não conseguir ter um serviço de saneamento básico em determinado distrito que resultaria em menor uso dos serviços hospitalares, que já tem os seus gastos de manutenção. Ao reduzirmos esse serviço de saneamento iremos necessitar de ter atenção que terá de haver também fundos suficientes para esse aumento de afluência às urgências de modo a não seres recebido em alvoroço na próxima vez que voltarmos à assembleia.

Em termos visuais o jogo é bastante limpo e cumpre claramente o seu objectivo. Os menus são bastante intuitivos e expectáveis com base na sua localização. Assim, quando os começamos a conhecer somos bastante rápidos na tomada de decisões e em fazer o jogo avançar. Por outro lado é simplista nas opções que existem em termos de criação de conteúdo e isso vê-se claramente em relação a outros jogos já estabelecidos deste género de RTS (Estratégia em Tempo Real). Se por um lado não é abundante em glitches visuais ou percas de framerate por outro lado não é imersivo em opções diferentes para criação ou pequenos detalhes como os concorrentes possuem que tornam o jogo muito mais imersivo.

Urban Empires é um jogo que dá vontade de voltar a jogar principalmente ao facto de existirem quatro famílias e cada família ter cinco personagens diferentes que torna cada jogo diferente só por si diferente. Existem também uma miríade de eventos aleatórios que tornam a experiência única. Além disso,o facto de possuir DLCs ainda estenderá mais as horas de jogo.

Por outro lado, a história aconteceu e não é mutável e ainda que te prepares muito bem ela vai acontecer e afectar o nosso jogo pela ordem que aconteceu no mundo real.Outra coisa que não abona e que poderia ser um bónus excelente neste tipo de jogos é a possibilidade de se fazer modding adicionando conteúdo diversificado eliminando assim a mecânica algo repetitiva ao jogo.

O grande “elefante na sala” é o som. Se por um lado temos uma música de fundo até bem escolhida para o género de jogo, por outro torna-se mesmo muito repetitiva. Além disso não existe um som diferente para diferentes escolhas nos diferentes menus, ou um som quando aparece o resultado de uma votação que é um dos eventos que marcam o avanço no jogo. É de longe um dos aspectos que que foi dada menos atenção neste jogo por parte da criadora, e isso nota-se, e bem.

Veredicto

O jogo está bem conseguido segundo as metas realistas que estabeleceram para um jogo do género e ainda que nem sempre impressionem, pelo menos cumprem a ideia que torna este jogo único.

É um gestor da cidade e não um criador!” Ou seja a ideia de que as iniciativas de criação de valor à cidade sejam passadas ou vetadas segundo uma assembleia está muito bem conseguida.

Urban Empire

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