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Análise The Walking Dead: Final Season (Switch)

E eis que chegou o tão esperado final de The Walking Dead, uma série que já nos acompanhava por vários anos e que, tal como a sua versão televisiva, tem mantido uma legião de fãs fieis.

A saga de Clementine e AJ chega desta forma ao seu tão esperado final o que, de forma irónica, também significou o final da própria Telltale Games.

O Pplware teve a oportunidade de experimentar este capitulo final na Nintendo Switch…


Antes do mais deixem-me fazer-vos um alerta que creio fazer todo o sentido no contexto da análise ao jogo. As linhas que se seguem são escritas numa perspectiva de um jogador que teve com este último episódio o seu segundo contacto com a série e como tal, trata-se de um jogador que tem bastantes lacunas acerca do passado de Clementine e AJ.

De forma a dar algum contexto ao jogador sobre a história de Clementine e de AJ, antes de se começar a jogar é pedido que se façam algumas escolhas. Tratam-se de opções relacionadas com personagens e eventos de episódios anteriores que acredito serem destinadas a dar um ponto de partida ao jogo.

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Tal como seria de esperar, durante os 4 episódios (Done Running, Suffer the Children, Broken Toys e Take Us Back) do jogo (quase todo) controlamos Clementine e a nossa aventura começa ao volante do nosso carro. Enquanto Clementine conduz o carro na procura por algum local onde encontrar comida ou algo de útil, AJ brinca com a sua arma no assento traseiro da viatura.

De repente Clem vislumbra uma estação de serviço abandonada e para para ver se encontra alguma coisa … e… realmente encontra, mas mais do que esperava. Tanto comida como também um grande numero de Walkers (zombies).

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E é enquanto tenta desesperadamente fugir da horda que tem um acidente de carro no qual perde os sentidos… acordando mais tarde num quarto estranho e vazio.

Acontece que foi resgatada (mais AJ) por um grupo de adolescentes que fizeram do reformatório onde estavam internados a sua base e a sua fortaleza e… à medida que vão descobrindo mais sobre os seus anfitriões começam a indagar se não será desta que encontram um local para estabilizar.

Contudo, nem tudo são rosas e existe um segredo que ameaça tudo e todos naquela escola e em breve Clem tem novamente de lutar pela sua vida e, principalmente pela de AJ. Isto se quiser ter a hipótese de poder vir um dia a chamar ao Reformatório de Wilson de seu Lar.

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Este é o ponto de partida e história que liga os 4 episódios desta Final Season. E em abono da verdade trata-se de uma história que não desilude. Apesar de o último episódio dar uma ligeira sensação de pressa no desenrolar da história, a verdade é que a narrativa encontra-se interessante e, num contexto de The Walking Dead, acaba por fazer o seu sentido.

Conforme referimos, uma das mensagens mais presentes no jogo desde o inicio é a de Clem e AJ terem finalmente encontrar um local que pode vir a ser o seu Lar. Aliás, isso é claro até mesmo na forma como a Telltale nos permite embelezar o nosso quarto como coleccionáveis encontrados nos mapas.

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Devo confessar que gostei da forma como a Telltale construiu o enredo de cada um dos 4 episódios que compõem esta Final Season. Os 4 episódios acabam por ser uma evolução natural de acontecimentos passando por vários momentos psicológicos para Clem e AJ (culminando com o derradeiro e emotivo episódio).

E este é um dos aspectos mais importantes do jogo, na minha perspectiva. A componente psicológica tem um papel importante no jogo. Clem desde cedo assumiu o papel de “mãe adoptiva” de AJ e como tal é o modelo para o puto. Tudo o que ela faz, diz, a forma como reage são absorvidos por AJ e ao longo destes 4 episódios muitas são as ocasiões em que as acções de AJ são um reflexo disso mesmo.

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The Walking Dead: Final Season é, acima de tudo, um jogo sobre emoções humanas. Apesar de se centrar na relação (quase maternal) entre Clem e AJ, o jogo aborda também um conjunto de outras interacções entre pessoas diferentes e com personalidades diferentes. Aliás, o jogo faz um esforço bastante grande para criar uma certa profundidade nas suas personagens, pelo que a criação de situações onde sentimentos como confiança, traição, desilusão… torna-se fácil.

Mas mais. Com o aparecimento de um personagem (James) a meio do jogo, acabamos por ter também uma outras perspectiva sobre os Walkers. Parece que a Telltale Games pretende dessa forma indicar-nos que, antes de serem zombies, aqueles seres errantes já foram pessoas e como tal devem ser “perdoados” pelo que são agora.

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Tal como certamente acontece noutros nos jogos anteriores, os diálogos são da maior importância no jogo e é através deles que, não só evoluímos na história, como descobrimos mais sobre os restantes personagens mas acima de tudo que são passadas as decisões do jogador para o jogo.

Existem variadas situações em que as opções de diálogo são diametralmente opostas e como tal os efeitos das suas escolhas acabam por trazer resultados mais ou menos negativos, com impacto não só nos decorrer dos eventos, como também na forma como influenciamos os restantes personagens (principalmente AJ).

Num jogo Storyteller (jogos contadores de histórias) os diálogos são da maior importância. Convém serem fluidos, naturais e com conteúdo útil e em Final Season isso verifica-se na maior parte dos casos. O único senão prende-se talvez com o facto de se notar que a gravação das vozes parece demasiadamente distante da dos sons de fundo, criando um efeito de artificialidade desnecessária.

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Uma outra característica que este jogo bebe da maior parte dos jogos do género é o facto de apresentar um sistema de combate simplista que é relegado para segundo plano. Depois de chegar ao fim do jogo (após cerca de 6 horas) a sensação que fica é que realmente a parte de acção foi bastante menosprezada. Não só é diminuta como também é demasiado simplista revelando-se como pouco desafiante para os jogadores. Vê-se claramente que a Telltale Games se quis certificar que os jogadores chegam ao final da história sem grandes sobressaltos.

De qualquer forma, não poderia deixar de referir um dos momentos que mais apreciei, quando temos de invadir um barco repleto de inimigos e, de forma a ocultar a nossa aproximação da embarcação usamos os pobres Walkers como escudo, avançando por detrás de ora um, ora outro, até chegar ao navio. É uma mecânica simples que consiste em usar o Y para nos colocarmos atrás dos zombies mas que funciona bastante bem.

Aliás, esse evento acaba por ser um exemplo claro da jogabilidade que Last Season apresenta: stealth.

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Graficamente o jogo apresenta-se (nesta edição da Switch) um pouco aquém daquilo que a consola permite, mas acredito que (pelo menos o facto de se usar uma palette de cores mais cinzenta) tenha sido intencional de forma a dar o ambiente mais soturno que tem vindo a caracterizar a série.

Veredicto

Eis o final de uma bonita história de sobrevivência, de amizade, companheirismo e amor. The Last Season é um jogo à semelhança da série e dos anteriores títulos. Uma história interessante mas com um ritmo lento, uma jogabilidade simples (com alguns momentos altos) mas com uma grande falta de intensidade.

Este é claramente um jogo um final de ciclo e deverá ser apreciado na sua totalidade pelos fã da série e dos restantes jogos.

The Walking Dead: Final Season

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