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Análise The King of Fighters XV (Playstation 5)

Uma das séries de jogos de luta mais antigos e mais bem sucedidos, The King of Fighters está de volta com este The King of Fighters XV.

Após alguns anos de espera, os fãs podem finalmente voltar a entrar em combate, ao lado de lutadores como Athena Asamyia, Terry Bogard, Ryo Sakazaki, Joe Higashi e muitos outros.

Nós já entrámos em combate!


The King of Fighters é uma série que já vem de longe. Já vem do século passado, numa altura em que, juntamente com Street Fighter, dominava os salões de jogos.

Tratam-se de dois pesos pesados de jogos de luta que, por uma razão ou por outra, levaram caminhos distintos mas que continuam ambos de boa saúde e a distribuir boas sessões de pancadaria desde então.

The King of Figheters XV apresenta um modo História que se revela algo de pouco memorável tendo, no entanto, o dom de apresentar um pouco de narrativa através de várias cutscenes, revelando ainda um pouco da história mais recente de The King of Fighters.

Após a destruição do Torneio de The King of Fighters pelo Verse, o tempo foi passando e finalmente o torneio prepara-se para regressar e os lutadores encontram-se prontos, com as velhas rivalidades bem acesas. No entanto, “outra” força que se mexe nas sombras surge e ameaça novamente a sua existência. Os jogadores terão de criar a sua equipa e partir para o combate para descobrir o que se passa.


Lutadores para todas as lutas

The King of Fighters XV apresenta um vasto leque de lutadores preparados para a luta. São 39, divididos em 13 equipas (que se perdem um pouco no meio da jogabilidade). Podem ver aqui um pouco mais da história de cada equipa.

No meio desta lista imensa de lutadores (que irá receber reforços através de DLCs futuros), encontram-se alguns velhos conhecidos da série, como Athena Asamyia, Terry Bogard, Ryo Sakazaki ou Joe Higashi (e respetivos movimentos e ataques) mas também se encontram alguns nomes novos que entram na luta de The King of Fighters XV cheios com estilo, como por exemplo K’, ou Dolores.

Sejam novos ou velhos na série, cada lutador apresenta o seu estilo próprio, com as suas respetivas fraquezas e pontos fortes, assim como os seus ataques de assinatura. The King of Fighters XV apresenta um modo do jogo, denominado de Missões que, sob a forma de objetivos para serem cumpridos, acaba por ajudar os jogadores a conhecerem melhor alguns dos ataques de cada lutador.

Acreditem que merece a pena conhecer cada lutador e respetivos tipos de movimentos, assentes nos seus estilos de luta. E, além do modo de Treino existente no jogo, este modo Missões é bastante útil para se dominar os ataques especiais.

King of Fighters XV assenta a jogabilidade na maior parte dos combates, numa dinâmica de equipas de 3 elementos, pelo que convém conhecer minimamente cada lutador e os seus pontos fracos e fortes. Como fator diferenciador em relação a alguma da concorrência, o jogo não permite a possibilidade de se trocar de lutador no decorrer de um combate. Cada lutador sai da arena, ou triunfante, ou caído em combate.

E este aspeto acaba, dessa forma, por apresentar uma dose respeitável de estratégia a cada combate, em particular pois podemos escolher a ordem pela qual os nossos 3 lutadores entram em cena. Assim sendo, a escolha dessa ordem é importante. Contudo, ao desconhecermos a ordem dos adversários, pode acabar por se revelar infrutífera.

Uma palavra final novamente para a questão da diversidade de lutadores e para desmistificar todos aqueles que possam pensar que, com tantos lutadores se corre o risco de alguns serem clones de outros. Pois bem, na generalidade dos casos, sente-se que cada lutador é único e apresenta tanto o seu estilo próprio como os seus ataques e ambos são perfeitamente diferenciáveis.


Jogabilidade fluída

A jogabilidade de The King of Fighters XV é extremamente fluída e constante. Tanto offline, como online, o que se passa no écran é uma fiel reprodução daquilo que se passa no nosso DualSense.

Existem vários tutoriais que nos ajudam a combater em The King of Fighters XV, o que ajuda bastante, em particular os jogadores novos da série ou todos aqueles que já perderam aquele memória física dos combates.

Desde os ataques simples, aos fortes, passando pela barra MAX e respetivos Ataques Especiais MAX até aos poderosíssimos Climax Super Special (perfeitamente assombrosos e dão um enorme gozo ao aplicá-los), os tutoriais abrangem praticamente tudo. A equipa da SNK certificou-se de que nada falte aos jogadores antes de entrarem em combate.

Existe ainda um modo Missions (Missões) que nada mais é que um outro modo de ajuda, no qual, sob o pretexto de concluir missões, os jogadores descobrem e acabam por treinas movimentos e ataques especiais para cada lutador.

Existem muitas combos e ataques respetivos para cada lutador. As mais simples podem passar por pressionar repetidamente 3 vezes no botão de ataque leve, por exemplo, e que faz com que na quarta vez que se pressione, se lance um ataque mais forte mas. No entanto, estas são as combos mais simples, existindo muitas mais que se aprofundam em complexidade e que envolvem os botões, o analógico esquerdo e as barras MAX. Para os mais puristas, este é um tremendo desafio, o de controlar e dominar os ataques e combos de cada lutador.

Uma das novidades mais badaladas de The King of Fighters XV foi a introdução da nova mecânica, denominada de Shatter Strike. Na prática, trata-se de mais uma forma de atacas/contra-atacar, sendo uma nova manobra que permite um contra-ataque imediato e rápido, se usado no tempo certo. Com recurso ao analógico esquerdo (semicírculo) e pressionando o botão de ataque pesado podemos lançar contra-ataques poderosos que nos permitem sair de um aperto.

No entanto, e sendo algo característico dos jogos de luta no geral, uma vez que existem muitas combos e ataques, o jogo pode induzir inadvertidamente ao button smashing. No calor de um combate é fácil darmos por nós, num momento mais quente, a pressionar freneticamente nos botões de ataque.

Seja como for, algo que fica notório ao se jogar The King of Fighters XV é que o jogo encontra-se muito direcionado para o ataque (e contra-ataque), em detrimento da defesa. Apesar de saber defender ser importante em dados momentos, cada lutador acaba por ter várias formas de quebrar a defesa dos adversários, o que se pode revelar dramático quando apostamos numa boa defesa. Aqui a melhor defesa é o ataque e daí o ser extremamente importante, como referi mais acima, conhecer cada lutador.

É claro que existem opções defensivas como os Guard Cancels, por exemplo, ou rolarmos para a frente ou para trás, mas uma sucessão de combos que seja lançada sobre o nosso lutador (se não conseguirmos interromper com sucesso) pode ser devastadora.

Não poderia deixar de referir que os controlos estão bastante responsivos e, tanto nos modos offline, como online, não se notam quebras visíveis na passagem do controlador para o écran.

Acho, no entanto que se perdeu uma oportunidade, no que respeita aos cenários onde os combates decorrem. Visto serem bastante diversificados e estarem bastante bem preenchidos com conteúdo, a SNK poderia, á semelhança de outros jogos de luta, colocar os cenários como parte integrante nos próprios combates.


Vários modos de dar Luta

Além do Modo História e das Missões, que referi mais acima, o jogo apresenta os tradicionais modos competitivos PvP que seria de esperar.

Por um lado temos um Modo Versus, onde dois jogadores podem lutar um contra o outro (ou o jogador contra o jogo), em combates de 3×3 ou de 1×1, completamente personalizáveis.

Por outro lado, os modos Online que serão eventualmente o prato forte do jogo, assentam sem Casual Matches e Ranked Matches.

Os Casual Matches Online serão talvez mais orientados para os jogadores mais inexperientes, enquanto que os Ranked Matches serão para os jogadores mais competitivos pelo que convém entrar nestes combates com muito treino nos dedos.

Segundo a minha experiência com The King of Fighters XV, os combates online encontram-se praticamente sem falhas, tanto na ligação a outros jogadores como, e principalmente, na fraca latência que demonstram no decorrer dos combates. Uma vez que existe uma forte intensidade de uso dos botões e analógicos para os vários ataques especiais poder-se-iam sentir problemas de input lag ou semelhante. No entanto, não se verificam problemas de maior, nem nos jogos offline, nem (e principalmente) nos combates online.


O impacto dos Gráficos

Graficamente o jogo está bastante bom, com muita cor e populados com bastantes detalhes. Os cenários que dão pano de fundo aos combates, são animados e transmitem alguma vivacidade mas poderiam ainda estar mais completos. No entanto, fica a sensação de que falta algo em cada um deles. Algo que os torne mais interativos com os jogadores e com o combate.

Por sua vez, os personagens, encontram-se muito bons em termos de estética e de movimentos. Não tive o prazer de jogar as últimas versões de The King of Fighters mas não receio dizer que em The King of Fighters XV, cada lutador apresenta um nível de detalhe francamente bom e gostei bastante do tempo de luta que tive com cada um deles.

E não só ao nível estético, claro, mas também ao nível dos seus ataques e movimentos. Como referi acima, não existem grandes quebras na fluidez de jogo o que se revela importante para que a fluidez gráfica dos combates também se verifique e que, por sua vez, se traduz em movimentos dos lutadores francamente fluídos e com grande detalhe.

Os efeitos especiais das combos e ataques mais elaboradas estão brutais na sua maioria mas, infelizmente, existem alguns poucos que perdem graciosidade e nexo, no meio de tanta luz, cor e efeitos que a equipa da SNK lhes proporcionou.


Veredicto:

Para apreciadores de jogos de luta, The King of Fighters XV será uma alternativa bastante boa. O jogo apresenta diversidade no que respeita a lutadores e seus estilos de combate, sendo que o conhecimento dos seus ataques e movimentos é de extrema importância.

Com vários sistemas de ajuda, o jogo consegue ser acessível aos novatos mas não esquece os veteranos da série, sendo exigente e, em particular nos combates online (Ranked Matches) essa exigência é levada ao extremo.

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