Pplware

Análise Tetris Effect (Playstation VR)

Sem necessitar de apresentações, vamos recordar o inesquecível Tetris: O pai de todos os jogos de ocasião, baseado em regras simples da física e que se tornou viral antes mesmo da internet e do termo viral ser usado.

Agora passadas mais de 4 décadas (e tal como o Pplware aqui indicou), eis que Tetris regressa e com direito a Realidade Virtual. Tetris Effect já foi lançado para a consola da Sony e o Pplware já teve oportunidade de o experimentar.


Estávamos nos anos 80, um cientista russo, de 29 anos chamado Alexey Pajitnov havia criado um jogo muito simples num computador que só conseguia apresentar texto em que umas pecinhas caiam e formavam linhas que desapareciam e faziam a pontuação do jogo.

Ele imediatamente se apercebeu que não conseguia parar de jogar. O desenvolvimento foi feito numa máquina chamada Elektronika 60, num edifício chamado Academia Soviética de Ciências. O caminho que o jogo levou desse momento até chegar ao gameboy da Nintendo, em que se tornou o principal jogo para vender a consola, é um caminho confuso, complicado, cheio de lutas de interesse entre o milionário Maxwell , a Atari e a Nintendo. Envolve o próprio Michael Gorbachov e até interrogatórios no KGB. No final, o jogo foi evoluindo, foi adaptado e lançado para PC, Arcada e inúmeras consolas.

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Foi o sucesso avassalador. No início dos anos 90, não havia salão de jogos de arcada que não tivesse pelo menos uma máquina de Tetris. E foi esta também possivelmente a arcada com mais sucesso junto do público feminino que não achava tanta piada aos outros jogos de arcada que envolviam sempre algum tipo de violência ou competição desportiva. Este era o jogo do convívio , hipnótico e viciante. A musiquinha que o acompanhava ficou para sempre nas nossas memórias e hoje dava um bom toque de telemóvel, pois desperta sempre sorrisos.

Chegou a haver grandes competições e o campeão mundial foi um dos primeiros a ser convidado a testar esta nova versão do Tetris.

E é neste momento que se começa a formar a ideia de Tetris Effect. Alguns jogadores descrevem um sintoma após jogarem Tetris por um período de tempo extenso, ao que chamaram o Efeito Tetris ou Síndrome de Tetris. Descrevem que começavam a ver peças no mundo real outros sonhavam com peças coloridas enquanto dormiam. Estes efeitos eram inofensivos e alguns cientistas afirmaram que até havia benefícios em jogar Tetris para recuperação de situações de stress pós-traumático e que o Tetris fortalecía o cortex cerebral e a orientação espacial.

Mas então qual é o segredo ? Porque é o jogo tão viciante ? Em 1930 um psicólogo chamado Bluma Zeigarnik, reportou aquilo que se viria a designar pelo Efeito Zeigarnik.

Ele reparou que uma empregada de mesa conseguia lembrar-se de uma dúzia de pedidos , mas não conseguia mais lembrar-se uma vez que esses pedidos tinham sido servidos. Ele chegou à conclusão que cérebro humano está desenhado para lembrar-se de tarefas incompletas e descartar essa informação assim que elas são realizadas e já não são necessárias. O tetris dá-nos uma contínua lista de tarefas incompletas por realizar de encher filas e assim que elas desaparecem cria novas tarefas. Há uma cadeia de soluções parciais e novas tarefas do mesmo género que nos dão satisfação em concluir e ao mesmo tempo um necessidade de continuar como uma comichão que tem que se coçar.

É precisamente este lado hipnótico que vemos amplificado nesta nova versão do Tetris. É difícil de descrever… Vamos imaginar que adormecemos e de repetente começamos a sonhar. E nesse sonho estamos no meio de um lago psicadélico ou no meio do espaço , com o planeta terra ali em baixo. À frente encontra-se o nosso conhecido Tetris, numa versão estilizada.

A cada nível esse estilo muda. E à medida que começamos a mover as peças, há música e sons que reagem aos nossos comandos. À medida que os nossos comandos ganham velocidade, a música acompanha, surgem efeitos novos inesperados e quando estamos já num nível de concentração elevado há a chamada zona. Nessa, os efeitos visuais torna-se mais em túnel e de repente já nos esquecemos que estamos num sonho e queremos continuar aquela sequências de estímulos. Parece que podíamos convidar os nossos amigos todos para aquela festa.

É assim, um jogo completamente refeito sem deixar de ser o Tetris. Continuamos a ver o jogo como tradicionalmente, ou seja, nada de peças em 3d ou ângulos estranhos. Vemos é tudo suspenso no meio de um ambiente hipnótico.

É uma proposta muito interessante, para quem jogava e mesmo para quem nunca passou pela febre dos anos 90.

Na PSVR, considero que poderá sofrer um pouco após o efeito novidade. No entanto é um título que chega numa altura boa, pois vão aparecer já no início no de 2019 mais plataformas de setup mais simples que terão mais facilidade de iniciar um jogo rápido e que poderão ser perfeitas para este jogo. Referimo-nos ao projeto do Oculus GO e outros que não dependerão de um PC ou smartphone, completamente independentes, poderão ser as plataformas perfeitas para este jogo e outros do género.

Falta aqui o aspecto mais social e que outras plataformas poderão aproveitar melhor, haja vontade.

Veredicto

Tetris Effect é o renascer de um mito. É uma proposta muito interessante para quem é fã do jogo original mas também para quem nunca passou pela febre dos anos 90.

Para o que oferece, o preço atual poderá ser elevado, mas é um jogo a manter em vigilância e vale pela experiência inovadora que traz.

Tetris Effect

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