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Análise Tekken 7 (Playstation 4)

Desde as primeiras máquinas de jogos que existem jogos de luta. Todos nós, a determinado momento da nossa vida – fosse nas antigas máquinas arcade, em PC’s ou em consolas – perdemos horas e horas a carregar freneticamente nos botões e a desferir contra os adversários os golpes mais mirabolantes.

Muito se evoluiu desde os primeiros jogos do género, com inovações a cada novo jogo que era lançado. Em 2017 temos a oportunidade de experimentar mais um passo nessa evolução: Tekken 7. Lançado no início do mês de Junho, Tekken 7 é o mais recente jogo da saga da Bandai-Namco e promete oferecer aos jogadores ainda mais horas de diversão. Mas será este jogo um salto assim tão grande na evolução do género?


Tekken 7 é o mais recente título da franquia que, em meados dos anos 1990’s, começou nas máquinas arcade e que, passados mais de 20 anos, faz a sua estreia no PC. Lançado também para a Xbox One e para a Playstation 4, Tekken 7 apresenta um inovador modo de história.

A chegada desde modo de jogo é extremamente bem-vinda pois confere ao jogo – não apenas a este mas aos jogos anteriores da franquia – algum contexto, não deixando os jogadores simplesmente a lutar porque sim. Este modo de “campanha” é designado por “Saga Mishima” e está inteiramente focado na rivalidade existente na família Mishima – ódio, pode mesmo dizer-se – entre Heihachi e Kazuya, pai e filho. Infelizmente, a maior parte da campanha gira em torno destes dois personagens, não dando grande oportunidade ao aparecimento de outros que, quando participam, não têm qualquer impacto na história.

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Mas se são devidos os elogios pela inclusão de um modo de jogo completamente inovador na franquia, também é necessário dizer-se que a história em si não está assim tão bem contada. Longe disso. Durante uma grande parte da campanha ficamos a pensar se os acontecimentos relatados serão efectivamente relevantes para a história ou se, na realidade, esta história não é mais do que o adiar do combate entre os dois grandes inimigos – Heihachi e Kazuya – sem se perceber uma sucessão lógica de eventos.

Um outro aspecto a ter em consideração neste modo de jogo são as cutscenes: Tekken 7 é um jogo de luta e, por norma, são lutas curtas de pouco mais de 2 ou 3 minutos. Uma cutscene de 10 minutos entre cada luta vem roubar completamente o ritmo ao jogo. Não desencoraja os jogadores, mas quase. Ainda assim e, independentemente de tudo, voltamos a referir que a introdução de um modo campanha em Tekken 7 é algo extremamente bem-vindo. Apenas precisa de ser polido, caso exista um sucessor para este jogo.

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Porém, o que referimos acerca das cutsceenes não tira mérito à forma fantástica como são feitas as transições entre estas cenas e as lutas propriamente ditas. Estas transições são frequentemente feitas a meio da luta, não se perdendo o fio da acção e não se sentindo como uma interrupção despropositada. São simplesmente demasiado longas para o tempo de jogo jogado.

Mas estamos a falar de um jogo de luta e, como em qualquer jogo do género, o que na realidade interessa e prende os jogadores é o gameplay e, nesse aspecto, Tekken 7 não compromete. Não apresenta aspectos inovadores, ou melhor, apresenta apenas no contexto da franquia. A existência de Rage Arts – movimentos especiais que são utilizados quando a energia de um personagem desce abaixo de um determinado nível – é, sem dúvida, um excelente novo conceito em Tekken 7, mas que já existe noutros jogos. Isto faz deste golpe especial não uma inovação por si só, mas apenas uma nova característica desta fantástica franquia.

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Mas tal como referi acima, Tekken 7 é um jogo de luta e nesse aspecto Tekken 7 é Tekken, sem tirar nem pôr. É um jogo divertido, indicado para fãs e para novatos no género. É fácil aprender os vários golpes disponíveis para cada personagem e é absolutamente fantástico quando conseguimos desferir um ou dois golpes certeiros. Essa é a essência do jogo e, nesse aspecto, Tekken 7 é fabuloso.

No que diz respeito ao modo multiplayer, Tekken 7 oferece-nos opções suficientes para jogos online, com os modos clássicos disponíveis: lutas casuais, torneios e combates por ranking. Aqui, nada de novo, não havendo um modo de jogo online que possa ser considerado inovador, nem na série nem na própria franquia.

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Antes de terminar, ainda dois apontamentos relacionados com os aspectos gráfico e sonoro. Se o aspecto gráfico também não inova e não demonstra grande evolução relativamente àquilo que já foi feito em outros jogos da franquia, a banda sonora utilizada é simplesmente fabulosa. Bem trabalhada e empolgante, as músicas utilizadas durante o jogo seguem o ritmo das lutas e empolgam o jogador durante os combates.

Veredicto

Tekken 7 não constitui uma inovação. Para além do modo história, não traz nada de novo, nem à franquia nem ao género. E embora a introdução do modo história seja uma mais-valia, acaba por parecer superficial e pouco trabalhado, deixando a impressão que está lá apenas para adiar o mais possível o combate final entre os dois protagonistas, Heihachi e Kazuya.

Posto isto, há que salientar que, apesar de tudo, Tekken 7 cumpre bem a sua missão: é um jogo de luta emocionante e com todos os atractivos de um grande jogo de lutas e artes marciais com golpes fáceis de aprender e combinações de golpes devastadoras. O aspecto gráfico, apesar de bem concebido, é mais do mesmo, ao passo que a banda sonora utilizada confere ao jogo e às lutas em si ainda mais emoção. Sem dúvida é um jogo aconselhado a todos os fãs da série e do género e a todos aqueles que se queiram iniciar neste tipo de jogos.

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