A série Tales Of, da Bandai Namco, é já um clássico no universo peculiar de RPGs japoneses com que somos brindados desde há muitos anos, com personagens de anime, imensos monstros demoníacos e claro, roupas muito pouco ortodoxas para os combater.
Desta feita a Bandai traz-nos Tales Of Berseria, um action-RPG, como os antecessores, onde vamos vivenciar a história da jovem Velvet e na sua procura de vingança contra o homem em quem ela mais confiava.
Velvet e o irmão são residentes de uma pequena aldeia do reino de Midgand, composto por diversificadas ilhas e continentes. Esta região é assolada há vários anos por uma doença apelidada de Deamonblight, que tem a capacidade de transformar o que infecta em demónios assustadores e sedentos de sangue humano. Os que se dedicam a combater estes demónios são conhecidos por exorcistas, e é precisamente um destes, o seu cunhado Arthur, que acaba por ter um papel relevante no futuro de Velvet.
A aldeia de Velvet acaba por não resistir e é consumida pela doença e aterrorizada por demónios semelhantes a lobisomens. Numa tentativa de reestabelecer a paz, Arthur utiliza os seus poderes de exorcista, onde acaba por sacrificar o irmão de Velvet num ritual. Na tentativa desesperada de salvar o irmão, esta acaba por ficar com o braço infectado pela doença, conferindo-lhe poderes sobrenaturais, que vai utilizar na sua missão de vingança contra o homem em quem ela mais confiava.
A história de Berseria é fácil de acompanhar, o que não quer dizer que seja aborrecida, antes pelo contrário. Os acontecimentos em redor de Velvet e da sua família bem como a interacção com os personagens que se vai conhecendo durante a aventura, tendo muitos deles histórias e personalidades muito singulares, conferindo um nível de interesse constante ao longo de grande parte da campanha.
Como referido em cima, Tales of Berseria segue a fórmula dos anteriores jogos da série, sendo um action-RPG onde grande parte das batalhas acaba por ser um despoletar de combos, através do habitual button mashing, até se aniquilar os adversários.
Os combos são personalizáveis através de uma Arte Tree, com vários slots, onde se escolhe o movimento (apelidado de arte no jogo) que se quer efectuar em determinada altura do combo. O ideal é criar diferentes combinações para diferentes situações, tendo em conta, principalmente, os tipos de inimigos que se irá enfrentar.
Os combos que se pode fazer durante os combates está dependente do sistema de Souls. Quando se inicia um combate, cada membro da party, tem disponíveis três pontos de soul, e como cada arte tem um determinado custo de Souls, este afecta os combos que se pode realizar e a eficácia dos mesmos. Estas Souls regeneram com o tempo, ou conforme o dano que vamos infligindo nos inimigos, mas tal como podemos aumentar as nossas Souls, também o inimigo pode aumentar as suas, caso descuremos completamente os momentos defensivos.
Durante as batalhas apenas controlamos um dos membros da party, mas é possível ir alternando qual dos membros se quer manusear, permanecendo resto controlado pela IA. Esta é extremamente competente, principalmente se tivermos em conta que noutros jogos do género e até mesmo noutros da série Tales, estes acabavam por nos deixar muitas vezes a lutar sozinhos contra os inimigos mais difíceis.
Para além da história principal, das missões secundária e outras actividades, existem também as habituais masmorras, onde se consegue adquirir os melhores equipamentos e armas, e onde podemos encontrar os inimigos e bosses mais desafiantes.
No departamento visual, Tales of Berseria não vai espantar ninguém, privilegiando o aspecto anime para os personagens, com modelos simples, onde o maior detalhe vai para as roupas de alguns dos personagens. Os cenários, também simples, são providos com um aspecto mais realista e variado.
Felizmente que esta simplicidade de gráficos se traduz de forma técnica nuns fluidos 60 frames por segundo em Full HD, independentemente do que está a acontecer no ecrã.
Veredicto
No geral, Tales of Berseria não desilude, é um bom RPG, a história é competente, os personagens são intrigantes, com motivos próprios e um papel no enredo principal que tende a fugir ao habitual cliché de ajudar o personagem principal, neste caso Velvet, e descurar os seus próprios interesses.
Se são admiradores dos jogos Tales Of, não vão ficar desiludidos e talvez não fique mal dizer que este é dos melhores da série, se não mesmo o melhor.