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Análise Sushi Strikers: The Way of Sushido (Nintendo 3DS)

A Nintendo, ao longo dos tempos, tem-se apresentado como uma aventureira na procura de ideias novas, quer para consolas, quer para os seus jogos. O mais recente exemplo disso é a sua mais recente consola (a Nintendo Switch) que saiu completamente fora da zona de conforto e se aventurou por caminhos até então, ainda não alcançados.

No entanto e, sendo em parte fruto disso mesmo, também os jogos para as suas consolas se têm vindo a revelar como ótimas surpresas e fugas aquilo que é considerado mainstream. Sushi Strikers: The Way of Sushido é um desses exemplos…


Antes de mais convém referir que Sushi Striker é um jogo nonsense no que toca à história mas, com a sua jogabilidade diferente acaba por fazer esquecer esse pormenor.

Mas explicando melhor, a história de Sushi Striker tem lugar num mundo imaginário onde não há peixe. No entanto, há sushi… mas esse sushi é criado com a ajuda de seres mágicos, os Sushi Sprites. Só que os Sprites e todo o Sushi do mundo encontram-se em perigo, pois existe um Império (o mau da fita) que tem aspirações de capturar todos os Sushi Sprites. Dessa forma o Império conseguiria controlar todo o sushi que existe e evitar que todas as pessoas do Mundo tivessem acesso a ele.

E é precisamente aqui que entra o(a) jogador(a) em cena. Certo dia enquanto tentava encontrar comida nos bosques, Musashi (o nosso herói ou heroína) encontra o seu amigo Franklin e o seu Sushi Sprite, de nome Jinrai. Ao que parece Franklin tem um sonho: manter os Sushi Sprites livres e disponibilizar sushi para toda a população. Contudo, enquanto falam, soldados do Império aparecem e raptam o miúdo, ficando o seu Sushi Sprite com Musashi. Na prática, Jinrai corresponde ao nosso primeiro Sushi Sprite.

Partimos dessa forma à aventura na tentativa de salvar Franklin e todo o sushi das garras do Império e vamos avançando pelo território adentro rumo à fortaleza do Império. Pelo caminho, vamos encontrando inúmeras personagens e enfrentando ainda mais inimigos.

E quando encontramos os inimigos (soldados do Império, mercenários, …) dão-se os combates. Combates esses que podem ser repetidos quantas vezes quisermos e são na maioria dos casos, simples e fáceis de entender.

A ideia base do combate consiste em apanhar pratos de sushi (como aqueles que vemos nos restaurantes japoneses de tapete rolante) e amontoá-los por cor para depois atirar esses montes ao nosso inimigo. Simples não é?

Sim, realmente é bastante simples mas… na teoria, pois na prática é um pouco mais exigente que isso. E principalmente por existirem 4 tapetes rolantes por onde os pratos circulam (3 tapetes específicos acessíveis apenas ao jogador e 1 tapete comum aos dois) que circulam em da esquerda para a direita e vice-versa e os pratos vão surgindo duma forma aleatória. Para apanharmos os pratos da mesma cor, não basta clicar neles. Não, eles têm de se cruzar nos tapetes, ou seja, passar ao lado um do outro (cada qual no seu tapete) de forma a permitir ao jogador arrastar a stylus de prato para prato. Isto faz com que a ação de apanhar o máximo de pratos por jogada seja um exercício de raciocínio rápido e destreza.

No entanto ainda há mais. Para combinar esses pratos existe um limite de 7 segundos por jogada (período esse que pode vir a ser aumentado ao longo do jogo) o que faz com que, quantos mais se conseguir apanhar… melhor. E, ao se juntarem várias pilhas de pratos da mesma cor, despoletamos ainda combos que muitas vezes são a diferença entre ganhar ou perder o combate.

Mas as coisas ainda se complicam um pouco mais, se tivermos em conta que cada prato pode trazer diferentes sushis e, como já devem ter começado a pensar, cada qual poderá ter as suas vantagens. E isto sem falar ainda nos poderes de cada Sushi Sprite que também nos proporcionam vantages ou habilidades extra.

E falando nos Sushi Sprites, que são mais de 30 disponíveis no jogo, cada um dos que vamos encontrando e adotando (podemos usar até 3 em simultâneo) tem os seus poderes específicos. Por exemplo, o Jinrai permite mudar todos os pratos dos nossos 3 tapetes para a mesma cor ao mesmo tempo, o que faz com que o jogador consiga uma mega pilha de pratos de uma vez só. Existe ainda outro, o Elekan que tem a habilidade de criar um Sushi Shield, ou seja, cria-nos um escudo temporário contra os pratos do oponente, ou o Penzo que tem o poder de Sweets Paradise e que preencher os tapetes rolantes com frutas e sobremesas no tapete que nos dão HP … e por aí adiante.

Esses poderes, ao inicio de cada combate encontram-se inativos, passando a ativos depois de se ter consumido um determinado numero de pratos.

Uma vez que podemos levar até 3 Sushi Sprites para cada combate, e tendo cada um deles as suas próprias habilidades, torna-se interessante fazer essa gestão, até porque cada oponente (seja humano ou NPC) também pode levar até 3 Sushi Sprites para a luta.

Podemos ainda equipar o nosso herói (ou heroína) com alguns itens especiais, que lhe conferem algumas mais-valias em combate. Por exemplo existe um cinto que adquirimos cedo no jogo que quase duplica a pontuação dos combates permitindo assim uma mais rápida evolução de Musashi e dos nossos Sushi Sprites. E isto pois à medida que vamos ganhando combates vamos adquirindo experiência e aumentando de nível, com maior poder ataque, mais HP,…

Igualmente importante temos ainda a possibilidade de, antes de cada combate, indicar qual o nosso prato de sushi preferido o que faz com que durante a luta, tenhamos vantagens quando comemos uma certa quantidade dele. Um exemplo dessas vantagens poderá passar por recuperar 2% de energia quando um ataque que nos atingir tirar 15% da nossa HP.

Toda esta gestão dos Sushi Sprites e acessórios equipados é empolgante o quanto baste, e parte do interesse do jogo corresponde à tentativa de encontrar o melhor equilíbrio entre todos esses elementos.

Contudo, com o decorrer do tempo de jogo, os combates começam a cair numa certa repetitividade que nem a presença de adversários cada vez mais difíceis conseguem esconder. Por outro lado, os diálogos apesar de terem bastante informação util sobre as mecânicas do jogo e história, acabam por ser um pouco monótonos aqui ou ali.

Nota importante aos leitores: O jogo também saiu para a Nintendo Switch, razão pelas quais a maior parte das imagens é precisamente dessa consola

Veredito

Apesar de, por vários motivos, não ser uma obra-prima inesquecível, Sushi Strikers: The Way of Sushido é um jogo que se distancia dos restantes essencialmente pela mecânica dos seus combates que criam momentos tanto empolgantes, como extremamente frustrantes.

O ponto forte do jogo consiste claramente na exigência de destreza, rapidez e raciocínio rápido a quem o joga, apresentando dessa forma um bom desafio a quem goste deste tipo de jogabilidades.

Sushi Strikers: The Way of Sushido

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