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Análise Street Fighter VI (Playstation 5)

Creio que facilmente se pode considerar Street Fighter como o jogo de luta mais conhecido do planeta. Com mais de 3 décadas de vida, Street Fighter já passou pelas máquinas arcade, pelo PC, consolas e até pelos grandes cinemas. As aventuras de Ryu, Ken, Blanka, Bison e restantes combatentes são conhecidas em todos os cantos do mundo e a Capcom sabe disso. E é precisamente por saber isso mesmo que a Capcom continua a apostar forte na série de luta e recentemente lançou Street Fighter VI, que nós já experimentámos.


Street Fighter já por cá anda desde o final da década de 80 do século passado. São muitas décadas a distribuir pancadaria a torto e a direito mas, também convém dizer, que sempre o fez com estilo.

Trata-se de uma série de luta que apaixonou milhões de jogadores por todo o Mundo e nas mais diversas plataformas. Muitas horas passadas a martelar os botões nas máquinas dos salões de jogos na década de 80/90. E inclusive, já migrou também para o cinema.

Street Fighter VI chegou ao mercado após um sucesso bastante limitado que o jogo anterior teve e dessa forma, este lançamento reveste-se de particular importância para a Capcom e para os fãs leais à série.

E… em abono da verdade, pode-se dizer que a Capcom conseguiu penitenciar-se com estilo e sem deixar margem para dúvidas de que pretende manter Street Fighter como um farol no que respeita a jogos de luta.


Street Fighter VI é um jogo de luta que assume-se como um titulo bastante multifacetado, apresentando três pilares essenciais para a sua jogabilidade.: World Tour, Fighting Ground e Battle Hub.

Tratam-se de 3 modos de jogo diferentes e com objetivos distintos que proporcionam uma experiência divertida e robusta, quer em singleplayer, quer em modos de jogo arcade e treino, quer na vertente online.


World Tour

World Tour é um modo de jogo bastante interessante e uma lufada de ar fresco e novo na série (e nos jogos de combate). DE certa forma, trata-se de um modo História sob o formato dum RPG, no qual o jogador cria o seu avatar e depois parte para um mundo semiaberto à exploração onde… nunca há falta de pancadaria.

Pelo caminho vai adquirindo experiência, melhorando os seus stats, ganhando dinheiro, comprando equipamentos e roupas… e conhecendo os vários mestres de Street Fighter, que nos dão ensinamentos, conhecimentos e estilos de luta.

Seja o jogador, um veterano ou novato em Street Fighter acredito que é muito mais interessante (e útil) começar a sua experiência com o modo World Tour.

Este modo acaba por se apresentar quase que como se de um modo História se tratasse, assentando a evolução do jogo e do jogador, através de uma sucessão de vivências e lutas com os NPS que habitam em Metro City. A ação, contudo, não ocorre unicamente em Metro City e na nossa aventura vamos visitando outros países onde encontramos os vários lutadores da série Street Fighter.

O jogador começa a sua história com a criação do seu avatar que, não sendo muito profundo, acaba por nos deixar criar o nosso lutador de forma bastante democrática. Entretanto, após o nosso avatar criado, começamos a trabalhar numa empresa liderada por Luke, um dos novos lutadores e parte para a cidade, numa demanda para melhorar suas habilidades e descobrir uma questão que quase parece uma filosofia: O que é a Força e o que leva as pessoas e quererem mais Força?

Apesar desse ser o fio condutor deste modo e que orienta a missão principal, existem muitas outras tarefas alternativas oferecidas pelos NPCs que populam as ruas da cidade e que são sempre bons pretextos para grandes doses de pancadaria.

E são vários os NPCs que encontramos em Metro City e, mais que isso, a maior parte deles poderá vir-se tornar num oponente para combate.

E realmente, é assim que se processa. À medida que vagueamos nas ruas da cidade (inspirada em Nova Iorque), vamos encontrando inúmeros transeuntes os quais podemos desafiar para combates. Cada um desses transeuntes, tem as suas próprias características e tipos de combate distintos e mais que isso… apresentam também vários bónus de derrota, mediante várias condições. Por exemplo, derrotar um inimigo com 10 socos, recompensa o jogador com uma bebida energética, ou terminar um combate sem tomar dano.

Trata-se de um modo divertido e fora da caixa, de tal forma que, imaginem só que até podemos lutar contra aspiradores Roomba.

No computo geral, tudo isto acaba por contribuir para criar a clara sensação de que a cidade se encontra viva e repleta de pontos de interesse.

Mas há mais. Conforme o progresso da história, temos possibilidade ainda de aprofundar o nosso relacionamento com vários mestres de Street Fighter e adquirir assim, os seus próprios estilos. Conforme referimos começamos com Luke como Mestre e mentor, mas cedo encontramos outros (como a Chun Li) e, dessa forma, vamos adquirindo experiência.

Mas também nos vai levando até vários pontos do mundo, permitindo ainda interações com figuras lendárias da série que nos ensimam os seus estilos característicos de luta. Podemos mesmo desbloquear golpes e Master Actions de cada um desses mestres e, dessa forma, moldar o nosso avatar de uma maneira bem pessoal.

Por exemplo, podemos ter o nosso lutador com postura de Chun-Li, mas aplicando golpes em combate característicos de Blanka, Dalshin e Ryu, por exemplo. É como se estivéssemos a criar a personalidade do nosso próprio lutador, à medida que avançamos na história. Essa possibilidade de misturar estilos de luta de cada um dos lutadores de Street Fighter, faz com que este modo se trate bastante interessante e empolgante.

Mas há muito mais para descobrir em Metro City… curiosidades sobre a cidade e seus habitantes, exploração de cada canto da metrópole, minijogos divertidos, itens escondidos, gestos e emotes e, muito mais…


Fighting Ground

Por outro lado, existe o modo Fighting Ground. Fighting Ground corresponde a, nada mais nada menos, que a essência de Street Fighter.

Se por um lado podemos considerar que World Tour como um Modo História e, de certa forma, uma apresentação do universo de Street Fighter VI, Fighting Ground corresponde à adrenalina e excitação clássica de combate que sempre caracterizou a série.

Fighting Grounds é onde se aprende e se aplicam as aprendizagens. Street Fighter é um jogo exigente e, em Street Fighter VI essa exigência ainda é maior. Há uma miríade de combos e ataques, defesas e contra-ataques a serem dominados e além da precisão da pressão dos botões, também o timings são extremamente importantes.

Existem 3 tipos principais de controlo em Street Fighter:

E por falar em aprendizagem, Street Fighter VI faz mesmo um grande esforço em “ensinar” aos jogadores como lutar. Existem vários modos de treino como o próprio Guia de Personagem, que demonstram com partilhar detalhe como aplicar os golpes e combos de todos os personagens.

Isto pois cada lutador tem aspetos fundamentais da sua jogabilidade que afetam a sua jogabilidade. Tempo de resposta, distância necessária para acertar um golpe e os próprios ataques que ele pode desferir a cada momento.

No entanto, o modo Fighting Ground não se resume apenas a um modo de aprendizagem, havendo também a componente de combates a doer. Os Modos Versus e Arcade marcam presença, mas também um modo bastante empolgante, Extreme Battles. Trata-se de um modo de combate que conta com eventos aleatórios no decorrer de cada combate. Imaginem estar a meio de um combate e aparecer um touro enfurecido que varre os lutadores.


Battle Hub

Por fim, existe ainda o Battle Hub que é o local onde tudo se conjuga de uma forma mais renhida, excitante e competitiva.

O Fighting Ground apresenta muitas opções online (e offline) bastante interessantes e relativamente simples de aceder mas é no Battle Hub onde os jogadores as irão colocar em prática no mundo selvagem e violento de Street Fighter VI.

Jogadores de todo mundo reúnem-se no Battle Hub e lançam-se em combates frenéticos, disputando campeonatos e torneios ou apenas competem para ver quem tem o lutador virtual mais repleto de estilo e força.

Existe ainda a possibilidade de se usar do nosso avatar nas Batalhas de Avatares podendo ainda colocar na prática, tudo o que se conquistou no World Tour. É uma excelente forma de manter a coerência dos vários modos de jogo.

Eventos em tempo real, personalização do nosso avatar, entrar em Fight Clubs, evoluir nos rankings e, para os jogadores mais nostálgicos, jogar clássicos de Street Fighter II e Final Fight em máquinas de jogos (à antiga).


Uma das novidades de Street Fighter VI é o Drive System. Trata-se de um conjunto de manobras extremamente úteis para se sair de ocasiões complicadas em combate. Apresenta um esquema de barras (tal como a energia) que, quando em apuros, permite ao jogador um contra-ataque defensivo poderoso que possibilita uma esperança no combate.

Existem várias formas de Drive System: Drive Impact corresponde a um ataque poderoso, capaz até de absorver golpes dos oponentes; o Drive Parry absorve automaticamente os ataques adversárias; Overdrive que funciona como os ataques especiais da série EX (Street Fighter EX 1 e 2); o Drive Rush que permite uma aceleração brutal para escapar ao perigo imediato; ou o Drive Reversal, que consiste num contra-ataque de fuga, quando por exemplo, nos encontramos encurralados no canto do cenário.

A lista de lutadores de Street Fighter 6 é um pouco aquilo que se poderia esperar. Os jogadores mais “velhinhos” devem ficar satisfeitos pela presença dos principais ícones da série, Ryu, Ken, Zangief, Dhalsin, Chun Lee,… assim como os novatos irão gostar também dos lutadores mais recentes.


Um jogo que de certa forma consegue reinventar-se e criar novas experiências de jogo a quem jogue, trazendo novidades a quem já anda nestas andanças á algum tempo e criando experiências novas a quem é novato na série.

Os modos World Tour, fighting Groud e Battle Hub complementam-se e permitem aos jogadores de todos os “escalões” entrarem em Street Fighter VI da forma mais adequada ao seu gosto, estilo e experiência.

Com variadas opções online e offline para explorar, Street Fighter VI é um jogo de luta bastante completo e robusto, que segue o ADN original da série e que irá fazer feliz todos os fãs da série.

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