Análise Star Fox Guard (Nintendo Wii U)

O velhinho Star Fox está de volta à nossa companhia. E está de volta a dobrar. No mês passado foram lançados dois jogos, Star Fox Zero e Star Fox Guard, para a sua lista que já se pode considerar bem composta. Ambos saíram para a Nintendo Wii U.

E a verdade é que se trata de um lançamento em grande, especialmente para os mais saudosistas deste peludo herói, piloto de naves espaciais do futuro.

O Pplware já teve ocasião de experimentar Star Fox Guard e deixa-vos agora as suas impressões.

Creio que merece a pena referir que a primeira impressão que sobressai em relação a Star Fox Guard é que se trata de um jogo que rompe com aquilo a que nos estávamos habituados. Deixando de lado a condução de naves espaciais e outros veículos futuristas do Universo Star Fox, o jogo centra-se numa jogabilidade estilo “Tower Defense” (tipo de jogos nos quais temos de defender uma base/infraestruturas de vagas sucessivas de inimigos).

De uma forma original (alguns poderão considerar algo rebuscada), a Platinium Games conseguiu criar algo bastante interessante. Mas vamos ver …

A história começa quando Grippy Toad (tio de Slippy Toad que todos vós deverão conhecer), director da companhia de mineração ‘Corneria Precious Metals Lda’, nos recruta para a defender duma horda de robots com motivações algo obscuras. Como a maior e mais profícua companhia de mineração do Universo, a ‘Corneria Precious Metals Lda’ tem instalações em vários planetas pelo que vamos ter de a defender em diversas localizações.

Esta é a ideia base do jogo e que parece ser simples e semsaborona. No entanto, a verdadeira magia encontra-se na forma como a Platinium Games nos colocou nas mãos a mecânica do jogo.

De uma forma resumida, cada uma dessas instalações mineiras tem um conjunto de 12 câmaras de vigilância, colocadas estrategicamente (podem ser mudadas livremente antes de começar as missões) e que permitem ver tudo o que se passa nas imediações. Cada câmara apresenta a possibilidade de disparar lasers contra as vagas de robots lançados conta as nossas instalações. Desta forma, a mecânica apresenta-se extremamente simples.

Se há uma coisa da qual Star Fox Guard se pode vangloriar é do uso bastante inteligente das potencialidades do GamePad da Wii U. Se por um lado, o ecrã da televisão mostra-nos o que cada uma das 12 câmaras de vigilância (as 12 encontram-se espalhadas em mini-ecrãs na periferia da TV, e ao centro encontra-se a câmara activa) vê, por outro o GamePad apresenta-nos um mini-mapa das instalações a proteger. É no GamePad que alternamos entre câmaras.

Cada câmara tem um numero que a identifica e tanto na TV como no Gamepad esse numero está sempre visível de forma que sabemos a qualquer momento qual a câmara para a qual estamos a olhar (televisão) e onde se encontra (no GamePad). Simples não é? Alternar entre câmaras é assim extremamente simples e rápida, bastando clicar no GamePad no numero respectivo e na televisão surge de imediato o que a câmara que activámos vê.

O conceito é fácil de perceber. Vemos um robot numa determinada câmara, activamos a câmara, fazemos pontaria e eliminamos o robot da face do planeta. Pois, mas se fosse só assim seria demasiado simples, certo?

Pois. A Platinium também achou o mesmo e apimentou um pouco as coisas. E bem! Além de haverem variados pontos de entrada nas instalações que os invasores tentam aproveitar, existem ainda vários tipos de robots, cada qual com as suas forças e fraquezas. E é isto que, adicionado às melhorias que vamos desbloqueando para as nossas defesas torna o jogo desafiante e extremamente viciante.

Existem dois tipos de robots que tentam obter o objectivo de destruir o núcleo da nossa instalação de mineração. Existem os de Combate que são armas volantes de ataque e cujo principal objectivo é o de destruir o núcleo e por outro lado existem os da Classe Caos que acima de tudo são robots de apoio aos da Classe Combate e que têm um conjunto de armas e habilidades que lhes permitem interferir com o funcionamento das câmaras.

Estes dois tipos de robots acabam por se complementar de uma forma extremamente linear e como veremos mais adiante são importantes na criação das nossas Squads online.

As habilidades dos diferentes robots permitem-lhes então ataques diferentes e com estratégias diversificadas pelo que o jogador terá de conhecer bastante bem as suas características antes de agir. E acreditem, a rapidez de acção é importante em Star Fox Guard.

Por exemplo, o Shieldtron é um robot da Classe Combate que possui um escudo que o protege a si e a outros robots, enquanto que o Cloack-R tem tecnologia stealth que lhe permite ser praticamente invisível, ou o Snailblazer que se assemelha a um caracol escalando as paredes não tendo assim de usar os corredores.

E estes são apenas alguns da Classe Combate, mas se estes adicionarmos mais os da Classe Caos como o Dishruptor que causa interferências nas câmaras, o K.O.F. Unit que lança nuvens de fumo reduzindo a visibilidade ou o Pausemo que substitui as imagens em tempo real por outras imagens então já dá para ter uma ideia dos sarilhos nos quais nos metemos.

No entanto nem tudo são más noticias e à medida que vamos avançando, vamos desbloqueando também melhorias para as câmaras, como por exemplo a possibilidade de fixar a mira em diversos robots em simultâneo, ou a possibilidade de desacelerar a velocidade dos robots. Tudo isto ajuda a equilibrar o jogo na vertente Campanha e permite uma preparação mais sólida das defesas das nossas bases no multiplayer.

E por falar no multiplayer, a Platinium Games decidiu emprestar a Star Fox Guard uma jogabilidade multiplayer (online) bem adequada ao tipo de jogo. À medida que vamos desbloqueando novos planetas e novos cenários em cada planeta, desbloqueamos também a capacidade de jogar esses cenários online. A ideia é a criarmos uma Squad (com as classes de robots que já desbloqueámos no modo Campanha) para penetrar as defesas de outros jogadores.

Para isso foi disponibilizado um editor relativamente fácil de usar que permite criar a nossa estratégia de invasão das instalações mineiras desse mundo fora. Existem alguns passos importantes na criação dessa estratégia:

1. Seleccionar os diversos tipos de robots a usar nesse cenário
2. Indicar os pontos de entrada de cada um deles e a altura em que vão ser largados
3. Determinar o percurso que cada um desses robots vai percorrer

O Editor está bem pensado e disponibiliza inclusive um sistema de preview que nos permite visualizar como se irá portar a nossa Squad na prática (permite ao jogador inclusive jogar contra essa sua Squad). Dito isto, e quando estivermos satisfeitos com a táctica criada, podemos fazer upload da Squad para a Cloud e esperar que outros jogadores joguem contra ela.

Escusado será de dizer que quanto mais evoluídos os robots que já tivermos encontrado no modo Campanha melhor, pois vamos poder usá-los nas nossas Squads. À medida que vamos ganhando ou perdendo jogos com as nossas squads vamos subindo ou descendo de ranking e é sempre reconfortante e recompensador vermos que a nossa táctica resultou algures por esse Mundo fora.

Saber agir e sincronizar as nossas acções é extremamente interessante pois existem diversos tipos de inimigos com ataques e poderes especiais que merecem atenção mais urgente.

De referir que no final de cada planeta temos ainda um combate com um Boss desse planeta. São combates mais exigentes mas acima de tudo apenas pela questão de alternância de câmaras pois descobrindo o ponto fraco do inimigo, torna-se uma questão de tempo.

Contrariamente ao que se poderia pensar, Star Fox Guard consegue pressentir quando começa a cair em repetitividade e é precisamente nesse preciso momento (através do desbloqueio de um novo robot, de uma nova melhoria para as câmaras, ou de um novo planeta) que consegue dar um safanão e trazer algo de novo.

Uma palavra final para o grafismo que não é nenhum assombro. Os diferentes planetas e respectivas instalações mineiras estão minimalistas e longe de serem estonteantes mas por outro lado, também não o precisam de ser sendo competentes quanto baste.