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Análise: Sniper Elite 3 Ultimate Edition (Nintendo Switch)

Sniper Elite 3, desenvolvido pela Rebellion Developments, desde cedo se tornou um ponto de referência no que respeita a shooters táticos quando foi lançado a meio desta década para PC e restantes consolas.

Agora, passado quase uma “mão cheia” de anos, eis que a série recebe honras de migração para uma nova plataforma, a Nintendo Switch.

O Pplware já deu uns tiros em Sniper Elite 3 Ultimate Edition.


Esta é uma das séries mais experientes do género, e existindo já desde o longínquo ano de 2005 após o lançamento do primeiro jogo Sniper Elite.

Sniper Elite 3 Ultimate Edition (a versão agora migrada e que tivemos o prazer de experimentar), transporta o jogador em missões de ação furtiva até aos palcos norte-africanos da 2ª Grande Guerra Mundial. A ação decorre então no Norte de África, numa altura em que Rommel ainda dominava da região e os aliados se encontravam em apuros.

O modo campanha do Sniper Elite 3 Ultimate Edition

O jogo apresenta uma campanha interessante e bastante fidedigna, e coloca-nos na pele de Karl Fairburne, membro da Office of Strategic Services. Fairburne é enviado para trás das linhas inimigas numa sucessão de missões para enfraquecer as forças nazis.

A campanha apresenta um formato tradicional e sem grandes invenções, assentando numa sequência de missões. Dessa forma, vão seguindo o enredo, levando o jogador ao longo de uma história pré-determinada.

Contudo, isto não quer dizer que o jogo seja limitativo, pois apresenta mapas bastante grandes e livres (e bastante bem desenhados, convém dizer) assim como uma grande liberdade de movimento e de decisão. Isto tudo aliado ao facto de haverem diversas missões e objetivos paralelos, significa que, mesmo havendo um enredo, o jogo permite ao jogador criar o seu caminho e palmilhá-lo ao seu ritmo.

Liberdade tática é um ponto forte do jogo!

A campanha, apresenta ainda uma particularidade bastante interessante: pode-se jogar as missões em cooperativo. Isso é extremamente empolgante, pois essa possibilidade de ter um outro sniper em ação, muda completamente a forma como a vamos idealizar e completar.

Contudo, mesmo a solo, o jogo oferece inúmeras formas de completar as missões e atingir os objetivos (principais ou alternativos). E essa variedade de objetivos a serem completados é um condimento que faz bem ao jogo, levando o jogador a pensar de forma diferente sobre a melhor forma de atingir cada um.

Diversidade de missões e objetivos, enriquecem a experiência!

A existência desses objetivos múltiplos trazem ainda uma outra dádiva que é o facto de impulsionarem o jogador a explorar o mapa em toda a sua dimensão e detalhe. E os mapas encontram-se na sua grande generalidade bastante bem desenhados com variados pontos de interesse a descobrir e investigar. Além disso, existem ainda bastantes colecionáveis a serem encontrados.

Como deverão já ter reparado, Sniper Elite 3 Ultimate Edition é um jogo que aconselha constantemente a uma abordagem mais metódica, mais lenta e mais ponderada.

E basta estar atendo ao jogo para se ter uma noção da quantidade de opções táticas que podemos usar em nosso favor no planeamento das nossas ações. Por exemplo, existem certas zonas nos mapas onde podemos usar sons ambientes (motor a trabalhar, uma turbina destruída) para camuflar os nossos tiros e assim evitar deteção.

Outro exemplo, quando damos um tiro que é ouvido pelo inimigo, durante um curto espaço de tempo temos a oportunidade de nos mover dali para fora e que, se não formos vistos, permite confundir a nossa posição.

Armadilhas, manobras de distração… existe muito mais que pode (e deve) ser usado em nosso favor para iludir a vigilância dos nazis.

No entanto, todas estas manobras e opções táticas seriam muito mais valiosas se não fosse bastante visível uma parte menos bem conseguida do jogo: a Inteligência Artificial.

Realmente a inteligência dos soldados inimigos varia do astuto (maior parte das vezes) para o completo imbecil (bastantes vezes) e isso fere em certos momentos a experiência do jogo.

É difícil de compreender como é que os guardas por vezes estão super-atentos a movimentos suspeitos enquanto que noutras alturas passam por corpos caídos no chão e não acham estranho, por exemplo.

Inteligência dos NPCs é…..limitada!

Um pormenor apenas para referir que os inimigos apresentam dois estados de alerta. Modo de Suspeição no qual tentam procurar algo sem saberem ao certo o quê, ou Modo Agressivo quando têm a certeza que algo se passa e entrando em modo de combate.

Sniper Elite 3 trata-se de um shooter que dadas as suas características faz com que a jogabilidade seja algo especifica. O que pretendo dizer é que apesar de ser um shooter, o jogador irá passar muito do seu tempo em movimentos stealth, procurando abrigo, escolhendo posições, matando pela calada (corpo-a-corpo).

Isto faz também com que o jogo seja claramente, um título que não será muito apreciado para quem prefira shooters mais tradicionais ou jogos com ação mais frenética. Não consigo ver fãs acérrimos de Call of Duty por exemplo, a serem os principais consumidores deste jogo, muito sinceramente.

Mas nem tudo é mau, claro. O jogo tem muitos outros pontos bastante fortes e que têm sido fortalecidos ao longo dos anos. Um desses exemplos é precisamente aquilo que qualquer jogador de Sniper Elite 3 anseia: o tiro fatal a mais de 100 metros.

Animações dos killings estão fantásticas!

Quem conhece a série sabe ao que me refiro. Trata-se de sequências animadas que ilustram os nossos tiros de sniper e que acompanham a evolução da bala desde o momento em que saem do cano da arma, até ao momento em que estilhaçam um crânio ou um tórax de um soldado inimigo (vistos sob uma filmagem tipo Raio-X).

Estes são os pontos altos do jogo e, de uma forma um pouco obscena, são aqueles momentos que gostamos de ver e rever e nesse capitulo a Rebellion manteve a bitola e encontra-se soberbo. Encontrar uma vítima; apontar a mira; prender a respiração; soltar a bala! Brutal!!!

Até o Efeito Coriolis no movimento e trajetória das balas foi pensado e implementado e à primeira vista, se encontra bastante decente. E em Sniper Elite 3 temos a possibilidade de dar tiros de 300 metros ou mais… impressionante!

Os DLCs

Com todos os DLCs lançados desde o dia D, Sniper Elite 3 Ultimate Edition corresponde à migração completa do jogo para a consola Nintendo Switch, o que trazia consigo alguns receios, dadas as particularidades deste tipo de jogos e as limitações da própria plataforma.

E era precisamente uma dessas particularidades (modo handheld) da consola que mais receios levantava. Como é sabido, a Switch é uma consola que “junta o melhor de dois mundos” e uma migração de um jogo deste género levanta sempre questões mas a realidade é que, acabaram por ser infundadas.

Apesar de não ter um grafismo exuberante, o jogo está bastante decente na Switch e quando em mobile nota-se muito pouca perda de qualidade ou visibilidade. Mas convém referir que… não e a mesma coisa que jogar em TV, claro!

O Sniper Elite 3 Ultimate Edition está disponível também disponível para PS4, PS3, Xbox One, Xbox 360 e PC.

Existem ainda modos online para 8 jogadores em simultâneo que tanto podem ser interessantes como extremamente monótonos. No Cross (modo claramente para sniper), Distance Kill (quanto mais longe melhor) serão os mais apetecíveis.

Contudo, um dos modos mais interessantes é o Overwatch, que nos permite a possibilidade de se jogar em coop com outro amigo no qual um dos jogadores é o spotter e o outro faz de sniper.

Veredicto

Sniper Elite 3 Ultimate Edition para a Nintendo Switch traz todos os DLCs e correções lançadas até à data para o jogo. Nesse sentido, é sem dúvida um bom jogo para apreciadores do género. Misturando ação, com tática e movimentos stealth em mapas bastante bem desenhados, o jogo proporciona bons momentos. Uma particular referência às animações dos tiros certeiros que continuam top.

Finalmente, a fraca Inteligência Artificial é a pedra no sapato que por variadas vezes mina a experiência de jogo.

Sniper Elite 3

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