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Análise Sky Force Anniversary Edition (Xbox One)

Parece impossível, mas já faz mais de 40 anos que surgiram os primeiros salões de jogos onde se podia jogar um pouco de tudo, desde jogos de luta, de carros, futebol ou simuladores. Por muitos considerados locais de culto e diversão, por outros denominados por antros de vícios, o que é certo é que estes salões de jogo fazem parte da nossa história e da nossa evolução enquanto gamers.

Quem não se lembra de jogos como Street Fighter, Out Run, Donkey Kong, Double Dragon, Mortal Kombat ou Tetris, entre muitos outros??

Hoje venho falar-vos de, Sky Force Anniversary Edition, um jogo recentemente lançado para Xbox One (o original foi lançado em 2004 para mobile) que traz muito boas recordações … vejam lá se lembram-se que jogo faz lembrar Sky Force?

Tal como os antigos jogos de máquina dos quais Sky Force descende directamente, não esperem um simulador de voo intrincado. Aliás, não esperem sequer um simulador de voo. O jogo apresenta uma jogabilidade totalmente e unicamente arcade.

Sky Force é um jogo Arcade “old school” no qual a acção decorre numa perspectiva vertical e na qual o nosso avião voa avança sem parar, surgindo inimigos de todos os quadrantes do ecrã (alguns a voar, outros no mar, outros em terra).

Sendo completamente secundária, a história é completamente relegada para segundo plano, bastando reter que somos um piloto de aviões de combate que tem como missão a de deter uma organização com grande poder militar, liderada por um General Mantis que pouco ou nada tem de interessante.

Como seria de esperar, toda a acção passa-se no ar tendo como papel de fundo alguns cenários mistos e assim tão depressa sobrevoamos água, como florestas, como zonas de montanha, como instalações inimigas, … tudo isto com um grafismo bastante bom e em alguns momentos, exuberante mesmo.

O grafismo de Sky Force encontra-se deliciosamente detalhado. Particular atenção às nuvens que ocultam os inimigos.

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E é assim que ao longo de 9 curtos níveis (curtos pois fica-se sempre com vontade de jogar só mais um pouco) que evoluímos na acção frenética de destruir tudo o que se mexa ao longo dos cenários deliciosamente criados pela equipa da Infinite Dreams.

Para tal a arma que temos ao nosso dispor, é o nosso avião que no inicio é bastante fraco (apenas um canhão principal), quer em termos ofensivos (armamentos), quer defensivos (armadura). No entanto, isso não é problema pois ao se ganhar créditos no decorrer dos cenários, vamos desbloqueando novos ataques e melhorias para os antigos.

Acima de tudo, existem dois tipos de acessórios que podemos adquirir/melhorar para o nosso avião. Por um lado temos novas armas (e respectivas melhorias) a desbloquear, como por exemplo, canhões em cada asa ou lança-misseis. É claro que pela altura em que se adquirem estas novas armas, elas se encontram com poder de fogo fraco e com o decorrer dos jogos e novos créditos ganhos podemos-las ir melhorando (até ao nível 8, cada).

A mega bomb é a bomba mais potente e permite destruir todos os inimigos do ecrã mas tem custos muito elevados.

Por outro lado, temos também acrescentar outros elementos ao nosso avião de forma a melhorar a sua performance e que não estão relacionados com a componente bélica. Por exemplo, podemos melhorar a estrutura do avião de forma a aumentar a sua armadura e assim aguentar mais dano da parte dos inimigos. Podemos inclusive implementar no avião um íman que permite capturar mais facilmente os créditos que os inimigos derrotados deixam ao serem destruídos.

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E por falar em inimigos … temos bastantes e variados e para todos os gostos. Uma vez que os cenários decorrer sobre terra e mar temos um pouco de tudo. Por um lado temos os inevitáveis aviões e helicópteros inimigos. Do outro lado, temos tanques, barcos, lanchas, bunkers e infraestruturas gigantescas a destruir.

E depois há os bosses. Sim, cada nível tem, como seria de esperar, um combate final com um (ou mais) boss inimigo (avião, navio de guerra, …). E, se os combates até então são frenéticos e excitantes, estes confrontos com os bosses são bastante exigentes e ainda mais empolgantes (até ao próprio General Mantis).

Cada tipo de inimigo tem o seu próprio ataque (ou ataques) e, enquanto que alguns servem apenas para “encher chouriços” existem outros que são bastante desafiantes, e não estou a referir-me apenas aos bosses. Em determinadas alturas, é tal a quantidade e diversidade de inimigos no ecrã que temos de decidir quais os primeiros a abater… ou não. Sim, também é preciso saber não ir a todas especialmente nos primeiros níveis em que temos de saber dosear a nossa vontade de destruir tudo, tendo em atenção o estado mais fraco do nosso avião.

Em Sky Force exige-se rapidez de reflexos e dedo preciso no analógico.

Ao longo dos cenários vamos também tendo alguns outros pontos de interesse e que dão pontos. Por exemplo, existem diversos soldados no solo, à espera de serem salvos (o salvamento consiste em manter o avião por cima deles por 2/3 segundos). O salvamento destes soldados é extremamente importante tal como poderão ler mais adiante.

Contudo, ao se jogarem e repetirem os cenários de Sky Force fica-se com uma sensação de repetibilidade excessiva nas rotinas dos inimigos. Acredito que nos tempos idos que mencionei ao inicio do artigo, este aspecto fazia sentido e as próprias limitações tecnológicas da altura levavam a isso mas nos tempos que correm, creio que o jogo só teria a ganhar com um pouco de aleatoriadade nos comportamentos dos aviões e navios da IA.

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Ao inicio os níveis encontram-se todos (à excepção do primeiro, claro) bloqueados e a mecânica de desbloqueio que a Infinite Dreams implementou leva a que o jogador tenha de ganhar um determinado número de Estrelas. Cada nível tem quatro desafios distintos para serem concluídos. Por exemplo, salvar todos os soldados aprisionados ou destruir mais de 80% das forças inimigas e ao se completarem esses desafios ganhamos essas Estrelas que são importantes para o desbloqueio do próximo.

Sistema simples mas que na prática obriga a que o jogador tenha praticamente de limpar todos os desafios dos níveis anteriores para avançar para o seguinte, o que por sua vez leva a que o jogador tenha de jogar vezes e vezes sem conta os níveis iniciais para ganhar os créditos suficientes para melhorar a sua nave e terminar cada nível com maior facilidade.

Com um preço de 9.99$ Sky Force é uma ocasião extraordinariamente interessante para todos os amantes deste tipo de recordações!

Veredicto:

Sky Force Anniversary para Xbox One é um bom Regresso ao Passado. É o típico jogo que vai agradar a todos os jogadores “old school”, amantes dos velhinhos shoot-em-up arcade que populavam (e ainda populam) os salões de jogos de antigamente. E mais … é daqueles jogos que dada a sua simplicidade, facilmente cativará jogadores mais “novos”.

A repetibilidade nas rotinas da IA, adicionadas ao facto de se terem de repetir os mesmos mapas para garantir créditos e Estrelas suficientes para avançar tornam-se o seu ponto mais negativo.

Dito isto, Sky Force Anniversary é uma boa opção, especialmente nesta altura natalícia …

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