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Análise: Samsung Galaxy A9, são mesmo necessárias 4 câmaras num smartphone?

O mercado de smartphones está em constante evolução e a sua segmentação não é feita de forma categórica. Atualmente, numa certa faixa de preços, podemos encontra “topos de gama low cost” e equipamentos de “média-alta gama premium”.

O Samsung Galaxy A9 insere-se nessa faixa de mercado que tem um nível de concorrência bastante assinalável. Mas em que segmento concreto o Galaxy A9 se insere? Terá argumentos para a restante oferta disponível no mercado? Fique a conhecer tudo na nossa análise ao Samsung Galaxy A9!


Características gerais do Samsung Galaxy A9

O principal destaque do Samsung Galaxy A9 vai, indubitavelmente, para os seus quatro sensores fotográficos. Foi o primeiro smartphone Samsung equipado com quatro câmaras traseiras e, deste modo, as expectativas para os resultados fotográficos são altas.

Não obstante, e tendo em conta que este equipamento se insere numa categoria de mercado bastante próxima dos topos de gama, o Samsung Galaxy A9 tem muito mais a oferecer do que versatilidade na hora de tirar fotografias.

O ecrã infinito de 6,3″ é também um dos destaques do Samsung Galaxy A9. Nesse sentido, não contém notch e o painel tátil ocupa cerca de 80,1% da área frontal do equipamento. Ou seja, é bastante aceitável. Como é típico da Samsung, a tecnologia usada no ecrã é a sua Super AMOLED e, no caso do Samsung Galaxy A9, a resolução é FHD+ numa proporção 18,5:9.

Em seguida, olhando para o design, segue as linhas típicas da Samsung que são das mais aclamadas do mercado. Contudo, o Samsung Galaxy A9 foi ainda buscar inspiração ao degradê que a Huawei protagonizou com o P20 Pro.

A Samsung destaca ainda a possibilidade de expandir memória de armazenamento até 512 GB sem perder a capacidade de Dual SIM. Além disso, o Galaxy A9 está disponível em três cores: rosa metalizado, preto caviar e azul boreal (cor no modelo em análise).

Pode consultar as especificações completas do Samsung Galaxy A9 aqui.

Na caixa

Design e Construção

O Samsung Galaxy A9 segue as linhas mais modernas da Samsung, com provas dadas no mercado. Em suma, é um telemóvel que transmite qualidade e um apuramento premium. Isto deve-se inegavelmente ao design da Samsung, mas também aos materiais escolhidos na sua construção.

Como é hábito, os modelos superiores da marca coreana destacam-se por uma construção maioritariamente em vidro e as laterais do equipamento em metal. A transição entre as diferentes faces e materiais do smartphone são feitas de forma harmoniosa, com arestas boleadas, o que contribui para o seu aspeto de topo de gama.

A traseira e as 4 câmaras

Na face traseira do Samsung Galaxy A9 encontramos o seu principal destaque: o módulo fotográfico com quatro sensores. Colocado no canto superior esquerdo num “formato de semáforo”, apresenta alguma saliência, mas nada que seja considerado muito significativo ou incómodo. Pessoalmente, prefiro um enquadramento central das câmaras, como a Huawei concretizou com o Mate 20 Pro. Contudo, esta solução da Samsung não é desajustada.

Nesta mesma face encontramos ainda uma referência protagonizada pelos smartphones Huawei… O efeito degradê no vidro traseiro. Esta característica concede ao equipamento um aspeto muito esbelto. Que é, aliás, muito apreciado pelos utilizadores, apesar de o vidro traseiro ser pouco resistente a riscos que acabarão por degradar gradualmente o aspeto do terminal.

Ainda na traseira do smartphone podemos encontrar o sensor de impressões digitais. No entanto, é algo pequeno e um pouco lento, apesar de ter melhorado muito a sua eficácia com as atualizações de software que o Samsung Galaxy A9 recebeu ao longo do período de análise.

Na frente

Na face frontal o grande destaque é obviamente o painel tátil que ocupa cerca de 80,1% da área desta face do equipamento. Mesmo sem recorrer ao notch consegue um aproveitamento bastante satisfatório. Nesta face podemos ainda encontrar o auscultador para chamadas telefónicas, a câmara frontal e os típicos sensores.

As laterais

Na lateral esquerda está localizado o botão Bixby. Na lateral inferior, a porta USB-C, o microfone, jack 3,5 mm e altifalante Mono. À direita o Samsung Galaxy A9 tem os típicos botões de Power e volume. Por fim, na lateral superior existe um outro microfone e a slot para os cartões SIM e o cartão microSD.

Interface e Desempenho

Tendo em conta a gama em que o Samsung Galaxy A9 se insere, as exigências em torno da performance são altas! Por exemplo, os smartphones OnePlus enquadram-se no mesmo segmento de mercado em termos de preço e apresentam um desempenho exímio. Sendo assim uma verdadeira referência.

Para cumprir com um desempenho convincente, a Samsung equipou o Galaxy A9 com um Qualcomm Snapdragon 660 e 6 GB de RAM, para além do Android 8.0.0 (receberá o Android 9 Pie no próximo mês de abril) e Samsung Experience 9.0. A interface da Samsung é bastante bem concebida e leve, é notório que houve bastante trabalho de otimização no seu desenvolvimento.

Mesmo assim, conseguirá o Samsung Galaxy A9 ombrear os seus concorrentes diretos no que ao desempenho diz respeito? A resposta dependerá muito do perfil de utilização do equipamento, mas, em geral, fica aquém de equipamentos como o OnePlus 6, Pocophone F1 e demais alternativas.

Mas o desempenho é mau?

O desempenho do Samsung Galaxy A9 não é mau, muito pelo contrário. Os 6 GB de RAM garantem uma transição entre aplicações feita de forma muito célere. Além disso, consegue ter várias aplicações a correr em segundo plano sem prejuízo aparente na experiência de utilização.

Contudo, quando submetido a utilizações mais intensivas, como, por exemplo, na execução de jogos, é bem visível a décalage de hardware entre o Galaxy A9 e alguns topos de gama que estão no mercado pelo mesmo preço. Ainda que o desempenho não seja mau, volto a reforçar.

Esta foi uma escolha da Samsung, ao equipar o Galaxy A9 com um processador de gama média, que também confirma que este equipamento não aspira a ser um topo de gama. Para compensar, otimizou bastante a sua interface do Android.

Um ponto positivo é o resfriamento do smartphone. Ao longo de todo o período de análise nunca senti incómodo provocado por sobreaquecimento.

Testes de Benchmark

Para comparação, efetuámos testes de benchmark que revelam a capacidade ao nível de processamento e gráfico do Samsung Galaxy A9.

Antutu: 141791 pontos.

Geekbench 4:

Multimédia: Ecrã e Som

Os ecrãs da Samsung são reconhecidos pela sua qualidade, estando, aliás, entre os melhores do mercado. A sua tecnologia Super AMOLED tem provas dadas e o Samsung Galaxy A9 herdou essas qualidades.

O ecrã de 6,3″ com resolução Full HD+ e proporção 18,5:9 apresenta boas cores, com tonalidades vividas, mas não demasiado saturadas. ACom efeito, apesar de não ter uma resolução tão alta quanto o Samsung Galaxy S9+, os elementos são vislumbrados de forma nítida e com bastante contraste. Sendo um ecrã AMOLED, os tons negros são bastante profundos, como seria de esperar. Além disso, as tonalidades mais brancas em ecrãs AMOLED podem ter tendência para perder fidelidade, mas neste caso tal não foi registado.

Em seguida, a visualização sob intensa luminosidade, quer seja solar ou artificial, é bastante boa. De tal forma que nunca tive dificuldades em observar as informações do ecrã quando este estava configurado no modo de brilho automático.

O ecrã sempre ligado, Always On Display, permite ter sempre acesso a uma série de informação personalizada pelo utilizador, com o ecrã em standby. Esta funcionalidade tira partido da tecnologia Super AMOLED que permite que apenas alguns píxeis, os necessários para transmitir a informação, permaneçam ligados, minimizando assim o consumo de energia. Em conclusão, durante um ciclo de bateria, este ecrã consume apenas 1% de energia.

O quesito som do Samsung Galaxy A9 tem duas nuances. Quando usado com headphones, suporta Dolby Atmos e as melhorias são assinaláveis, conseguindo uma excelente qualidade sonora. Por outro lado, quando usado o altifalante embutido, o som atinge volumes suficientemente audíveis, mas com alguma distorção e um agudos demasiado acutilantes e agressivos. A presença de jack 3,5 mm é sempre algo a louvar e que cada vez mais é incomum de encontrar.

Câmara: fotografia e vídeo

O grande destaque do Samsung Galaxy A9 está na sua capacidade fotográfica, que a marca coreana afirma ser de excelência. Foi o primeiro smartphone a fazer uso de quatro sensores fotográficos na sua traseira… Mas será que isto se reflete numa qualidade fotográfica notável?

Os quatro sensores fotográficos do Samsung Galaxy A9 consistem numa câmara ultra grande angular (8 MP, F2.4, 120º), uma câmara teleobjetiva (10 MP, F2.4, 2x zoom ótico), câmara principal de 24 megapíxeis com abertura F1.7 e uma câmara de profundidade (5 MP, F2.2). Ao analisar o arsenal de câmaras dá para constatar de imediato a versatilidade deste conjunto, de forma que temos uma lente especializada em várias condições.

De facto é verdade e o Samsung Galaxy A9 consegue boas fotografias durante o dia, sob boas condições de luminosidade. Contudo, a verdadeira prova dos nove está em fotografias noturnas e nestes casos o Galaxy A9 fica um pouco aquém das expectativas. Por exemplo, em condições de pouca luz, as fotografias apesar de boas, apresentam granularidade acima do esperado e o contraste entre elementos não é o melhor.

Com efeito, este resultado levanta a questão da utilidade das quatro câmaras traseiras… Por um lado, proporcionam mais especificidade a cada um dos sensores, mas, por outro lado, do ponto de vista pragmático, tal acaba por não se verificar em melhores fotografias.

Quanto à velocidade de captura, está perfeitamente dentro do normal e a app da câmara da Samsung está recheada de funcionalidades. Incluindo assim o modo Pro que permite que o utilizador possa ajustar vários parâmetros das fotografias.

Pouca luminosidade: modo automático, zoom ótico 2x e grande angular

Luz do dia: modo automático, zoom ótico 2x e grande angular

Noite: modo automático, zoom ótico 2x, grande angular e optimizador cenas

Luz do dia: modo automático e optimizador de cenas

Efeito bokeh

Efeito Bokeh

Relativamente a vídeo, suporta gravação em 4K, mas a estabilização é fraca e os vídeos ficam extremamente “tremidos”. Nas restantes resoluções está presente estabilizador eletrónico que produz resultados satisfatórios. No entanto, caso tivesse OIS certamente seriam registados vídeos mais estáveis.

Bateria e Autonomia

O Samsung Galaxy A9 tem uma bateria de 3.800 mAh. Inclui tecnologia de carregamento rápido, mas não suporta carregamento sem fios. Além disso, esta bateria demora perto de 94 minutos a carregar na totalidade. Não é o equipamento mais rápido, mas encontra-se dentro do expectável. Afinal, carrega 36% na primeira meia hora, como é visível no gráfico abaixo.

No que toca à autonomia, o Galaxy A9 é um equipamento bastante convincente. É possível, sem muita dificuldade, alcançar os dois dias de autonomia, num perfil de utilização moderado, com sincronizações ativas de vários serviços em segundo plano, etc.

Efetuámos o teste de autonomia da PC Mark, com o brilho regulado a 50%. Em conclusão, o Samsung Galaxy A9 consumiu 60% da bateria (80% aos 20%) em 9 horas e 13 minutos, sendo um resultado acima da média.

Veredicto

O Samsung Galaxy A9 é a investida da marca coreana num smartphone que se situe na categoria abaixo do Galaxy S9. É um mercado bastante competitivo, com presença de diversas marcas chineses que oferecem muito por muito pouco. A Samsung tentou assim uma abordagem diferente, em que não se foca na performance pura do equipamento, mas sim no design e na câmara.

O ecrã do Samsung Galaxy A9 é bastante bom, apresentando uma qualidade acima da média como é apanágio da Samsung. Por outro lado, a ausência de notch (que é um elemento ainda deveras controverso) terá um peso positivo para uma boa parte dos utilizadores.

O design é bastante apelativo e o degradê aplicado no vidro traseiro dá um toque especial ao equipamento. O desempenho, apesar de não conseguir estar ao nível de concorrentes como o OnePlus 6, consegue ser convincente. Obviamente, não proporcionará uma experiência de utilização exímia num perfil mais intensivo, e isso poderá ser um fator limitante deste equipamento para alguns utilizadores.

A câmara, composta por quatro módulos traseiros, é o proclamado porta-estandarte do Samsung Galaxy A9. As quatro câmaras mostram-se capazes de registar boas fotos, mas as fotografias não são surpreendentes. Assim, pode questionar-se a necessidade de ter quatro sensores fotográficos na traseira do smartphone.

O preço

O PVP inicial do Samsung Galaxy A9 colocava-o como um investimento elevado e pouco rentável, ao custar cerca de 600€. O Galaxy A9 não tem argumentos para justificar tal preço, sendo que o próprio S9 já se encontra por esse valor.

No entanto, em vários locais, o Samsung Galaxy A9 já se encontra por cerca de 400€, o que é bastante ajustado para o equipamento e que lhe concede uma boa expectativa no que toca ao seu sucesso comercial.

O Pplware agradece à Samsung a cedência do Samsung Galaxy A9 para análise.

Samsung Galaxy A9

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