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Análise Residen7 Evil: Biohazard (Playstation 4)

É impossível vermos os perigos que se escondem na escuridão, atrás de uma porta, ou do outro lado de uma parede. A casa é devoluta, parece desabitada há muito tempo, mas está viva. A sua energia é palpável e oprime-nos de tal forma que qualquer passo em frente é um salto para o desconhecido.Estamos na casa da família Baker, na plantação Dulvey, no Louisiana e é neste cenário que decorre a acção do último lançamento da série Resident Evil: Residen7 Evil: Biohazard.

O Pplware fez uma incursão por esta “casa dos horrores” e dá-vos um pequeno vislumbre de um ambiente decrépito e opressivo onde o que interessa é sobreviver.

Depois da desilusão que foram os últimos lançamentos da série Resident Evil – principalmente Resident Evil 5 & 6 – a Capcom traz-nos agora a versão 7 deste jogo que tem nos ombros a responsabilidade de fazer esquecer os falhanços do passado. E, embora Resident Evil 7: Biohazard não seja o melhor jogo da série, consegue de forma fantástica o retorno da saga ao registo de survival-horror a que já nos tinha habituado.

Tudo se inicia quando Ethan recebe um simples e-mail da sua esposa, Mia, que se encontra desaparecida há 3 anos: “Vem buscar-me!”. Ethan parte em busca de Mia e dá por si a chegar a uma mansão decrépita, situada numa obscura plantação no meio do Louisiana rural.

Assim que se entra na casa percebe-se a enorme aposta da Capcom em criar um ambiente aterrorizante e que obrigue o jogador a estar permanentemente em alerta. Tudo no aspecto gráfico foi pensado para nos causar uma sensação de impotência e de incerteza. O cenário está extremamente bem desenhado e os detalhes são mais que muitos: é possível distinguir os sinais de desgaste nas estruturas de madeira, o lixo deixado pelo chão das várias divisões da casa e a sujidade existente nas paredes. Tudo estrategicamente pensado para aumentar o nível de ansiedade no jogador.

 

“Somos prisioneiros de uma perversa família de psicopatas. Um autêntico pesadelo…”

Embora a casa principal não seja muito grande – e apesar de termos acesso a outras infra-estruturas da plantação – é neste edifício decadente que decorre a maior parte do jogo. Percorrendo as várias divisões, compete-nos levar Ethan a escapar deste pesadelo – de preferência com Mia – evitando, sempre que possível, os membros da sinistra família Baker – Jack, a sua esposa Marguerite e o filho Lucas – que tudo farão para impedir a nossa fuga. Mas nem sempre é possível evitá-los e, nessas situações, teremos mesmo de usar a força para conseguirmos escapar e seguir em frente.

Os personagens da história encontram-se bastante bem idealizados e construídos, tendo cada um uma personalidade própria. Jack, o pai, é claramente o cérebro da família: é ele quem comanda as operações e é quem nos vai dar mais dores de cabeça. A mãe, Marguerite, é uma personagem tresloucada e histérica que nos causa arrepios de cada vez que se aproxima. O filho, Lucas, é um jovem aterrador mas que dá a ideia de preferir colocar entraves à nossa progressão ao invés de nos confrontar directamente.

Existe ainda uma outra personagem, Evelyn, uma idosa confinada a uma cadeira de rodas e à volta da qual roda toda a trama deste jogo. Apesar do seu aspecto frágil e indefeso, Evelyn é uma peça fundamental na história.

Embora o contacto com estes personagens seja constante e acabemos por nos sentir permanentemente ameaçados por eles, depressa chegamos à conclusão de que a sua grande falha reside no nível de IA que lhes foi conferido, sendo pouco difícil escaparmos de um encontro mais ameaçador.

 

“O detalhe gráfico da mansão Baker ajuda, e de que maneira, a criar um ambiente absolutamente tenebroso e inquietante.”

Contudo, os encontros com os habitantes da mansão são, sempre que possível, de evitar. A verdade é que, mesmo estando na posse de uma arma de fogo, o sentimento de impotência e de vulnerabilidade é grande, o que nos leva, automaticamente a não querer confrontar nenhum dos personagens principais de forma directa. Como em qualquer bom jogo de survival-horror, as armas e as munições são escassas. Resident Evil 7: Biohazard não é excepção e teremos de explorar bem a mansão e recolher o máximo de itens que encontrarmos para que possamos estar precavidos no caso de qualquer eventualidade. Como é evidente, a escassez de recursos leva-nos a ter de ter bastante cuidado com a forma como os usamos. Cada bala tem de ser racionada e cada tiro tem de ser o mais certeiro possível. Gastarmos a maioria dos nossos recursos numa situação de confronto directo pode trazer-nos alguns dissabores mais à frente.

Para além das armas, das munições e dos kits médicos que nos permitem repor os nossos níveis de saúde e de energia depois de um combate, podemos encontrar espalhados pela mansão alguns puzzles que temos de resolver para podermos ter acesso a locais secretos dentro da própria casa. Ainda assim, estes puzzles são escassos e relativamente fáceis de resolver pelo que se pode dizer que os mesmos não constituem um desafio difícil de ultrapassar.

Iremos também encontrar algumas cassetes de VHS que podemos ver no vídeo que se encontra na mansão. Estas cassetes apresentam-nos episódios jogáveis que nos ajudam a compreender um pouco melhor a história do jogo, o passado da família Baker e alguns dos terríveis acontecimentos que ocorreram na plantação Dulvey.

 

“Há muito por onde explorar, mas o perigo espreita ao virar de cada esquina e atrás de cada porta.”

Uma última palavra deve ser dirigida ao efeito sonoro conferido ao jogo. É nele que assenta a maior parte da carga emocional e de tensão presente em Resident Evil 7: Biohazard. A aposta para criar um ambiente tenebroso e assustador não caí no terror cliché utilizado em muitos filmes, onde o susto fácil é conseguido através de situações inesperadas e potencialmente perigosas. Em Resident Evil 7: Biohazard a sensação de incerteza e de vulnerabilidade permanente é conseguida com a utilização quer de música de fundo quer dos sons da própria casa à medida que a percorremos. O acelerar da música conjugado com o som de uma porta a bater ou até da madeira que compõe o soalho a ceder é o suficiente para nos fazer querer olhar por cima do ombro a cada passo que damos.

Veredicto

Resident Evil 7: Biohazard é, sem dúvida, o regresso de uma das maiores sagas dos videojogos ao registo survival-horror de onde nunca se deveria ter afastado. Com um cenário extremamente bem desenhado e efeitos sonoros excelentes, este jogo coloca-nos no centro da acção graças à sua perspectiva de primeira-pessoa. O ambiente do jogo é aterrorizante e a sensação de vulnerabilidade é permanente. Depois da desilusão causada por lançamentos anteriores da série, Resident Evil 7: Biohazard é uma lufada de ar fresco aconselhável a qualquer amante de bons jogos. Só não recomendamos que o joguem à noite e às escuras…

Residen7 Evil: Biohazard

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