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Análise Ratchet & Clank: Uma Dimensão à Parte (Playstation 5)

Com cerca de 20 anos de existência, Ratchet & Clank é um dos jogos de plataformas e aventura mais conhecidos e mais apreciados do planeta.

O simpático e divertido Lombax (espécie de Ratchet) e o seu fiel amigo robótico, Clank, têm passado ao longo das últimas duas décadas por algumas das mais bem dispostas e descontraídas aventuras da Galáxia e agora, surge-nos Uma Dimensão à Parte (Rift Apart) que os leva (literalmente) a uma outra dimensão.

Nós já experimentámos Ratchet & Clank: Uma Dimensão à Parte e vimos como é o mundo de Ratchet & Clank na Playstation 5.


São um dos pares de heróis de videojogos mais simpáticos das últimas décadas, e estão de regresso e com honras de estreia na consola de última geração da Sony, a Playstation 5. São, o Lombax Ratchet e o seu parceiro de aventuras, o robot Clank.

Ao longo dos últimos 20 anos, são vários os jogos deste par de personagens que têm sido lançados e em comum, todos partilham uma jogabilidade acessível, extremamente viciante, e uma boa disposição galopante. Ratchet & Clank é claramente um dos ícones de jogos de plataformas.

E na sua essência, Uma Dimensão à Parte é precisamente isso… um jogo de plataformas com uma jogabilidade na terceira pessoa e com uma liberdade de movimentos desconhecida na série, até à data.

Com efeito, existem zonas do jogo, nas quais, não só a dimensão dos mapas como também a liberdade que temos para as explorar são simplesmente fantásticas. É claro que haverá sempre um caminho a percorrer e objetivos bem traçados a cumprir (pressionar R3 mostra-os), mas é de louvar a liberdade que dispomos para explorar estes locais maravilhosos e descobrir muitos dos seus segredos e tesouros.


Uma Dimensão à Parte

A aventura dos nossos heróis, tem início no decorrer duma cerimónia de homenagem a Ratchet e Clank e ao seu esforço por manter a ordem e paz. Nessa cerimónia, que também serve para nos apresentar os comandos e um pouco da jogabilidade, Clank oferece ao seu amigo um Dimensionador.

O Dimensionador é um aparelho que permite viajar entre dimensões e que seria extremamente útil para ajudar Ratchet na sua procura pela sua família e outros Lombaxes.

No entanto, a meio da cerimónia eis que surge Nefarious (o mauzão da festa) e que numa aparatosa sucessão de combates e peripécias, consegue apanhar o Dimensionador.

Na tentativa de reaver o Dimensionador a nossa dupla persegue Nefarious e no decorrer da ação ocorre um acidente e o universo começa a apresentar falhas, que são passagens para outras dimensões. Ratchet e Clank são sugados para outra dimensão, mas separados e por coincidência, ambos acabam por encontrar os seus pares dessa mesma dimensão.

É assim, neste Universo alternativo em que Nefarious reina, que encontramos a Rivet, uma Lombax fêmea e KT, a versão feminina de Clank.

Agora, os nossos amigos têm de encontrar neste universo alternativo, peças que lhes possibilitem a criação de um novo Dimensionador e retomar a normalidade em ambas as dimensões.

A introdução de Rivet e Kit é feita de uma forma suave e à medida que avançamos no jogo, vão-nos sendo apresentados pedaços da história de cada personagem que acabam no final por encaixar bem e dar uma maior consistência ao jogo.


Jogabilidade

Ratchet & Clank: Uma Dimensão à Parte é, tal como o ADN da série exige, um jogo de plataformas e aventura. No entanto, trata-se de uma experiência como até à data, nem Ratchet ou Clank tiveram o prazer de ter. Isto pois a Insomniac Games pegou no melhor dos jogos anteriores e esticou algo muito superior. E ainda teve tempo e disponibilidade para acrescentar um punhado de ideias novas.

O jogo baseia a sua história na existência destes portais para outra dimensão e este conceito interdimensional poderia facilmente ser explorado mais profundamente. Acho no entanto, que a Insomniac fez bem em aligeirar a coisa, tornando o jogo simples.

Uma Dimensão à Parte pega no que de melhor já se fez com Ratchet & Clank e estica até limites nunca antes explorados.

No entanto, o uso das dimensões é usado também de forma extremamente criativa, como mecânica nos próprios níveis. Por exemplo, em dada ocasião, temos de alternar entre dimensões para conseguir avançar num cenário obstruído por obstáculos em cada dimensão. Alternando entre cada dimensão, à vez, vamos avançando gradualmente até chegar onde pretendemos.

Existem ainda, várias arenas (chamemos-lhes assim) dimensionais acessíveis em vários locais por onde passamos e que nos permitem obter recompensas extremamente valiosas.

Na procura pelas peças vamos ter de nos deslocar de planeta em planeta, e dessa forma, é assim que a aventura vai seguindo. Alternando entre Ratchet (e KT) e Rivet (e Clank) seguimos numa sucessão de mundos e locais que arregalam os olhos com tanta cor, vida e beleza.

O uso dos portais dimensionais encontra-se simples e perfeitamente encaixado na história do jogo.

Existem ainda aberturas dimensionais que, não servindo para entrar noutras dimensões, nos permitem com recurso a uma espécie de gancho como o do Batman, saltarmos para perto delas. No decorrer dos combates é extremamente importante, pois permite-nos apanhar os inimigos desprevenidos ou aproximarmos-nos de caixotes de munições.

Durante grande parte do jogo, controlamos Ratchet ou Rivet mas, não KT e Clank também têm os seus momentos altos em particular em sequências de puzzles que nos surgem em alguns cruzamentos interdimensionais. A maior parte desses quebra-cabeças são simples mas requerem um pouco de raciocinio lógico e análise do cenário envolvente para serem ultrapassados.


Lombaxes de Armas

Ratchet & Clank: Uma Dimensão à Parte apresenta um sistema de combate divertido e vasto que já apresenta algum tipo de estratégia. Isto, pois, temos ao nosso dispor, várias armas (para todos os gostos), mas que apresentam as suas próprias características e são mais ou menos eficientes consoante o inimigo que enfrentamos e as melhorias que lhes implementamos.

Por exemplo, temos o Cetro Elétrico que lança tempestades elétricas e é ótima para derrubar robots, a Ricochete que nos permite com um tiro acertar várias vezes no inimigo, se clicarmos nas alturas certas, ou o Mr. Fungi, uma das primeiras armas que encontramos e que se torna muito útil quando estamos rodeados por dezenas de inimigos.

Cada arma apresenta ainda um sistema de melhorias, que podemos comprar com as moedas que vamos apanhando nos cenários, e evoluções que são desbloqueadas consoante o seu uso. Acreditem… merece a pena evoluir o máximo possivel, cada uma delas.

Neste capítulo surge um ponto que me deixa algumas dúvidas. Ratchet e Rivet partilham o inventário e armas, naquilo que considero uma escolha demasiado simplista e desinspirada. Acredito que faria mais sentido, se cada herói tivesse a sua própria linha de evolução e desbloqueio de armas.

Ahhh! E quase me esquecia. A fiel e amiga chave de fendas está de regresso para destruir caixotes, lamparinas, ânforas… e quase tudo o que se veja nos cenários, e com isso recolher as centenas de moedas aí escondidas.

… e também para arrear nos inimigos, claro.

Quanto aos vários vilões que encontramos pelo caminho, além da sua profunda maldade, apresentam ainda uma tremenda dose de humor e boa disposição.

Não pensem no entanto, que os combates são demasiado simples e fáceis. As tropas medianas até que podem não oferecer um desafio muito grande mas, os confrontos com os bosses são bastante exigentes, o que desmistifica de certa forma a ideia que os jogos de plataformas são demasiado fáceis.


Quem tem medo de Aranhas

Outro destaque no jogo, é o regresso da Glitch. Este é o nome dado a uma aranha mecânica que funciona como uma ferramenta anti-virus que o Ratchet usa para aceder a terminais infetados por Nefarious.

Com uma jogabilidade também simples mas ligeiramente diferente (pode-se andar de cabeça para baixo), a Glitch penetra em sistemas informáticos e desbloqueia infecções de virus e afins. Um verdadeir anti-virus portátil e uma lufada de ar fresco na jogabilidade, promovendo momentos diferentes e também eles bem dispostos.


Performance na Playstation 5

Um dos primeiros aspetos que se tornam visíveis nos primeiros minutos de jogo é que Ratchet & Clank: Uma Dimensão à Parte explora de uma forma extraordinariamente eficaz da capacidade de processamento da Playstation 5.

É extraordinário ver a quantidade e diversidade de vida, ação, movimento que os cenários apresentam. Não diria que a capacidade de processamento da Playstation 5 esteja a ser usada na totalidade, mas que está a ser bem explorada, isso está. Cada cenário é um mundo vivo repleto de ação e atividade.

O jogo apresenta 2 modos de jogo principais que correspondem essencialmente a um maior foco na jogabilidade ou maior foco na qualidade gráfica. O Modo Fidelidade apresenta 4K a 30 fps constantes e conta com o recurso ao Ray Tracing, enquanto o Modo Performance apresenta-se com 4K a 60 fps estáveis, mas sem Ray Tracing.

Ratchet & Clank: Uma Dimensão á Parte é um perfeito cartão de visita para a Playstation 5

Seja qual a modalidade que o jogador optar por usar, o jogo vai ser sempre uma experiência muito agradável. Não duvidem! E extremamente rápida também. Sim, Ratchet & Clank: Uma Dimensão à Parte usa os SSD na hora e os tempos de loading são claramente uma memória do passado. Tudo no jogo, acontece de forma instantânea.

Não poderemos esquecer o DualSense e as suas mais-valias. O Feedback háptico encontra-se perfeito para reproduzir na nossa mão, o que se passa no ecrã. E, deixem-me dizer-vos, que esse trabalho está muito bom e satisfatório.

Os gatilhos também são usados em larga escala e com um uso bastante diferenciado. Por exemplo, uma das armas tem um tempo de carregamento antes do disparo sendo que o DualSense nos lembra precisamente disso, através de uma pressão que vai aumentando no gatilho.

Por seu lado, o som, e o uso do Tempest 3D AudioTech está simplesmente impecável. Os efeitos sonoros estão simplesmente brutais e “sentem-se” perfeitamente as direções dos sons assim como se tem uma noção da distância em que foram produzidos.


Não posso deixar de referir algo que me parece importante realçar. A qualidade gráfica de Uma Dimensão à Parte, é simplesmente assombrosa. Não existe um meio-termo para a caracterizar. Pode-se mesmo afirmar que o jogo pode mesmo ombrear com os filmes de animação mais recentes. Tanto nas cutscenes como na ação, parece simplesmente que estamos a jogar um filme de animação.

Tão depressa estamos vaguear por uma estação espacial abandonada onde pairam detritos pelo espaço e se nota a falta de gravidade, como estamos a perseguir um robot gigantesco semelhante a uma centopeia voadora montados num escaravelho superveloz.

Toda esta excelência gráfica estende-se, claro, desde os cenários por onde passamos, até aos personagens do jogo, Ratchet, Rivet, Clank ou KT.

Autêntica obra de de animação interactiva. Fica a sensação que controlamos personagens de um filme de animação!

Convém ainda referir que, além da história principal, o jogo encontra-se recheado de side quests e de locais escondidos para serem encontrados.

Por fim, não posso deixar de referir o fantástico trabalho dos atores portuguses que deram voz aos personagens, ajudando a fazer de Uma Dimensão à Parte, o melhor Ratchet & Clank de sempre.

Veredicto:

Um dos pontos altos do ano. Ratchet & Clank: Uma Dimensão à Parte é um perfeito cartão de visita para a Playstation 5 e o melhor jogo da série até à data.

Mantendo todo o ADN das anteriores aventuras do Lombax mais conhecido da Galáxia, Uma Dimensão à Parte consegue a proeza de esticar a jogabilidade e diversão até níveis ainda desconhecidos. Imprescindível!

Ratchet & Clank: Uma Dimensão à Parte

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