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Análise Overwatch (Playstation 4)

Quando se fala dos jogos da Blizzard Entertainment, pensa-se imediatamente em videojogos de estratégia, como StarCraft e Warcraft, e em RPG (Role Playing Games) como os tão famosos World Of Warcraft e Diablo. Não é por acaso que isso acontece, uma vez que a Blizzard cimentou uma forte posição nestes géneros, devido à qualidade, quantidade e suporte que dá aos seus jogos ao longo dos anos.

Com Overwatch, um dos jogos mais aguardados do ano, a Blizzard decidiu arriscar num género em que ainda era virgem, tornando-se este no primeiro FPS (First Person Shooter) da companhia.

É inegável a inspiração em Team Fortress 2, quer seja no mesmo estilo cartoon para os seus personagens, quer seja no estilo de jogo em equipas de atacar/defender objectivos num mapa.

Overwatch é totalmente orientado para o multiplayer, o que não foi impeditivo para a Blizzard conceber um contexto histórico para o universo deste, mesmo que nunca o cheguem a explorar para além do que vos é explicado na cinemática de introdução do jogo. A história acontece num futuro fictício, onde a humanidade vivia pacificamente com os Omnics, uns robôs munidos de inteligência artificial, que serviam para melhorar a qualidade de vida das pessoas, fábricas e do mundo no geral.

Várias ocorrências levaram ao abandono, por parte dos humanos, destes robôs. No entanto, se os videojogos nos ensinaram alguma coisa, é que nunca se deve abandonar robôs, principalmente, os que possuem uma inteligência artificial que se desenvolve sozinha. Previsivelmente os Omnics revoltaram-se e incorreram numa ofensiva à humanidade, para contra-atacar, os humanos criaram uma equipa chamada Overwatch, que era formada por os melhores guerreiros do planeta.

Esta equipa conseguiu derrotar os Omnics e expandir-se globalmente, acabando por ser extinta anos depois, após várias acusações de abuso de poder. Os Omnics que restaram pós-guerra com os humanos, aproveitaram para fazer uma caça aos antigos membros da Overwatch e tentar novamente apoderar-se do planeta. E é aqui que os antigos heróis da Overwatch entram em acção, decididos a lutar pela humanidade uma vez mais.

Em abono da verdade, saberem algo sobre a história ou não, não vos trará mais diversão, não existe nenhum modo de jogo que assente sobre a mesma, nem os modos competitivos procuram ser fiel à mesma, uma vez que não há qualquer limitação na escolha dos heróis, tanto existem confrontos de humanos contra Omnics, como de humanos contra humanos, etc.

Como dito no início da análise, Overwatch é completamente assente em modos competitivos online, onde duas equipas, de um máximo de seis jogadores, se enfrentam em combates frenéticos, caóticos e por vezes bastante tácticos, de modo a conseguirem conquistar os objectivos dos mapas, para alcançarem a vitória.

Existem doze mapas e quatro modos de jogo (na realidade são três, uma vez que um deles é uma combinação de dois destes modos). Cada mapa tem o seu próprio modo de jogo atribuído, ou seja, em determinado mapa, só se pode jogar determinado modo de jogo. Por exemplo, nos mapas: Nepal, Lijiang Tower e Ilios só se joga o modo Control, cujo objectivo, para ambas as equipas é capturar um único ponto intermédio do mapa. No modo Escort joga-se nos mapas: Gibraltar, Route 66 e Dorado, aqui o objectivo da equipa atacante é proteger e acompanhar o payload (uma espécie de veículo) do princípio até ao fim do mapa, num determinado tempo. Contrariamente a equipa que defende tem que impedir a progressão e esperar que o tempo se esgote. No modo Assault, a equipa que ataca tem que capturar dois pontos, o ponto A e B, num determinado tempo, a equipa que defende, obviamente tem que impedir. Este modo pode ser jogado nos mapas: Hanamura, Temple of Anubis e Volskaya Industries. Por fim, o modo que é uma combinação de Assault/Escort, jogado nos mapas: Hollywood, Numbani e King’s Row.

Se por um lado, é lamentável não se poder jogar o modo que queremos, no mapa que queremos, mas por outro, é garantido que os mapas estão muito melhor balanceados e equilibrados para quem ataca e para quem defende, sendo a excepção à regra, o mapa Temple of Anubis, que nas partidas efectuadas deu sempre a sensação de ser sempre mais complicado para quem ataca e consequentemente mais fácil para quem defende.

O ponto alto da jogabilidade de Overwatch é no vasto leque de personagens, apelidados de heróis, que se pode escolher. São vinte e um ao todo e nenhum herói se assemelha a outro, cada um tem as suas armas, poder especial, habilidades e aparência, a Blizzard fez um excelente trabalho para garantir que cada um destes fosse útil no campo de batalha, dependendo obviamente da situação. Os heróis estão divididos em quatro categorias: ofensivos, defensivos, tanks e suporte.

É possível começar uma partida e nunca alterar de personagem, como também é possível ir alterando a qualquer momento, não havendo qualquer limite, seja em número de trocas ou número de heróis iguais na equipa. É aqui que entra o que me agradou mais em Overwatch, a componente táctica de saber ler o jogo e ir alterando de herói para benefício do jogo de equipa. Por exemplo, numa partida onde a minha equipa não estava a conseguir avançar com o payload, estava com um herói de ataque e alterei para um herói que conseguisse suportar o dano infligido pela equipa adversária, neste caso em concreto alterei para o Reinhardt, um herói que tem como arma um martelo gigante e que consegue usar um escudo de energia para travar os projécteis dos adversários, o que acabou por ser essencial para a equipa alcançar a vitória.

Saber o que um herói é capaz de fazer é também um aspecto fundamental. Alguns heróis conseguem alcançar zonas que para outros é impossível, outros são lentos, mas possuem grande capacidade de fogo e outros são peritos a barrar zonas, fornecer energia, etc. Resumidamente: cada herói é útil se o jogador souber o que fazer com ele!

Após cada partida ganham experiência para subir de nível, a cada nível que sobem ganham uma loot box que pode trazer novas skins para os heróis, frases, sprays, poses e logótipos.

Visualmente falando, o já referenciado aspecto cartoon assenta que nem uma luva no espírito colorido e divertido do jogo. É extremamente polido, quer nos modelos dos heróis, quer nos mapas.

Tecnicamente o jogo é fantástico! A qualidade de imagem é limpinha e a framerate mantêm-se estável nos 60fps, mesmo nos momentos mais intensos, não há absolutamente nada a apontar neste campo, é a qualidade que a Blizzard nos habituou. O matchmaking também é competente, sendo rápido a encontrar partidas qualquer que fosse o meu nível, existindo apenas por vezes uma grande discrepância no nível de jogadores encontrados.

Veredicto

Overwatch é, sem dúvida nenhuma, merecedor de todo o hype que gerou. As expectativas não foram defraudadas e este é sem dúvida uma grande entrada da Blizzard no mundo dos First Person Shooters competitivos.

É extremamente divertido jogar com amigos e é um titulo diferente dos habituais shooters militares com que somos brindados todos os anos.

Até apetece perguntar, porque é que ninguém pegou na fórmula de Team Fortress 2 antes?

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