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Análise NHL 22 (Xbox Series X)

Para quem desconhece, NHL é a abreviatura da National Hockey League, ou seja, da competição de hóquei (no gelo) norte-americano que, todas as semanas, leva milhares de fãs a alguns dos mais impressionantes pavilhões da América do Norte.

Trata-se da principal competição americana de uma modalidade semelhante ao nosso hóquei em patins, mas, no gelo, e que apresenta uma grande dose de espetacularidade.

NHL 22 é o mais recente jogo da Electronic Arts e já chegou…


Tal como todos os anos tem início uma época nova de NHL, também todos os anos a Electronic Arts disponibiliza uma nova versão do seu jogo que a representa, EA Sports NHL.

A época virtual deste ano já começou, com direito a versões de Última Geração, tanto para Playstation 5 como Xbox Series X. A Electronic Arts preparou algumas novidades para NHL 22 e nós já o experimentámos.


Bem-vindos à nova geração

NHL 22 é a primeira edição de NHL desenvolvida para as novas gerações de consolas e como tal, a expetativa que se gerou no seu redor era grande.

No decorrer do jogo, e seja em que modo for, existe uma das principais novidades que se revela: o motor de jogo é agora o Frostbite. E… graficamente, a mudança para o Frostbite tem as suas vantagens.

Com efeito, graças ao Frostbite, o jogo agora parece bem mais polido e com pormenores extremamente interessantes. Os reflexos no gelo ou nos vidros laterais, a iluminação da arena e jogadores, os próprios movimentos dos jogadores, os efeitos de partículas… tudo agora reveste-se de um maior detalhe e autenticidade.

Também os jogadores receberam ligeiros tratamentos de beleza. No entanto, estes tratamentos não correspondem a grandes alterações, até mesmo porque já na edição NHL 21, as faces, corpos e movimentos dos jogadores já se encontravam extremamente decentes.

Um dos pormenores que mais apreciámos foi o trabalho que a EA Vancouver está a fazer no sentido de trazer um efeito show-off a jogo. O ambiente nos pavilhões começa a sentir-se mais vivo como noutros jogos de pavilhão, como NBA 2K, por exemplo. A introdução ao jogo, o público (encontra-se mais dinâmico e reativo), os vários ângulos das câmaras que mostram o pré-jogo. A apresentação dos jogos está muito mais bem arranjada.

Até cada pavilhão apresenta as suas próprias buzinas de golo.

As próprias repetições dos momentos mais importantes do jogo, estão simplesmente soberbas e NHL 22, está cada vez mais próximo daquilo que se vê numa transmissão ao vivo.

É claro que ainda surgem alguns bugs visuais. Por exemplo, quando nos deitamos no gelo a celebrar um golo na direção do vidro lateral, o jogador faz um movimento extremamente artificial.

Um pormenor introduzido em NHL 22 e que torna a experiência de jogo mais interessante, foi a introdução de estatísticas em tempo real, no decorrer dos jogos. Estes dados surgem como se fosse Realidade Aumentada, por cima do gelo da arena e mostram-nos dados variados, mas úteis, como o tempo de ataque de cada equipa, as defesas dos GR, o número de Faceoffs ganhos,…

Quanto a modos de jogo, NHL 22 preza pela continuidade e todos os modos presentes em NHL 21 a que os jogadores estavam habituados, estão de volta. Basicamente, em vez de preparar uma revolução para esta aterragem na Última Geração, a EA decidiu apostar em passos certos e sólidos no rumo certo.


X-Factors e habilidades especiais

O grande ponto de interesse em NHL 22, é a introdução das habilidades X-Factors. Estas habilidades funcionam como se tratassem de gatilhos ou power-ups que alguns dos melhores jogadores da NHL possuem e que no decorrer dos jogos podem fazer a diferença, seja num Goalie, seja num Defesa ou num Avançado.

Existem Zone Abilities e Superstar Abilities, sendo que as Zone Abilities são mais poderosas e com maior impacto no decorrer do jogo. Outro aspeto a ter em conta é que as Zone Abilities são características de cada tipo de jogador, enquanto que as Superstar Abilities são transversais a todos os jogadores.

São 29 as habilidades X-Factors e dividem-se em várias categorias: Skating, Remate, Passe, Defesa, Guarda-Redes e Hocquey ID. Cada qual tem o seu impacto numa determinada área do jogo como, por exemplo, Shutdown que permite aumentar a nossa capacidade defensiva quando 1-1, Magnetic, que aumenta a nossa capacidade de captar pucks perdidos ou Wheels que nos permite controlar o puck em velocidade sem restrições de agilidade, por exemplo.

Para se ativar estas habilidades, não é necessário fazer nada de especial no decorrer do jogo, visto que são intrínsecas dos jogadores. Elas mesmas se ativam quando procedemos às ações que as compõem. Se um jogador tem uma habilidade de Slap Shots, significa que quando rematamos o puck, ela poderá ativar-se.

A identificação dos jogadores X-Factor é feita, no decorrer dos jogos, através de um ícone que surge por cima dos capacetes que indica a sua especialidade. É claro que, ao início, é difícil perceber e identificar os ícones e respetivas habilidades inerentes.

Contudo, com o tempo começamos a perceber melhor e a identificar quais os pontos fortes dos nossos jogadores e quais as ameaças que representam os adversários e como devem ser contidas.

Por exemplo, será mais correto marcar um jogador que tenha um X-Factor Send It (maior acerto de passes) e impedir que tenha a posse da bola ou faça passes, em vez de tentar impedir a todo o custo que remate, por exemplo.


Hockey Ultimate Team

Tal como em FIFA, o HUT (Hockey Ultimate Team) é um dos modos que será bastante consumido por jogadores.

A base de HUT é a mesma de FUT, partilhando o mesmo código genético básico. Vamos comprando ou ganhando packs de jogadores, cosmética e outros acessórios e construimos a nossa equipa de sonho.

Tal como referi mais acima, HUT não apresenta praticamente novidades em termos de novos modos de jogo. Tanto nos modos online como singleplayer, praticamente tudo se mantém na mesma.

No entanto, os X-Factors também aqui se evidenciam. Com efeito, a inclusão das habilidades X-Factors é uma constante a todo o jogo e em HUT também teremos jogadores especiais, que serão claramente, os mais procurados.

Existem vários desafios, seja de de época ou semanais, além dos diferentes modos de jogo (online ou offline) que proporcionam aos jogadores a aquisição de prémios, que tanto podem ser em moeda de NHL, como em packs para abrir. O ADN de HUT continua intocável e quem tem o bichinho de colecionador, continuará a ser uma visita assídua a este modo.


Franchise, World of CHEL e Be a Pro

Como referi mais acima, os modos de jogo de NHL 22 são praticamente os mesmos que encontrámos em NHL 21.

Um dos mais importantes, será talvez, o modo Franchise. Este modo permite-nos pegar numa equipa do campeonato (onde já se encontram os Kraken) e geri-la como seu manager (e jogador). A mecânica é a mesma da de NHL 21 mas, a introdução das Habilidades X-Factor trouxeram também algumas novidades a jogo.

E, além das diferenças dentro do gelo que os jogadores X-Factors apresentam, uma novidade prende-se com o sistema de scouting. Com efeito, desde que se escolha a opção de esconder os atributos dos jogadores, o trabalho dos Scouts têm uma grande relevância para detetar os melhores jogadores ou jogadores com habilidades X-Factors.

Outros pontos foram melhorados aqui e ali mas, na sua essência, o modo Franchise continua a ser o mesmo que nos habituou, ou seja, uma experiência robusta e duradoura de gerir uma equipa de NHL.

Be a PRO e World of CHEL surgem em NHL 22 com as mesmas fórmulas de NHL 21. Como já indiquei mais acima, nota-se claramente que o objetivo de ambos os modos passa por tentar adquirir Habilidades X-Factors e, sendo essa a principal diferença com a edição do ano passado.

É claro que apresentam alguns pormenores novos, como, por exemplo, em Be a Pro, existe uma maior densidade narrativa. Nada como em A Caminhada de FIFA mas, algo que permite dar um pequeno rumo e contexto à carreira virtual do nosso jogador. Consoante as nossas performances e objetivos concluídos, vamos ainda desbloqueando habilidades X-Factors que vamos equipando no nosso avatar.

Além disso, vamos também adquirindo pontos de experiência (Trait Points) que permitem desbloquear novos aspetos do nosso jogo, num sistema de progressão que é bastante completo e abrangente.

World of CHEL apresenta os mesmos modos de jogo do ano passado e o objetivo, além de ser a melhoria do nosso profissional também passa por desbloquear o máximo número de Habilidades X-Factor (Zone e Superstar) possível.

No limite, podemos desbloquear todas as habilidades. Dessa forma, podemos ir moldando o nosso profissional à medida que as vamos desbloqueando, o que poderá ser interessante numa perspetiva de conhecer o impacto de cada uma. Isto, pois podemos “equipar” e “desequipar” as habilidades X-Factor a qualquer momento.

Uma das coisas que fica na retina em World of CHEL é a vasta quantidade de items que podemos usar para personalizar o nosso jogador. Luvas, chapéus, T-Shirts, Sweats, calças, sticks, patins, estilo de deslizar, estilo de remate … quase tudo é personalizável.


A Física

Quem conhece a competição, sabe perfeitamente que NHL é um jogo muito físico. Às vezes, físico demais. Como tal, é de esperar que o jogo que tem o nome da competição, tenha uma particular atenção a esse aspeto.

Com efeito, a EA Vancouver, não descurou esse pormenor e fez várias melhorias no sentido de trazerem os contactos e embates mais realistas.

Esses contactos apresentam-se a vários níveis, desde os grandes Hits (choques propositados entre jogadores), até colisões com as laterais, ressaltos dos pucks, controlo dos sticks,…

As próprias rasteiras que os jogadores sofrem, de forma involuntária ou propositadas, estão mais orgânicas mas, ainda um pouco longe da perfeição.

Os ressaltos dos pucks encontram-se francamente credíveis e com a nova mecânica de cheking, acaba por ter uma maior importância no decorrer dos lance.

E outro aspeto que francamente melhorado está relacionado com os desvios do puck à bola da baliza. Com efeito, é mais frequete assistir a jogadores que tomam a iniciativa de tentar desviar um remate in extremis na tentativa de enganas os guarda-redes.

A física dos sticks e o seu controlo está, aparentemente melhorada. Tanto na disputa dos puck, como no decorrer das movimentações dos jogadores. Um pormenor mais chato nos NHL anteriores, e que aparenta estar bem melhor em NHL 22, é que em grande parte das disputas de puck, acabávamos por rasteirar os adversários e lá vinha o… powerplay de 2 minutos para o adversário. Em NHL 22 o controlo do stick está mais afinado nesse aspeto.

No entanto, os combates no gelo, continuam a ser muito estranhos e pouco atrativos.

De referir ainda que em NHL 22, a sensação de peso dos jogadores e restante impacto nas suas movimentações no gelo está francamente positiva e os grandes Hits refletem isso mesmo de forma brutal.

Veredicto:

No que respeita a novidades de modos de jogo, NHL 22 apresenta-se um pouco magro, mas, tal como referi mais acima, o objetivo da EA Vancouver terá sido dar prioridade à chegada à Última Geração de forma consistente e sólida.

Quanto ao que se passa no gelo, a introdução dos X-Factors é uma lufada de ar fresco na jogabilidade, tornando as partidas ainda mais excitantes e empolgantes.

Para quem gosta de NHL ou hóquei no gelo, NHL 22 é o jogo que deverá ter por perto da sua consola!

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