Este foi (e está a ser) um ano de grande azáfama para a Milestone. Primeiro com o lançamento de MotoGP 2018 e depois com o lançamento de MXGP Pro e em breve a chegada de Rider 3.
Este parente “sujo” do desporto motorizado de duas rodas tem vindo a ganhar cada vez mais fãs no nosso país e, verdade seja dita, trata-se de uma competição internacional de grande espetacularidade e com momentos bastante empolgantes (pode ser acompanhada na televisão portuguesa).
O Pplware já se lançou na lama de MXGP Pro.
Para os que desconhecem esta modalidade, o MXGP é o Campeonato Mundial de Motocross e a Milestone encontra-se novamente com o encargo de passar para o digital toda a sua espetacularidade e adrenalina.
MXGP Pro corresponde à edição deste ano e a primeira alteração corresponde precisamente com o nome que passa agora a ter uma mensagem mais objetiva com a inclusão de PRO no titulo e que remete para uma forma mais profissional de olha para o jogo.
E esta alteração nota-se de imediato no arranque do Modo Carreira de MXGP Pro com uma longa sessão de personalização do nosso piloto onde podemos configurar a face, o corpo, a roupa, a marca de moto e os patrocínios (cada patrocinador coloca-nos metas a cumprir). Este será o modo mais procurado certamente pelos jogadores de MXGP Pro e encontra-se extremamente bem estruturado na sua essência, sendo uma experiência interessante a de levar o nosso piloto de MXGP2 até ao patamar mais elevado de MXGP.
Tal como na realidade, o campeonato mundial corresponde a uma sequência de corridas ao longo do globo. Desde a Patagónia à Rússia, passando pelo Reino Unido e Estados Unidos, todas as 21 pistas encontram-se recriadas com pormenor e detalhe e, neste capitulo o jogo encontra-se perfeito, apresentando também os pilotos oficiais.
Durante a evolução do nosso piloto, foi incorporado um circuito de treinos que é uma ajuda extremamente importante para uma melhor compreensão da moto e da sua condução. Isto pois dominar estas máquinas nos terrenos por onde andam é complicado. Especialmente se jogarmos no modo Extreme que corresponde ao modo mais … extremo… do jogo (sem ajudas e com a física das motos no máximo).
No entanto este é um dos pontos mais discutíveis do jogo. A física das motos que foi discutido durante a fase de desenvolvimento com Antonio Cairoli, apresenta em determinados momentos um comportamento que faz lembrar Trials Fusion. Não pretendo dizer que a condução se encontra sempre assim mas apresenta, em determinados momentos, comportamentos que me parecem pouco realistas (mesmo no modo Extreme).
A condução das motos assenta em alguns aspetos importantes. Por um lado a utilização do acelerador e dos dois travões é vital para dominar as pistas pois, consoante as situações, teremos de acelerar, apenas desacelerar ou travar (com o travão mais adequado). Aliás, o momento da travagem é importantíssimo para uma curva bem feita e muitas vezes pode fazer a diferença entre perder um ou vários lugares na classificação. Por outro lado, a inclinação do piloto durante um salto é importante pois influencia a distância do salto e a forma como se vai cair no solo novamente. Por fim, o uso da manobra Scrub, sempre espectacular de se ver, é outro trunfo a ser usado pois permite-nos alguns saltos mais eficazes em velocidade. Apesar dos problemas de física, há muito por onde aprender para dominar cada corrida.
Com o desenrolar das corridas, as pistas vão sofrendo alterações e a lama/terra/gravilha vai enrugando e criando socalcos (tal como na realidade). Isto faz com que mesmo durante cada corrida, as voltas não sejam iguais pois essas alterações têm impacto direto na condução e comportamento da moto. Neste capitulo o jogo está bastante bem implementado e até os efeitos atmosféricos se notam.
Graficamente o jogo está muito bom com as pistas perfeitamente recriadas, as motos e pilotos que se vão sujando ao longo da corrida. E os efeitos atmosféricos, apesar de limitados, também acrescentam uma maior imersão ao jogo, afetando mesmo o que se passa nas pistas. Talvez tivesse ficado melhor um pouco mais de vivacidade ao público em redor dos traçados.
Para quem acompanhou a nossa análise a MotoGP 2018, lembrar-se-à que um dos aspetos graves que verificámos no jogo (e temíamos que acontecesse aqui) era a existência de tempos de loading demorados. Felizmente, e apesar de mesmo assim ainda serem algo demorados, os tempos de loading não chegam aos calcanhares do MotoGP.
Curiosidade ainda para a existência de um Sistema de Rivalidades que corresponde a uma sequência de respostas que damos a comentários de outros pilotos e que consoante as nossas respostas faz com que esses pilotos simpatizem mais ou menos connosco. Os efeitos práticos dessas Rivalidades são no entanto, mínimos e poderiam estar melhor explorados.
Por fim, uma palavra para referir que a Inteligência Artificial dos nossos oponentes em pista se encontra adequada mas com uma particularidade chata que é o fato de não recearem de modo algum o contato e muitas vezes promoverem choques. De resto, são competentes na luta que dão e variados nos seus pontos fracos e fortes, ajudando a criar corridas intensas e repletas de momentos altos.
Quanto a outros modos de jogo, existem os típicos Corrida Rápida, Time Trials, ou Campeonato onde os jogadores vestem a pele dos seus pilotos reais favoritos e partem para a ação. De referir que o Online se encontra bastante pobre, não só ao nível dos modos disponíveis como também de problemas de manutenção das sessões.
Veredicto
Este é um jogo maioritariamente aconselhável para os fãs de Motocross e também para os amantes do desporto motorizado de duas rodas que procurem uma alternativa às tradicionais corridas no asfalto. A existência de uma física que alterna o Bom com o Mau e de tempos de loading demorados retira algum brilho que MXGP poderia e deveria ter conseguido alcançar.
Colocando essas questões de lado, MXGP Pro consegue criar uma experiência robusta de Motocross, com particular ênfase no Modo Carreira e apresenta momentos de grande espetacularidade e show-off.