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Análise Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5 (Playstation 5)

Já foi lançado Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5, a edição deste ano do jogo oficial do Campeonato do Mundo de Supercross.

O desenvolvimento do jogo ficou novamente a cargo da Milestone que, conta com muita experiência no desenvolvimento de jogos de motos, como MotoGP, Hot Wheels Unleashed ou MXGP 2021 podem exemplificar.

Nós já experimentámos toda a adrenalina e emotividade de Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5. Venham ver…


Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5 já chegou, novamente com desenvolvimento a cargo da Milestone.

Como o nome não engana, trata-se do jogo oficial da competição, apresentando todas as pistas oficiais e pilotos da época de 2021 de Monster Energy Supercross.


Carreira na terra

Um dos principais modos de Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5 será claramente o Modo Carreira, onde o jogador cria o seu avatar e o lança na competição.

Tal como noutros jogos motorizados, a carreira alterna entre vários aspetos: corridas, treinos específicos, Compound, eventos e melhoria do nosso piloto virtual.

Começando pelo fim, o modo Carreira de Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5 apresenta um suave toque de RPG, na medida que, consoante vamos ganhando pontos de experiência, podemos melhorar o nosso piloto virtual em vários aspetos (O nosso piloto tem várias melhorias a desbloquear em várias categorias Cornering, Bike Control, Braking, Scrub, Physicval Resistance).

Cada uma dessas categorias apresenta vários pontos para desbloquear que nos dão benefícios que são notórios em pista, pelo que vale a pena, investir bem e sensatamente.

E como se podem ganhar pontos de experiência? Bem, por um lado a nossa performance em corridas é uma das fontes mas, no modo Carreira temos também outras. Por exemplo, o modo de treinos específicos (com objetivos) permite-nos praticar várias das habilidades do nosso piloto em pequenos eventos com objetivos definidos.

Por outro lado, o Compound é um local bastante aprazível no sopé das montanhas e à beira de um lago, onde podemos praticar de uma forma completamente livre e sem pressão a nossa condução e habilidades. E no meio deste cenário quase paradisíaco, podemos ainda encontrar vários desafios e colecionáveis ou desbloquear itens.

Existem ainda ocasionalmente, Eventos que são despoletados no avançar da Carreira e que nos permitem participar em competições especiais com objetivos bem definidos.

Tanto os treinos livres como os treinos específicos (com objetivos) são extremamente importantes, pois permitem-nos adquirir créditos e pontos de experiência que nos permitem melhorar o nosso piloto virtual.

Uma curiosidade é o facto do nosso piloto poder sofrer lesões com o decorrer das corridas e dos treinos, e com impacto na sua performance. Sendo assim, e sendo praticamente impossível evitar quedas, é importante ter atenção a esse pormenor quando estamos entre corridas, pois uma lesão grave pode impossibilitar uma boa corrida seguinte.


Condução excitante e física desastrada

Efetivamente, em Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5 pode-se dizer que a experiência de participar numa corrida é excitante mas pormenores como a física das motos e a IA dos pilotos adversários retira muita emoção ao jogo.

Mas começando pelo inicio. A condução das motos, encontra-se bastante competente o que por sua vez a torna de bastante excitante. Pelo menos quando os restantes problemas não nos afetam.

O controlo do peso do piloto é extremamente importante em Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5, pois grande parte dos movimentos (em particular os saltos e respetivas aterragens) necessita da posição certa do piloto e respetiva distribuição de peso de forma mais eficiente, para ser bem sucedido. O controlo do peso do piloto, é feito com recurso ao analógico direito.

Mover o analógico para a frente ou para trás indica colocar mais peso à frente ou na traseira da moto, enquanto que pressionar para os lados, indica para o piloto de inclinar para o lado respetivo. Juntamente com a aceleração e travagem o uso equilibrado do doseamento do peso e inclinação do piloto fará com que a nossa performance em pista seja melhor ou pior.

O handling é bastante responsivo e, mesmo apesar de parecer demasiadamente arcade, acaba por ser competente. Por exemplo, para fazer uma curva mais apertada não basta apenas travar e virar. Se quisermos fazer a curva com uma velocidade superior também convém inclinar o corpo do piloto. Outro exemplo, se tivermos uma sucessão de pequenos saltos, será melhor inclinar o corpo para trás, fazendo com que o peso seja suportado pela roda traseira e assim, haja menos contanto com as lombas sucessivas e menos potência perdida.

Pode parecer que não mas, como podem ver, o jogo exige bastante técnica a reter e para isso, existe um modo denominado de Futures Academy que, funciona como um tutorial, apresentando e ensinando a executar vários movimentos, manobras e comportamentos em pista que se revelam extremamente úteis. É um tutorial que mostra dos pontos mais básicos a alguns dos mais complexos e isso permitirá a que jogadores mais inexperientes tenham um impulso diferente e importante na aprendizagem do jogo.

Após dominar os básicos e saber quando acelerar e travar, ou mesmo como saltar o jogo torna-se divertido. É claro que isto tudo, só faz sentido se os jogadores também investirem algum do seu tempo para conhecer melhor as pistas e os seus pontos importantes. Esse conhecimento das pistas (onde acelerar, onde travar, onde aterrar num salto,…) é extremamente importante no jogo pois, o aterrar no lado errado de uma rampa pode facilmente fazer a diferença entre perder potência ou mesmo cair. E isso acontece com frequência, sendo necessária a mais elevada concentração aos jogadores.

Uma vez que Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5 decorre em terra batida e afins (com tudo o que isso representa), os terrenos sofrem muita degradação e deformação com o decorrer das voltas. Apesar de ser bastante difícil de simular, Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5 consegue fazê-lo de uma forma muito boa sendo bastante notório nas pistas, os trajetos mais comuns dos pilotos.

E toda essa deformação acaba invariavelmente por trazer algum impacto na condução, sendo a moto mais ou menos difícil de controlar consoante o caminho que escolhemos.

Se a física das motos se encontra bastante decente, também é certo que existem vários outros pormenores menos bem conseguidos, relacionados com colisões, IA dos pilotos adversários e com saltos com comportamentos muito estranhos, o que num jogo destes, é algo de grave.

E começando por ai, deixem-me apenas indicar que por várias ocasiões, me aconteceu um salto terminar em cima do capacete do piloto que aterrou antes e a moto continuou a avançar normalmente.

Por outro lado, a IA dos pilotos adversários conseguir ir de desafiadora a aparvalhada. Os pilotos controlados pelo sistema apresentam vários tipos de desafio. Os mais fortes conseguem ser um real desafio (no bom significado da palavra) para serem ultrapassados, de tão competentes na luta que nos dão.

No entanto, por outro lado, os pilotos mais fracos são isso mesmo… demasiadamente fracos e com uma IA que faz muitas vezes com que nos estraguem as nossas performances com situações ridículas.

Por outro lado, as colisões encontram-se também pobres. Refiro-me a muitas mais situações “normais” como os choques em curvas, por exemplo, em que moto e piloto parecem um único “ser” e mantem-se em pé de uma forma quase impossível.

Um pormenor que poderia ser engraçado seria o de, quando cairmos, em vez de fazermos respawn na pista, termos de ir buscar a moto, tal como na realidade, e retomar a prova.


DualSense em ação

Com tanta trepidação, tantas derrapagens, saltos brutais e deformação das pistas, Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5 é um jogo perfeito para colocar em teste as capacidades do DualSense. E neste aspeto, a Milestone foi um pouco economista, ficando um pouco aquém daquilo que se poderia esperar, sendo o feedback que o DualSense nos retorna algo simplista e demasiado suave.

Mesmo tendo noção de que um maior esforço do DualSense em simular tudo isso poderia constituir um consumo de bateria extraordinariamente elevado, acredito que a Milestone poderia/deveria ter ido um pouco mais além neste capitulo e investido em mais efeitos físicos na trepidação do comando.

Por outro lado, os gatilhos do DualSense (usados para acelerar e travar) encontram-se bastante competentes na sua tarefa de, consoante os tipos de terreno e da ação no écran, nos fazerem sentir a pressão (tanto na travagem com L2, como na aceleração, com R2) aumentar e diminuir com respetivo impacto no comportamento da moto na pista.


Uma palavra para a existência de um modo Split Screen que permite partilhar o nosso écran com um amigo e tornar a competitividade mais física e mais real.

De resto, para o multiplayer online existe um sistema de Lobby com corridas disponíveis onde é possível encontrar competição com facilidade.

Por fim, referir ainda que Monster Energy Supercross: The Official Videogame 5 apresenta um Editor de pistas, onde os mais fãs e pacientes, poderão dar largas á sua imaginação e construir as suas pistas, a seu belo prazer.


Ao longo dos anos, parece que a saga Monster Energy Supercross tem sido um parente pobre da família de jogos da Milestone. Com efeito, os jogos anteriores têm sido gritantemente medianos, nunca conseguindo ombrear verdadeiramente com outros títulos como MotoGP.

Apesar da edição deste ano não sobressair de uma forma extraordinária, a verdade é que consegue manter os jogadores entretidos e, ultrapassando os problemas de jogabilidade que apresenta, acaba por se tornar num jogo interessante. Para os amantes do desporto, claro.

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