Pplware

Análise MLB The Show 21 (Playstation 5)

Já foi lançado o novo jogo da série MLB The Show, o que será uma ótima notícia para os fãs da modalidade. Modalidade essa que, estranhamente, ainda não “pegou” de forma firme em Portugal, mas que não deixa de ter muitos milhares de interessados.

A edição deste ano, marcada por ser lançada em pleno ano de pandemia, traz todas as emoções do baseball americano e algumas novidades à mistura.

Já experimentámos MLB The Show 21. Venham ver!


O Baseball americano tem vindo ao longo dos anos a ganhar um crescente interesse deste lado do Oceano, mas, de forma um pouco estranha, ainda não atingiu a notoriedade que a NFL ou NHL (para não referir a NBA).

MLB The Show é a série cabeça de cartaz da competição americana e já existe entre nós desde o final do século passado. Trata-se de um jogo que tem vindo, com os sucessivos lançamentos, a evoluir e a transformar-se na melhor simulação da Major League Baseball do mercado.

Este ano, marcado pela pandemia do COVID, The Show regressa em forma e com a possibilidade de poder ser jogado na Xbox. Venham ver.


No arranque de The Show 21, somos convidados a escolher um de 3 modos diferentes de simulação, de acordo com a nossa familiaridade e experiência com a série.

Modos de Jogo

The Show apresenta um cocktail de modos de jogo que certamente farão as delícias de todos os apaixonados pela MLB, e baseball no geral.

Road to the Show

Road to the Show, é um dos modos principais de MLB The Show 21. Trata-se do modo carreira onde podemos criar o nosso jogador virtual e levá-lo desde os clubes inferiores até à Major League.

O processo de criação do nosso profissional é diversificado o suficiente com bastantes opções. No entanto, o que mais sobressai (e é um dos aspetos mais importantes de The Show 21), é a possibilidade de criarmos LoadOuts. Estes LoadOuts são perfis que podemos criar para o nosso jogador, baseando-se em algumas templates pré-definidas, e que permitem acrescentar dois atributos extra, de acordo com as necessidades do nosso jogador. Algo semelhante ao que já acontece em FIFA 21 ou NBA 2K21.

Felizmente podemos ter vários destes LoadOuts. Uma vez que o nosso jogador partilha a posição de Pitcher e jogador de campo, conseguimos ter LoadOuts específicos para cada posição. Quando jogarmos como Pitcher podemos equipar um Loadout que nos favoreça as diferentes técnicas de lançamento por exemplo, enquanto que se formos jogador de campo poderemos equipar um Loadout que favoreça o contacto com a bola.

Uma inclusão bastante interessante e que torna Road to the Show mais imersivo é o sistema de entrevistas e podcasts entre os jogos (com profissionais de comunicação da MLB), que dão um seguimento lógico à nossa evolução e aumentam assim a consistência da narrativa.

Durante a evolução do nosso jogador virtual, vamos ainda tendo a oportunidade de treinar (vários jogos físicos, mentais, destreza, reflexos,…) e alguns desafios vão sendo também colocados que nos dão mais ou menos XP consoante os atingimos ou não. De lamentar alguns desses exercicios serem quase button smashing.

A acompanhar os jogos, The Show 21 apresenta comentários criados por comentadores profissionais de MLB, como Matt Vasgersian, Mark DeRosa, e Dan Plesac e ajudam e de que forma a criar o tal efeito show-of que o jogo apresenta.

Uma boa opção que Road to the Show apresenta é a possibilidade de fazer fast forward até aos nossos momentos do jogo. Um jogo completo pode demorar mais de 1 hora e é bom podermos avançar até quando nos interessa.

Uma curiosidade é o facto de podermos transitar o nosso jogador virtual para o modo Diamond Dymasty. Apesar do seu impacto, nos primeiros tempos, ser um pouco questionável.

Diamond Dynasty

Outro modo de jogo, talvez o mais interessante para a maior parte dos jogadores, será o Ultimate Team de The Show: Diamond Dynasty.

Trata-se de um modo que nos permite, tal como no FUT de FIFA, colecionar jogadores (items, estádios,…) de toda a história da MLB e criar assim os nossos planteis de sonho.

Este modo apresenta vários tipos de jogos, tanto offline como online. Uma palavra para o modo Conquest que é original na sua forma de ser apresentado. Trata-se de uma mecânica do jogo de tabuleiro Risk, transportada para The Show.

Acima indiquei que a adição do nosso jogador à Diamond Dynasty é um pouco questionável, e a principal razão é que a evolução do nosso jogador é extremamente lenta destoando completamente do resto do plantel que, entretanto adquirimos/ganhámos.

Franchise

No Modo Franchise, os jogadores podem ser os responsáveis máximos pela sua equipa MLB favorita. Com dados dos jogadores reais, pegamos numa equipa e tentaremos levá-la a campeã da Major League.

Transferências, gestão de pessoal, treinos, jogos, tudo faz parte das responsabilidades do jogador e é um modo de jogo mais de longo prazo.

March to October

Este modo, que se tem vindo a revelar como um dos mais entusiasmantes do jogo, representa uma espécie de atalho do Modo Franchise.

Isto, pois após a escolha da nossa equipa preferida, temos o privilégio de participar apenas em momentos-chave da sua caminhada pela MLB. Ou seja, a gestão de equipa é relativamente mínima, e o jogador apenas terá um papel importante na evolução dos resultados. Será chamado a intervir e tentar inverter a tendência quando a equipa estiver numa maré de azar, ou poderá ser chamado a dar continuidade a um bom momento.


De resto podem-se criar ligas personalizadas, fazer jogos rápidos, participar em jogos online.

Muito importante, a existência do modo Free Practice que, nos primeiros tempos será talvez, um grande amigo dos jogadores mais inexperientes (e não só!).


No campo é que se fala

Relativamente ao que se passa dentro do “diamante”, as coisas estão bastante interessantes e extremamente intuitivas. Um dos principais aspetos mais badalados deste MLB The Show 21 foi a inclusão de um novo sistema de Pitching: o Pinpoint Pitching.

Gostámos bastante deste modo de lançar as bolas, apesar de ao início exigir extra dose de atenção e destreza. A ideia é simples e consiste em fazer um conjunto de movimentos em sequência com o analógico direito para obter o pitch perfeito. Mas atenção, para o lançamento perfeito, tanto os movimentos, como o timing terão de ser irrepreensíveis.

Se tivermos em conta que tudo isto varia consoante o Pitcher, as suas habilidades, o seu cansaço e o jogador que está no outro lado para bater, teremos uma dose extra de exigência.

Após ser dominado, o Pinpoint Pitching torna-se bastante interessante e recompensador quando bem efetuado. É uma excelente adição pela parte da Sony San Diego.

Também os batedores tiveram direito a algumas melhorias em relação ao momento de acertar na bola. Além do típico uso do Analógico direito (apenas o analógico), os jogadores podem optar por usar um misto que é composto tanto pelo analógico, como pelo botão representativo do tipo de pancada e pelo timing. Este método é bastante exigente de dominar, mas, acaba por se tornar também uma opção muito válida. O pitch perfeito é uma combinação de timing e precisão no movimento de analógico direito.

Mas não se iludam, o acertar na bola com o taco continua a ser a parte mais difícil do jogo…


Por esta altura, convém referir que o DualSense está bastante bem-adaptado para MLB the Show 21. O feedback háptico é usado com um bom efeito em pleno jogo, especialmente na altura de pitching, ou quando envergamos o taco ou apenas quando somos um defensor de campo e tem de agarrar a bola em pleno ar.

Graficamente, o jogo está bastante bom, mas há espaço a melhorar. Os recintos estão fantásticos, com o público animado e a reagir aos acontecimentos, com a luz do Sol a passar por entre as arcadas. Até se vê ocasionalmente, um pouco de vida fora dos recintos.

Os jogadores, tirando alguns movimentos mais estranhos que ocorrem ocasionalmente e que poderiam gerar graves lesões, parecem movimentar-se e agir com grande realismo. Cada qual tem o seu estilo, seja de lançamento do Pitcher, seja de tacada, seja de arremesso da bola e o jogo reflete isso de forma bastante competente.

E até pormenores como a roupa sujar-se de terra quando se lançam para uma base, está impecável.

No entanto, é no campo, mais precisamente no relvado que se nota um pouco de menor atenção. A relva encontra-se demasiado artificial, mais parecendo um tapete. E outro aspeto é o de, apesar de todo o movimento em campo e nas bancadas, o cenário por detrás é estático, nem se vendo as árvores a ondularem ao vento.

Um dos grandes porta-estandartes do jogo é o maciço editor de estádios que traz consigo. Apesar de considerar que é um pouco complicado de manusear, esta ferramenta tem uma enorme quantidade e diversidade de opções para se criar o nosso lar. E depois, é só partilhar com a comunidade.

Toda a apresentação do jogo está fantástica, seguindo a tradição dos campeonatos americanos. O expoente máximo é o NBA 2K21 que faz um show-off fantástico e MLB The Show 21, apesar de não atingir esse nível, acaba por estar muito bom.

Veredicto:

MLB the Show 21 é um jogão. Quem aprecia a MLB e o Baseball, tem de experimentar este jogo, pois mais completo que The Show 21, não há.

Seja numa vertente competitiva ou meramente recreativa, MLB the Show 21 é uma ótima forma de representar a Major League na Playstation 5.

Exit mobile version