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Análise Middle-Earth: Shadow of War (Xbox One)

Shadow of War marca o regresso dos jogadores à Terra Média, o mundo criado por Tolkien, que acolhe os contos de Senhor dos Anéis e de Hobbit bem como a história de Talion, o herói criado propositadamente pela Monolith Productions para esta série.

O Pplware já teve oportunidade de experimentar o jogo, que foi lançado também para a nova consola da Microsoft, a Xbox One X.


Shadow of War ocorre entre as obras mencionadas, por isso é com naturalidade que exista interação com várias personagens, bem como, menções a artefactos e localidades dessas mesmas obras. Apesar disso, a série Middle-Earth não deixa de ser um excelente ponto de entrada neste universo, especialmente para quem procura uma aventura cheia de fantasia, mistério e grandes batalhas.

Tal como o jogo anterior, Shadow of War utiliza o sistema Némesis, trazendo consigo algumas novidades e melhorias nesta mecânica que tem a particularidade de conseguir gerar inimigos com atributos e personalidades distintas. Outro pormenor que será referenciado nesta análise, são as micro transações e de como estas podem afetar a jogabilidade e a experiência do jogo.

Shadow of War prossegue exatamente onde o anterior jogo, Shadow of Mordor, terminou, com Talion e o elfo Celebrimbor a criarem um novo anel do poder para conseguirem finalmente colocar um fim ao senhor das trevas, o poderoso Sauron.

Esta cooperação forçada entre um humano e um elfo é explicada no jogo anterior, mas de forma resumida, Talion, um simples guarda de Gondor, perde a família para um ritual feito pelo antagonista do jogo anterior. No processo desse ritual, Talion acabou por se fundir com o espectro de Celebrimbor, o elfo ferreiro, responsável pela criação anéis do poder.

A história de Middle-Earth: Shadow of War é interessante quanto baste, levando o jogador a explorar vários locais icónicos dos filmes, como Minas Ithil ou Minas Morgul. A narrativa é auxiliada por alguns personagens carismáticos e outros que deixam a desejar nesse departamento, onde tem que ser incluído o próprio protagonista do jogo, tanto pela falta de encanto como pela falta de empatia que consegue proporcionar ao longo do jogo, algo que já se refletia em Shadow of Mordor. Curiosamente os personagens que empregam alguma alma ao jogo são precisamente os Orcs que se juntam ao nosso exercito, com vários momentos cómicos e de tensão entre os mesmos.

Certamente que não é necessário gastar um cêntimo que seja em loot boxes para completarem o jogo na totalidade, mas, é essa a impressão e sentimento que perdura quando se chega ao último ato do jogo e a dificuldade aumenta exponencialmente. Neste derradeiro ato, é necessário defender as fortalezas, conquistadas nos atos anteriores, em várias fases. Neste momento será necessário gastar o dinheiro acumulado ao longo do jogo, chamado mirian, para fazer upgrades ás defesas das fortalezas. Este dinheiro é ganho em abundância, mas com os upgrades, rapidamente desaparece, e o farm de mais mirian vai-se tornar uma obrigatoriedade caso não façam uma boa gestão do mesmo nos outros atos do jogo, o que pode tornar bastante fastidioso, sendo que a forma de contornar isto, será comprar as ditas loot boxes.

Shadow of War possui as mecânicas básicas de quaisquer outros Action RPG na terceira pessoa, como missões principais e secundárias, o equipamento e armas que vamos alterando e melhorando ao longo do jogo e ainda as habilidades especiais que vamos desbloquear e evoluir conforme aumentamos o nível de Talion.

O elemento diferenciador e inovador da série é o sistema Némesis, que como disse no principio da análise regressa em Shadow of War. Com esta mecânica são gerados Orcs, diferentes dos normais, mais fortes, onde lhes é atribuído um nome, um ranking na hierarquia de Orcs e ainda características aleatórias, como diferentes vulnerabilidades e resistências.

Para nos prepararmos para o combate contra estes Orcs mais fortes é possível obtermos informação sobre eles, sendo necessário interrogar Orcs específicos, que deambulam pelo mapa. Uma boa preparação é essencial, onde uma batalha pode ser resolvida numa questão de segundos em vez de minutos. Por exemplo, um Orc pode ser fraco contra investidas furtivas, e assim é possível atacarmos pelas costas, ou de um ponto de vantagem superior e arrumar a questão sem grandes problemas.

Outra capacidade de Talion é a de recrutar estes Orcs para as suas próprias fileiras, ou seja, usar o anel do poder para construir um exército com o objetivo de conquistar as fortalezas de Mordor.

O combate é igual ao do jogo anterior, sendo que este é inspirado na série Arkham, onde Talion tem a capacidade de enfrentar dezenas de inimigos ao mesmo tempo, usando uma única tecla para usar a espada e outra para contra-atacar os ataques inimigos.

Graficamente apresenta poucas melhorias relativamente a Shadow of Mordor, e a reciclagem de vários elementos é notória. O que salta logo à vista são as animações, que são praticamente as mesmas do jogo com anterior com alguns refinamentos. Em relação aos modelos pode ser dito exatamente o mesmo, à exceção de Talion e Celebrimbor que sofreram uns pequenos retoques no seu aspeto. A utilização de texturas de alta resolução favorece a versão da Xbox One X e é algo que salta logo à vista, conferindo um maior detalhe ao aspeto do jogo.

O que mais impressiona em Shadow of War é a performance, onde a dimensão dos edifícios e a quantidade de inimigos no ecrã não parece afetar a forma de como o motor corre, à exceção de algumas cenas que podem levar a quebras, mas sem afetar a experiência de jogo.

Veredicto:

Shadow of War é um bom jogo, com alguns pontos fortes que o tornam numa excelente referência no universo criado por Tolkien, fazendo de ponte entre Hobbit e Senhor dos Anéis de uma forma bem conseguida. O sistema Némesis continua a dar cartas como umas das mecânicas mais originais desta geração de videojogos e continua a ser, indiscutivelmente, o ponto mais forte da série.

Middle-Earth: Shadow of War

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