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Análise KONA (Playstation 4)

Carl foi militar. Serviu na Coreia do Sul antes de voltar à sua cidade natal, Montreal, no Canadá. Foi lá que se tornou detective privado, pesquisando e recolhendo informação para quem contratasse os seus serviços.

Um dia, foi contactado por William Hamilton, um empresário rico que necessitou dos seus serviços num simples caso de vandalismo. Carl aceitou o caso, embora este não fosse, de todo, um caso onde alguém, por norma, contratasse os serviços de um detective privado. Mas aquilo que, à partida, aparentava ser um caso simples e pouco importante depressa se complicou…

 


Fruto de uma colaboração entre a Parabole e a RavensCourt, Kona – cuja acção decorre nos anos 1970’s – coloca-nos na pele de um detective privado, Carl, que, tendo sido contratado por um milionário chamado William Hamilton, se desloca ao Québec para investigar um caso de vandalismo de somenos importância. Lá chegado, Carl depara-se com estranhas ocorrências que põe em causa o real motivo por detrás da sua contratação. Terá então de investigar os acontecimentos paranormais que tiveram lugar numa pequena e sinistra localidade rural e que a deixaram praticamente deserta.

É este o enredo de Kona. Simples e chamativo consegue, num primeiro momento, prender-nos a atenção. A sua narrativa é interessante e cativante o suficiente para nos fazer querer jogar. Porém, esse efeito é de curta duração e, à medida que nos embrenhamos no jogo e naquela pequena localidade da província do Québec, no Canadá, depressa sentimos que o jogo se torna monótono, quase parado, como se não existisse qualquer tipo de acção.

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Tal como foi referido, a localidade encontra-se desabitada, não se avistando vivalma numa paisagem coberta de neve. As poucas interacções existentes com NPC’s são pouco naturais, sendo possível – por exemplo – andar armado numa casa onde se encontra um NPC também armado sem que nada de extraordinário aconteça.

Assim, Kona é somente um jogo de exploração, sem acção e sem grandes desafios. Existem alguns puzzles a resolver mas que dificilmente nos darão dores de cabeça, como a busca de um interruptor específico para fornecer electricidade a uma garagem ou a descoberta da combinação correta de um cofre escondido num vão de escada. Nada muito difícil nem desafiante. E é aqui que Kona perde parte do seu encanto: para um jogo cuja ênfase reside na exploração, há muito pouco para descobrir e o que há não é suficientemente estimulante.

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Um outro aspecto algo negativo de Kona é a navegabilidade pelo cenário – que é, na realidade, grande. Estamos permanentemente debaixo de um forte nevão, chegando a ser difícil ver para onde nos dirigimos, principalmente nos frequentes trajectos que fazemos a conduzir. É muito complicado – quase impossível, aliás – não ter de parar várias vezes para conseguirmos consultar o mapa. A particularidade aqui é que, para conseguir ver o mapa com um mínimo de clareza, somos obrigados a sair do veículo: estranhamente, não é possível vê-lo de forma completa no espaço interior do carro.

Os trajectos que fazemos a pé também são difíceis, mas essa complexidade prende-se com o facto de o nosso personagem ser afectado pelo frio extremo. É imperativo que o nosso personagem esteja perto de uma fonte de calor, pelo que é bastante aconselhável – em cada edifício que visitarmos – acender a lareira e recolher o máximo de itens (munições, fósforos ou medicamentos) possível para prevenir qualquer contratempo.

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Apesar de o enredo principal ser bastante bom, a parte mais negativa de Kona é o facto de não sabermos muito bem do que andamos à procura, nem o que temos realmente de investigar. Tudo se torna mais fácil quando começamos a encontrar NPC’s que foram congelados durante algum tipo de interacção paranormal e que, quando os tocamos, nos transportam num flashback para os acontecimentos que antecederam o momento da sua morte.

Ainda assim, as pistas que vamos encontrando pelo caminho não são muito elucidativas. Temos simplesmente de continuar a investigar mas, durante grande parte do jogo, a questão que mais se coloca é: investigar onde e o quê?

Para um enredo com um enorme potencial, Kona falhou redondamente na sua concretização, oferecendo aos jogadores um título que assenta basicamente na exploração, investigação e busca de pistas mas que não se vai tornando mais esclarecedor à medida que progredimos no jogo.

Veredicto

Kona tem um bom enredo, cheio de potencial, mas que desilude. É difícil entender qual a nossa real missão, onde nos devemos dirigir e, acima de tudo, é praticamente impossível deduzir a importância das pistas que vamos encontrando. Embora tenha alguns puzzles para resolver, a facilidade da sua resolução tornam este desafio pouco estimulante. A jogabilidade dificulta um pouco a nossa missão, sendo o pormenor de não se conseguir ver o mapa dentro do automóvel um pouco absurdo, sobretudo se tivermos em conta que o nosso personagem – como qualquer ser humano – é vulnerável ao frio extremo. Salvam-se os gráficos, que geram um ambiente bastante verosímil. Infelizmente, um título que não deixará muitas saudades.

Kona

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