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Análise: Jump Force (Xbox One)

Longe vão os tempos em que os apaixonados pelo mundo do anime e manga eram uma minoria e muitas vezes considerados de nerds. Nos tempos que correm, é possivel ver filmes, séries, bandas desenhadas e videojogos sobre este rico universo de tal forma que trata-se de uma cultura e forma de estar já bem enraizada nos países ocidentais.

Um pouco como o culmiar de tudo isto, foi lançado no mês passado, Jump Force pela Konami e desenvolvido pela Spike Chunsoft. Um jogo que reúne vários universos distintos manga num só.

O Pplware já teve a oportunidade de experimentar.


Shonen Jump é uma revista japonesa que apresenta alguns dos mais conhecidos personagens manga. Fãs de manga devem conhecer perfeitamente, quer a revista, quer os seus personagens e este jogo é claramente virado para todos eles. Gostava de reforçar que não sou particularmente conhecedor do Universo Mangá e Anime, pelo que gostaria de pedir desculpa por qualquer tipo de incoerência ou imperfeição do mesmo.

Jump Force, da Bandai Namco, é um titulo desenvolvido pela Spike Chunsoft e que representa a celebração do manga e dos seus 50 anos. Trata-se de um jogo que combina personagens e heróis de variadas séries distintas num só, sendo a mistura perfeita para os amantes do género. São mais de 40…

A história

Tudo começa quando Frieza (Universo Dragonball) invade o nosso Mundo e num combate contra Goku fere mortalmente uma pessoa que passava na rua. Essa pessoa somos nós e graças a um Cubo Umbras somos salvos. E é nesse preciso momento que começa a aventura.

Numa primeira fase temos de criar o nosso personagem e graças a uma vasta oferta de possibilidades de personalização, podemos criá-lo com bastante detalhe e características facilmente reconhecíveis pelos fãs de anime. É claro que ao longo do jogo vamos tendo a oportunidade de melhorar ainda mais.

Dessa forma, e quando concluído, eis que o nosso personagem se junta à Jump Force. Trata-se de uma coligação de vários heróis manga de diversas séries que se juntaram para erradicar os vilões que se encontram a invadir o nosso planeta.

Graças a um mecanismos de controlo de mente, um vilão (descobriremos ao avançar na história) encontra-se a controlar alguns personagens importantes e cabe-nos a nós e aos nossos novos camaradas, a missão de os libertar e trazer para a Jump Force.

Num primeiro momento, cabe-nos decidir de entre três facções separadas que determinam as nossas habilidades iniciais. As três facções (animes) à disposição são Dragon Ball (liderado por Goku, e mais virado para artes marciais), One Piece (com o seu estilo pirata, liderado por Luffy) e Naruto (da série Naruto, e que combina movimentos ninja).

No modo Campanha a mecânica do jogo faz com que a história evolua lentamente, basicamente numa repetição de combates a salvar heróis possuídos. Aliás, a própria história não tem nada de particularmente extraordinário, servido apenas para colar minimamente a jogabilidade.

Jump Force apresenta duas zonas distintas. Por um lado apresenta uma espécie de hub onde o jogador aceita missões, treina e compra acessórios e outras melhorias, e por outro lado, apresenta os diferentes cenários onde os combates decorrem.

Podemos equipar até 4 habilidades diferentes e começamos com algumas básicas. Cada habilidade, baseada nos diferentes universos do jogo, pode ser personalizável, possibilitando a criação de um estilo de luta nosso e que melhor se adequa ao nosso gosto. Além de novas habilidades, também podemos adquirir itens e acessórios que poderão ser bastante úteis durante os combates.

Dito isto, seguem-se os combates e é aqui que o jogo adquire a sua maior grandeza. Os combates decorrem em arenas 3D de consideráveis proporções, inspiradas em localizações que pretendem simular o mundo real.

Cada combate é um confronto entre 3 personagens de cada lado. No modo História é o jogo que constrói a nossa party, mas no online cabe ao jogador decidir quais os heróis a levar.

O combate propriamente dito consiste numa luta de um personagem do jogador contra um do adversário, à vez. No entanto, pode-se trocar de personagem durante o combate quando for mais vantajoso. Isto é positivo pois permite apresentar variadas estratégias consoante os personagens que o adversário nos colocar. Contudo, existe um problema que mina um pouco esta questão estratégica: as barras de energia e maná são partilhada por entre os 3 personagens.

Trata-se de uma escolha polémica da Spike Chunsoft que poderá muito boa gente a torcer o nariz, pois retira a sensação de individualidade de cada herói durante o combate. Pessoalmente gostaria que cada personagem tivesse as suas próprias barras e assim a gestão já teria de ser feita de uma forma mais estratégica.

Durante os confrontos é extremamente importante saber atacar e defender. Exige-se paciência e observação para contra-atacar com um mínimo de segurança. Apesar do jogo incentivar o button smashing existe algo mais por detrás de cada combate. Lançar ataques (normais ou pesados) ou ataques especiais, são importantes mas também a arte da defesa o é.

Se pressionarmos um botão um pouco mais tempo lançamos um ataque poderoso mas expomos-nos ainda mais ao adversário. Se o fizermos com um ataque especial, o resultado pode ser poderosíssimo mas se nos expusermos demasiado tempo, o “feitiço pode virar-se contra o feiticeiro“. Uma nota para o facto de os ataques especiais serem acompanhados por uma animação que, apesar de cortar a acção, acaba por ter criar um efeito que encaixa perfeitamente. Isto pois, convém não esquecer que estamos num jogo baseado em personagens manga.

Entretanto, uma das primeiras coisas que descobrimos no jogo é que enquanto defendemos podemos-nos deslocar, esquivando assim dos ataques adversários e possibilitando um contra-ataque ou perseguição do nosso lutador.

Uma curiosidade apenas para o facto de, apesar de termos um lutador de cada vez, existem momentos em que podemos lançar assistências de ataques (Assist Attacks), com os que estão “no banco”.

Dado que existem mais de 40 heróis para desbloquear, Jump Force acaba por entregar aos jogadores bastante conteúdo. Mas mais .. podemos evoluir cada personagem, assim como apetrechá-los com novas habilidades e acessórios. Isto faz, por um lado com que os jogadores tenham muito por onde escolher e por outro, leva os jogadores a terem de jogar com todos os heróis (isto se os quiserem evoluir).

Não poderia deixar de mencionar o temendo trabalho que a Spike Chunsoft teve em criar o melhor ambiente de Jump Force, de forma a ser fiel aos mangás e animes respectivos. Os lutadores estão bastante bem representados com os pormenores que os tornam tão característicos. E até o facto e falarem em japonês lhes traz uma dose extra de carisma. No entanto, a falta de legendas em português poderá complicar quem não percebe japonês.

A arenas e cenários onde a ação decorre encontram-se bem desenhados e talvez por isso que os ecrãs de loading abundam e são demorados. Mesmo apesar de enquanto aguardamos podermos ir treinando, os loading são demasiados.

Creio que nos combates online se perdeu uma oportunidade de fazer algo diferente. Apesar da mecânica principal ser semelhante à do offline (party de 3 com um lutador de cada vez), acredito que poderia vir a ser interessante um combate em que 3 jogadores pudessem escolher o seu personagem e se unissem para lutar contra outros 3.

Veredicto

Claramente um jogo virado para os amantes de anime e manga. Apesar duma história que não faz juz ao rico Universo manga, o jogo apresenta no combate a sua masterpiece, com lutas frenéticas e visualmente agradáveis que nos remontam imediatamente para as séries e livros do género. De realçar os especiais que despoletam animações fantásticas.

Peca contudo por ter pouca profundidade na história e por não ser ambicioso o suficiente em variados aspectos, como por exemplo no multiplayer ou gestão da equipa em combate.

Jump Force

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