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Análise Immortals of Aveum (Playstation 5)

Os Ascendant Studios lançaram no Verão passado, Immortals of Aveum, o seu primeiro grande jogo que a Playstation 5, Xbox Series X e PC (Windos) receberam de braços abertos. Trata-se de um FPS onde a magia é a principal arma, será que é mesmo mágico?? Venham ver o que achámos para a Playstation 5…


Immortals of Aveum, é o primeiro grande jogo desenvolvido pelos Ascendant Studios e foi publicado sob a alçada do programa EA Originals da Electronic Arts.

Trata-se de um FPS (First Person Shooter) no qual em vez das armas tradicionais, o jogador utiliza a magia para atacar (e defender). Trata-se de uma combinação bastante interessante e que funciona bem, apesar de não conseguir esconder completamente uma jogabilidade típica dos FPS.

Contudo, e para ser totalmente honesto, Immortals of Aveum acaba por ser uma lufada de ar fresco neste tipo de jogabilidades. É fácil sentirmo-nos surpreendidos em dados momentos do jogo, não só pela qualidade e diversidade de magias ao nosso dispor, como também pelo tipo de obstáculos e inimigos que temos de ultrapassar com recurso á magia.

A história de Immortals of Aveum conta-nos a aventura de Jak, um órfão que vivia de pilhagens em plena Everwar. Everwar é o nome dado ao conflito que grassa no planeta e nos seus 5 Reinos, pelo controlo da Magia.

Invisível aos olhos, a Magia flui em tudo o que existe no Mundo, e o conflito surge quando o principal inimigo do jogo (Sandrakk), tenta controlá-la. Do outro lado da barricada encontra-se o Lights Army, que corresponde a uma força responsável pela manutenção da justiça e da paz, e que tenta impedir que isso aconteça.

E na linha da frente encontram-se os Immortals, uma força de elite do Lights Army que é encabeçada pela General Kirkan e se revela como a derradeira barreira defensiva.

Sandrakk já foi outrora um Immortal que virou rogue e aos poucos a história e suas reais motivações são-nos dadas a conhecer com o desenrolar da ação. Aliás, com o decorrer da história vamo-nos apercebendo de muitas surpresas e twists.

Jak, como referi, é um simples larápio que de repente, no inicio do jogo, se vê confrontado com uma situação de stress tão grande que adquire o poder de usar a Magia. Aliás, adquire o poder de usar os 3 tipos de magia existentes neste mundo. Esse fenómeno chamou a atenção de General Kirkan, líder dos Immortals, que vê nele um potencial enorme, e torna-o também de Immortal.

Dessa forma, Jak parte numa aventura pela restituição da paz e justiça lutando contra as forças de Sandrakk e outros obstáculos. Aventura essa que o levará a inúmeros locais distantes, através de um conjunto de portais que lhe permitem teletransportar-se.

Jak acaba por se tornar num poderoso mágico e vai evoluindo à medida que o jogo avança (algumas influências de RPG).

Existem 3 tipos de magias primordiais: Azul, que ilustra a precisão, Verde que simboliza Vida e Manipulação do Ambiente, e Vermelha que representa a força bruta. Na realidade, estas magias acabam por, tal como referi mais acima, camuflar uma jogabilidade mais conhecida dos FPS. Por exemplo, a magia Azul pode ser encarada como uma arma de ataque à distância e de maior precisão (Snipers, por exemplo), enquanto que a Magia Verde pode ser considerada como equiparada com as metralhadores e MachineGuns e por fim, a magia Vermelha faz lembrar as Caçadeiras.

De qualquer forma, cada uma dessas magias tem associada uma habilidade secundária. Por exemplo, a magia verde permite manipular infraestruturas gigantescas ou domesticar animais, ou a magia azul que permite criar um escudo protetor….. existe muita diversidade e as combinações são francamente brutais, perfeitas para quem gosta de explorar várias facetas e alternativas.

É também verdade que cada um deste tipos de magia tem vantagens contra determinados tipos de inimigos e chegam mesmo a haver quebra-cabeças ambientais que dependem do uso de determinada magia, á vez.

Para invocar a magia, Jak usa umas braceletes especiais que equipa em cada braço e que lhe proporcionam várias vantagens e power-ups no seu uso. Essas braceletes podem ser melhoradas com o consumo de recursos que vamos encontrando e são dezenas as que poderemos encontrar em Aveum.

Por outro lado, Jak tem ao seu dispor os Ataques Fury ou Ultimates, ataques poderosíssimos que tendem a ser usados com mestria e sensatez. Em particular contra os bosses. Existem vários tipos de inimigos, sendo a maior parte relativamente acessível mas, os bosses intermédios e os bosses principais, exigem muita concentração e acerto na estratégia.

Seja como for, acaba por se tratar de um misto de tentativa e erro, sendo que, aos poucos, os jogadores se vão apercebendo do que têm de fazer para levar derrotados os principais oponentes. Mas… convém dizer…. é bastante exigente. E isso é bom!

Com tanta magia em uso, os combates poderiam ameaçar tornar-se demasiado caóticos visualmente mas, a equipa da Ascendant fez um ótimo trabalho ao os tornar limpos e claros, sendo momentos de grande entusiasmo e adrenalina (especialmente contra os bosses).

Ao longo do jogo, o jogador tem de saber “ler” os inimigos e as melhores formas de os ultrapassar. É um jogo que incentiva os jogadores a adaptar-se constantemente e procurarem a todo o momento, novas formas de ultrapassar obstáculos, sejam eles, inimigos ou desafios lógicos.

Com efeito, Immortals of Aveum não é um jogo demasiadamente fácil. Oferece algumas retas facilmente ultrapassáveis mas, regularmente, surgem grandes subidas que custam e exigem alguma destreza mental para serem ultrapassadas.

Tal como referi, a magia flui em Aveum um pouco por todo o lado. Tal como se tratassem de veias ou artérias de um corpo humano. Está presente em tudo e espalha-se por todos os cantos de Aveum e Jak rapidamente adquire uma outra capacidade extremamente útil: viajar por essas artérias.

O mundo de Aveum é enorme e existem inúmeros pontos de interesse, desafios, puzzles e segredos a serem descobertos. Tal como escrevi mais acima, para os atingir é necessário, saber usar as várias magias que Jak vai desbloqueando ao longo da história.

Trata-se de uma mecânica bastante interessante e que flui bastante bem com a história do jogo. E creio que essa será uma das conclusões mais assertivas que se pode tirar acerca de Immortals of Aveum, que é o facto do jogo fluir bastante bem e de forma clara e sem pedras no caminho.

Muitas vezes isso obriga também, a que o jogador deixe algumas tarefas para completar mais tarde. É algo a que já estamos habituados neste tipo de jogabilidades, pois existem magias ou habilidades necessárias para determinado momento que só desbloquearemos mais adiante.

São tantos e tão diversificados os feitiços e habilidades de Immortals of Aveum que um dos problemas que o jogo apesenta, é essa mesma quantidade e diversidade. Isto pois, torna-se complicado ter uma ideia concreta da melhor estratégia a usar. Mas, verdade seja dita, proporciona uma tremenda capacidade de experimentação a todos os jogadores que gostem de inovar.

E existem várias habilidades interessantes, muitas delas influenciadas por outros jogos. Por exemplo, Jak usa um gancho que, tanto pode usar em combate para puxar inimigos para mais perto dele, como pode ser usado para aceder a pontos altos de difícil acesso.

Como ponto menos positivo, creio que um dos aspetos que mais se destaca é a pouca liberdade pura de movimentos. Creio que o jogo poderia ganhar com um pouco mais de liberdade total de exploração.

Isto pois, o Mundo de Aveum é massivo e extremamente rico em folclore e história. É impressionante a riqueza que os Ascendant Studios lhe impregnaram e o jogador sente-se impulsionado a explorar um pouco mais, sendo presenteado com inúmeras missões secundárias e segredos ou tesouros a serem descobertos.

E tudo isto acompanhado por uma fantástica produção musical que consolida o que se passa no écran com faixas que transmitem precisamente o que cada momento necessita. Immortals of Aveum apresenta uma banda sonora francamente boa e empolgante, quase diria, épica.

Ainda neste contexto, convém referir que o mundo de Aveum disfruta de interpretações fantásticas dos atores que dão voz aos principais protagonistas do jogo, vozes de Gina Torres como General Kirkan (Firefly, Suits), Darren Barnett como Jak (Never Have I Ever, Gran Turismo), Antonio Aakeel (Slow Horses, I Came By) como Devyn, e Lily Cowles (Roswell, New Mexico, Call of Duty: Black Ops Cold War) como Zendara.

Uma nota final para a quantidade de conteúdo e narrativa que os Ascendant Studios criaram para Immortals of Aveum. É quase digno de um livro, ou enciclopédia, dada a quantidade, qualidade e credibilidade (no contexto) da informação partilhada. Para quem aprecia narrativas com conteúdo e que façam sentido, não será defraudado pela história e envolvência de Immortals of Aveum.

Quem entrar no mundo de Aveum de animo demasiado leve e sem fazer um mínimo esforço para o compreender, acaba por se perder. Trata-se de um daqueles títulos que merece a pena ser acompanhado com atenção para se ter uma melhor percepção do mundo onde se desenrola, das suas tramas e de tudo o que ele simboliza (até mesmo em termos de paralelismo com a realidade).


Entretanto, os Ascendant Studios lançaram uma atualização para Immortals of Aveum para PC, PS5 e Xbox Series X, que reúne correções e atualizações, garantindo que o jogo continua a evoluir positivamente.

O Patch 5 oferece uma experiência muito melhorada em termos de desempenho para os jogadores em todas as plataformas.

Além de várias correções de bugs e atualizações, o patch 1.0.5.0 adicionará suporte para a recém-lançada tecnologia de upscaling FSR3 da AMD, que usa uma combinação de tecnologia de upscaling temporal de super resolução e geração de frames para oferecer atualizações massivas de taxa de frames nos jogos, incluindo Immortals of Aveum.

Immortals of Aveum

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