Por Ricardo Correia para o Pplware!
Desenvolvido pela Dambuster Studio, Homefront: The Revolution é um reboot, tendo sido inicialmente planeado como uma sequela, do jogo com o mesmo título e temática, Homefront, lançado em 2011 pela extinta THQ, que acabou por ser apenas mais um FPS (First Person Shooter), de imensos da geração passada, que tentou seguir, sem sucesso, as pisadas de Call Of Duty.
Tendo ficado aquém das expectativas, tanto a nível comercial como crítico.
Desta feita, a inspiração, bem notória, para este reboot foi Far Cry com um ambiente urbanista à mistura, e percebe-se bem isso desde que os primeiros vídeos de jogabilidade começaram a surgir, desvendando uma cidade em que o jogador pode vaguear para onde quiser, chegando mesmo a ter um veículo para o fazer, e com inúmeras possibilidades de abordar os confrontos com as forças invasoras nos Estados Unidos da América.
A história centra-se em Ethan Brady, o pouco carismático personagem que vamos controlar, que vai assumir um papel relevante na tentativa de recuperar os Estados Unidos da ocupação Norte Coreana. Esta ocupação surge na sequência de um plano bem elaborado por parte da Coreia do Norte, quando uma América em crise viu o seu poder bélico, adquirido precisamente a uma empresa Norte Coreana, ser completamente neutralizado de forma remota, graças a um backdoor, o que permitiu uma rápida e fácil apropriação do solo americano.
A história não é algo nunca visto ou explorado, principalmente se tivermos em conta as semelhanças com o original, mas é uma premissa sempre interessante, quando bem executada, seja com personagens credíveis ou com uma narrativa interessante. Caso contrário e como acontece em Homefront: The Revolution, o jogador vai-se estar a marimbar, ao fim de um par de horas, com o que acontece no universo do jogo. Nenhum personagem é memorável e as missões de história são o cliché de um jogo open world moderno. Foram várias vezes que me esqueci do porquê de estar a fazer determinada acção, ou de quem me tinha pedido para o fazer. Resumindo, a história nunca chega a conseguir manter o jogador focado no objectivo de salvar a nação e muitas das vezes preferia ignorar o objectivo e fazer outras actividades na cidade.
Em termos de jogabilidade, é tudo muito inspirado noutros jogos, principalmente em Far Cry como dito mais acima, o que não é propriamente mau, um jogo não precisa de reinventar a roda para ser bom. O que é mau são os problemas técnicos, que tornam a simples acção de apontar uma arma e disparar uma tarefa quase sobre-humana, mas lá chegaremos a esses problemas técnicos com mais detalhe.
Existem várias coisas que podemos fazer fora das missões principais, como libertar edifícios do controlo das forças KPA e estabelecer novos centros de operações, ou recrutar membros da resistência e fazer algumas missões secundárias para ganhar fundos e acabar com o controlo das forças norte coreanas em determinadas áreas do jogo.
Com os fundos podemos adquirir equipamentos que melhoram o nosso personagem, como umas botas que tornam mais silencioso, ou uma mochila maior que permite apanhar mais quantidade de itens. Com estes itens é possível criar alguns engenhos explosivos, como uma bomba de impacto ou um cocktail molotov, que são excelentes maneiras de eliminar rapidamente as viaturas blindadas da KPA bem como as suas patrulhas.
É possível abordar estes confrontos de maneiras distintas, podemos criar emboscadas a patrulhas inimigas, com barris de combustível, de maneira a criar enormes explosões, ou então utilizar uma abordagem mais furtiva, e utilizar a besta e eliminar inimigos um a um. Este é sem dúvida um dos aspectos mais positivos do jogo, dá um gozo enorme derrotar uma série de atiradores furtivos a proteger um edifício, recorrendo apenas à besta e à transversalidade dos edifícios.
O modo online também funciona bem, com um matchmaking relativamente rápido e sem latência durante o jogo. Aqui podemos com mais três amigos fazer várias missões em cooperação. Antes disso, tem de se criar o personagem da resistência que se vai usar, onde existem algumas opções de customização que alteram as capacidades do mesmo, como conseguir levar mais munição, ou ser mais resistente no campo de batalha. Durante as missões vai-se ganhando experiência e fundos que depois podem ser usados para melhorar o vosso personagem, que é essencial para as missões mais difíceis.
Homefront é um desastre técnico! A framerate é abismal e inconsistente com o que estamos a ver no ecrã, tanto existem quebras quando estão a acontecer várias coisas ao mesmo tempo como quando estamos, simplesmente, a escalar um edifício. O que ainda torna mais inexplicável esta inconsistência e estas quebras é o detalhe e os modelos dos NPC’s, que diga-se, são fracos e por vezes de com um aspecto amador, podemos encontrar bem melhores na geração passada, para não dizer em jogos com budgets bastante inferiores. As texturas são no mesmo molde, pobres. Até o próprio sistema auto-save causa completas paragens de alguns segundos no jogo!
Veredicto:
Homefront: The Revolution, na sua essência não é um mau jogo. Trata-se de um titulo que consegue ter momentos altos mas se conseguirem ignorar os diversos problemas técnicos que apresenta.
Seria uma recomendação para quem gosta de First Person Shooters e não se importe com as clássicas missões de ir ao ponto A, apanhar o item B e entregar ao personagem C.