Pplware

Análise Halo Infinite (Xbox Series X)

Com direito a entrada direta no catálogo do Xbox Game Pass, Halo Infinite já por cá anda entre nós desde o mês passado, o que também significa que, Master Chief também está de volta.

Sendo um dos jogos mais ambiciosos da série, a 343 Industries leva-nos num regresso às origens de Halo enquanto nos relembra de qual o real significado de Master Chief e dos Guardiões.

Já experimentámos Halo Infinite e…


Sensivelmente 5 anos após o lançamento de Halo 5: Guardians, jogo que levou a série num rumo diferente e apresentou-nos novos personagens, equipamentos e vilões, eis Halo Infinite. Um regresso tão aguardado como necessário.

Um dos aspetos mais imediatos que marca este regresso de Master Chief, é o facto do jogo perder (pelo menos para já) o número sequencial no seu título. Em vez de Halo 6, adquire o título mais sonante de Halo Infinite. Esta mudança, mais que estética, é um marco e uma homenagem a Halo e Master Chief e poderá significar muito mais que um mero título forte e sonante.

À medida que se joga Halo Infinite, a sensação predominante é de que o jogo representa uma clara homenagem a Master Chief e um regresso ao foco na sua própria existência. Halo Infinite é um hino à existência de Master Chief e dos próprios Guardiões, reforçando o que representa este personagem, não só para o jogo, mas também para quem o joga desde sempre.

Como a maior parte de jogadores de Halo sabe, Master Chief é um símbolo (dentro e fora do jogo). É o símbolo que representa a derradeira esperança da Humanidade e que faz tremer os seus inimigos. John-117 é uma lenda alicerçada nos seus feitos que acompanhámos com os jogos Halo anteriores, e o universo não fica indiferente à sua passagem. Ou é venerado, ou é receado.

Tal como nos jogos anteriores, Infinite apresenta dois alicerces bem vincados. Por um lado, tem uma forte intensidade narrativa que, tanto ajuda os mais novatos na série (no decorrer do jogo, são-nos apresentadas variadas referências ao passado de Master Chief e jogos anteriores, sendo algumas simplesmente incontornáveis como, por exemplo, Cortana), como consegue apaziguar os veteranos.

Por outro lado, Halo Infinite mantém o outro foco da série: combate aprimorado e desafiante. E, convém referir que em Infinite, o combate está, decididamente, mais afinado.


A história de Halo Infinite, que se encontra bastante interessante e, parece lançar sementes para o futuro da série, coloca-nos perante um ataquel a Zeta Halo. Zeta Halo, encontra-se sob ataque dos Banidos (Banished) e, cabe a Master Chief impedi-los de controlar o mais antigo Ring existente, o que seria desastroso e poderia trazer destruição à Galáxia. Os Guardiães encontram-se praticamente eliminados e a única esperança recai sobre o nosso desempenho.

Dito isto, torna-se claro que a ação do jogo irá decorrer maioritariamente em Zeta Halo o que possibilita a introdução de uma novidade bem-vinda: im Open World massivo que nos convida e incentiva a querer explorar.

Dessa forma, o jogador tem uma grande liberdade de exploração e decisão, possiveis pelo facto de se passar num sistema open world. E reparem que merece a pena perder algum tempo a explorar Zeta Halo.

No entanto, esta novidade que Infinite traz ao universo de Halo, vem acompanhada por um pequeno problema: confinamento. Pretendo dizer com isto, que desorrendo a ação exclusivamente num único local, perdem-se oportunidades de explorar outros locais e sistemas que poderiam trazer maior diversidade ao jogo.

Contudo, este sistema traz mais vantagens que desvantagens e essa liberdade decisória que disponibiliza aos jogadores, permite uma maior sensação de poder que vai aumentando com as várias missões que se nos vão apresentando. Além das missões da história principal, o jogo lança-nos variadas missões e eventos secundários que, apesar de, por vezes roçarem a repetibilidade, impulsionam-nos a querer mais. Seja como for, os jogadores são livres de decidirem se querem concentrar-se exclusivamente na missão principal ou se referem perder-se na exploração deste mundo, admirando toda a sua beleza e desafios que aí se encontram.

Felizmente, além dos cenários exteriores na superfície de Zeta Halo, Infinite leva-nos a conhecer ainda, algumas infraestruturas e locais interiores, que têm o condão de trazer maior variedade ao jogo, e um maior cuidado estético nos cenários.

Aliás, os cenários interiores estão, na maior parte das ocasiões, muito mais detalhados e com atenção ao pormenor que os exteriores. A superficie do Zeta Halo dá a sensação de estar demasiadamente homogenea e algo repetitiva.


A mecânica open world vem embebida com um sistema de conquista de bases e postos avançados dos Banidos, que se encontram espalhados pelo mapa do jogo. Uma vez que não há ordens pré-estabelecidas para a conquista destas bases (tirando as missões da história principal), o jogo adquire assim outra dimensão tática, permitindo inclusive, que se façam os ataques com estratégias diversas. Por exemplo, podemos fazer um ataque completamente sozinhos ao volante de um Razorback, mas também podemos levar connosco alguns Marines da UNSC num Warthog que, entretanto se juntem a nós…

Além da aquisição de experiência e armas, essas bases capturadas permitem-nos ainda a possibilidade de Fast Travel para pontos mais distantes do mapa.

Seja como for, e apesar de todo o divertimento que essas conquistas representam, fica claramente no ar a sensação de que poderia haver algo mais a acontecer neste massivo mapa aberto.

Em Infinite, Master Chief recebe ainda uma outra surpresa. Trata-se de uma personagem nova e importante para o decorrer do jogo: A Arma (Weapon, em inglês). A Arma é um sistema de IA feito à semelhança de Cortana e que desde cedo Master Chief equipa no seu fato. Dessa forma, a Arma torna-se parte integrante do Guardião e que, ao longo do jogo se vai revelando crescentemente importante. E é também, extremamente interessante acompanhar a evolução da relação de confiança entre Master Chief e a Arma ao longo do jogo.

E por falar em armas, Halo desde sempre se tratou de um jogo bastante generoso na quantidade e qualidade de armas ao nosso dispor. O armamento que Infinite nos serve na bandeja mantém todo esse ADN da série. São dezenas as armas que vamos encontrar em Infinite, tanto em variedade como em raridade e, como seria de esperar, tanto podemos equipar armas Marines como dos Banidos.

Existem algumas armas especiais que conseguimos adquirir, ou eliminando bosses, ou então tendo acesso a elas com o seu desbloqueio. Tratam-se de armas com efeitos mais brutais e mortíferos que têm o catch de apresentarem munições limitadas. Contrariamente às armas normais que recarregamos ao apanhar munições do chão, estas não são recarregadas desta forma pelo que o seu uso tem de ser claramente ponderado.

Devo confessar que apreciei bastante a diversidade e armas e os seus efeitos (alguns mais devastadores que outros). Deu bastante gozo passar algum tempo a experimentar a maior parte delas e os combates ganham bastante com essa variedade. Apenas de lamentar a ausência de combates de grande escala.


Além das novas armas, Halo Infinite apresenta ainda um conjunto de novas ferramentas que Master Chief poderá usar e se revelam bastante importantes. Gostaria de destacar uma: o Grappleshot.

Trata-se de um gancho multi-task, à semelhança dos ganchos usados noutros jogos, como por exemplo, Battlefield 2045. Acredito muito sinceramente que, em Halo Infinite, o uso deste acessório é algo de mais empolgante e fluído, sendo uma ferramenta que faz mais sentido no contexto de Halo Infinite.

Este gancho pode ser usado para vários fins, tornando-o extremamente multifacetado e lhe confere uma dose extra de componente tática. Por exemplo, se estivermos a ser alvejados, podemos rapidamente usá-lo para rapidamente saltarmos para de uma parede ou proteção. Por outro lado, poderá ser usado também como arma e até o podemos usar para fazer car-jacking de veículos dos Banidos.

Existem mais Acessórios, como, por exemplo, um escudo portátil, mas o que fica na retina é que o gancho será a primeira escolha, claramente. E no que respeita à escolha dessas ferramentas, devo confessar que se faz de uma forma pouco prática. Basicamente, temos de pressionar o gatilho R1, seguindo das setas direcionais para a escolha.


Por fim, não poderia deixar de referir a IA de Halo Infinite e tenho de confessar que, revela grande competência, especialmente no que respeita aos Banidos.

A IA dos Banidos encontra-se bastante credível. Cada inimigo, dos mais fracos aos Bosses, tem as suas próprias habilidades e mais-valias, sendo que em combate, sabem fazer uso delas. Por exemplo, as Elites usam o seu dispositivo de cloak com mestria, obrigando os jogadores a interpretar bem os seus comportamentos e movimentos. Por exemplo, os Grunts usam as suas pistolas de plasma com grande precisão e tentam escudar-se sempre que nos aproximamos bastante.

Por outro lado temos os IA dos Marines que muitas vezes nos acompanham nas missões e side quests. Seja a bordo de um Warthog, ou a pé, os nossos companheiros de IA, encontram-se bastante úteis nas suas ações e conseguem muitas vezes evitar males maiores, lidando com os inimigos sozinhos. Contudo, apesar de tudo isto, existem várias situações ridículas e infantis, onde parece que se esquecem de inimigos mesmo à sua frente para atacar outros que estão mais longe.

Como resultado disto tudo (IA dos inimigos, diferentes armas, movimentos fluídos,…), o jogo ganha, por um lado, exigência (mesmo nas dificuldades mais baixas) e por outro lado, faz do combate de Halo Infinite um dos melhores da série, extremamente empolgante e variado.

 


De lamentar que o modo campanha não possua um modo cooperativo, tema que foi abordado e discutido pela comunidade, mas, infelizmente, não está presente.

Num mapa tão grande e rico, seriam de esperar colecionáveis, certo? Pois, bem! Infinite, apresenta-nos dezenas de audio logs espalhados pelo mapa que trazem à memória, histórias esquecidas de Halo, e a traição de Cortana. Esses audio logs permitem ao jogador descobrir o que se passou com Cortana, mas o jogo tem muito mais para descobrir. Esta mecânica de open world associada aos vários colecionáveis disponíveis, tem o dom de recompensar os jogadores de formas variadas.

Entre os colecionáveis podemos ir ainda adquirindo Spartan Cores, que são pedaços de tecnologia Guardião que possibilitam melhorar as habilidades de Master Chief.


O Multiplayer encontra-se bastante decente, permitindo vários tipos de encontros, sendo de realçar o Fiesta que nos leva a combater com armas aleatoriamente escolhidas pelo jogo.

De resto, temos vários modos para equipas, para solo, todos contra todos, cooperativo contra a IA… existe muito para se jogar em multiplayer e após a campanha concluída (o que acontece em menos de 15 horas), há aqui muito para explorar.

Veredicto:

Halo Infinite, juntamente com outros títulos dos Xbox Game Studios, é uma das razões pelas quais os possuidores de Xbox devem subscrever o Xbox Game Pass.

Imperdível para os seguidores da série e com um grande appeal para os restantes jogadores, Halo Infinite é o jogo do Natal no universo Xbox e, mesmo apresentando alguns problemas, será o FPS deste final de ano.

Halo Infinite

Exit mobile version