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Análise Final Fantasy XV (Playstation 4)

Com a chegada de Dezembro e do Natal chegam também os lançamentos de grandes jogos.

Este ano não é excepção e a Square Enix decidiu presentear-nos com mais uma release de uma das mais aclamadas séries de videojogos de todos os tempos.

Final Fantasy XV está aí para recuperar o espaço perdido nos dois últimos lançamentos e os 5 milhões de unidades vendidas no primeiro dia, são um indicador importante.

O Pplware explorou este universo fantástico e entrou na aventura. E que aventura! Percorremos caminhos sem fim, lutámos com monstros aterradores e contamos-vos tudo!

A saga Final Fantasy é uma das mais antigas sagas da história dos videojogos. O primeiro lançamento do jogo remonta já a 1987 e, quase 30 anos depois, a saga continua bem e de saúde. A prova disso é Final Fantasy XV, um jogo viciante pela sua história, pelos seus personagens e pelos cenários imensos e reais apresentados.

A história deste jogo é assente em pontos comuns aos outros jogos da saga: a acção decorre num mundo imaginário similar à Terra, Eos, dividido por várias nações. Duas dessas nações, Lucis e Altissia, preparam-se para assinar um acordo de paz que colocará fim a uma “guerra fria” entre ambas. No dia da assinatura desse acordo, Niflheim, um poderoso império, invade Lucis.

O príncipe herdeiro, Noctis Lucis Caelum – única personagem jogável – encontra-se fora do reino. Dirigia-se para Altissia para se casar com a princesa Lunafreya Nox Fleuret – uma união que tem tanto de genuíno como de politicamente motivado –, quando fica a saber da invasão e da consequente morte do seu pai – o rei de Lucis – às mãos dos soldados imperiais. A partir deste momento, Noctis, acompanhado por 3 companheiros – Gladioulos, Ignis e Prompto – abraça o seu papel de rei e parte com a missão de ajudar a libertar o seu país.

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O jogo inicia-se no momento em que Noctis – juntamente com os seus companheiros – parte para Altissia. Temos logo desde o início da aventura um primeiro vislumbre de um mundo extenso, que lembra uma América rural com as suas longas estradas e pequenos lugarejos isolados. É nestes locais que poderemos parar para reabastecer o veículo onde seguimos, pernoitar para retemperar energias e/ou adquirir bens que se tornarão bastante úteis no decorrer da nossa aventura, sejam eles armas ou ingredientes para podermos confeccionar as nossas refeições.

Nestes lugares isolados e distantes da civilização teremos contacto com inúmeros NPC’s que servirão para enquadrar o jogador na história, fornecendo pistas para os acontecimentos que se estão a desenrolar. Também haverá missões secundárias – side quests – que nos levarão a explorar a fundo o terreno que nos rodeia. Estas missões funcionam sempre numa base de troca, ou seja, ao desempenharmos a missão com sucesso seremos recompensados com dinheiro ou bens que poderão vir a ser muito úteis.

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Mas quer as side quests quer a história principal são tudo menos pacíficas: os adversários e os monstros que se atravessam no nosso caminho são muitos e, embora tenhamos o apoio dos nossos companheiros, a tarefa é complicada. E mais complexa se torna devido à câmara do jogo. É muito fácil perdermos o norte no meio de uma refrega. Embora o sistema de combate esteja bem desenhado e extremamente bem implementado, o ângulo de câmara utilizado não é, definitivamente, o melhor.

Durante as batalhas, Noctis pode utilizar um dos mais fantásticos e úteis poderes que possui: o warp. Este poder permite-lhe deslocar-se instantaneamente no terreno durante a batalha. Para que esse poder possa ser utilizado, é necessário que existam warp points no local onde decorre a batalha, uma espécie de pontos de ancoragem para onde Noctis se possa dirigir.

Infelizmente, esses pontos não são abundantes e não se encontram em locais óbvios, o que – juntamente com o problema do ângulo de câmara – acaba por dificultar a sua utilização.

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Mas o grande atractivo de FFXV é, sem dúvida, a sua história. É uma narrativa bem construída e que nos agarra desde o início. Embora o ritmo do jogo pareça ser um pouco baixo ao princípio e isso nos faça antever um enredo atabalhoado e pouco criativo, muito rapidamente nos vemos arrastados para dentro da trama. Isto deve-se essencialmente à dinâmica entre os 4 personagens principais, cada um com uma personalidade diferente e com habilidades bastante distintas e úteis.

Aquilo que é uma aventura pela busca de respostas – e de armas especiais que conferem a Noctis poderes mágicos – assemelha-se em tudo a uma roadtrip pela América rural, com paragens frequentes para recolher informações, abastecer o carro, acampar e alimentarmos-nos. Destes 3 amigos dependemos durante toda a aventura e a cumplicidade e camaradagem entre todos é visível. É quase impossível não termos uma preferência e não nos sentirmos, enquanto personagem, incompletos quando ocasionalmente nos separamos dos nossos companheiros.

Para realçar ainda mais este ambiente, no fim de cada etapa somos presenteados com um conjunto de fotos tiradas por Prompto. Podemos gravar estas fotos para as vermos mais tarde e até mesmo partilhá-las nas redes sociais.

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Porém, se a atenção dada aos personagens principais é de louvar e contribui bastante para a excelência do jogo, o mesmo já não se pode dizer acerca dos muitos personagens com quem vamos contactando ao longo da nossa aventura. Sabemos que terão um papel a desempenhar na história, mas nem sempre existe um contexto para a sua existência ou conseguimos perceber a sua relação com os personagens principais. Durante todo o jogo, está bem patente a sensação de que os NPCs apenas servem para nos guiar e nos direccionar para as múltiplas side quests existentes.

Ainda assim, acaba por não ser difícil ignorar todos os pormenores menos positivos do jogo. Final Fantasy XV é, acima de tudo, um jogo cativante e divertido que apetece jogar sem parar. E é inevitável sentir a expectativa e o desejo de contribuir para o sucesso da aventura do grupo destes 4 amigos, que inesperadamente se tornaram nos salvadores de um reino invadido por um terrível e poderoso exército estrangeiro.

Veredicto

Final Fantasy XV é divertido e é, no fundo, isso que se quer de um jogo. Tem aspectos menos positivos e que por vezes nos fazem franzir o sobrolho como o ângulo de câmara durante o combate ou o facto de a grande maioria dos NPCs estar completamente descontextualizado na história. Os gráficos são brilhantes, embora existam em algumas situações uns quantos glitches que nos fazem soltar uma gargalhada. O ambiente de todo o jogo e que suporta o enredo principal é cativante e extremamente bem construído. A história capta a nossa atenção e faz-nos querer continuar a jogar para saber o que se vai passar a seguir.

Embora não seja uma obra-prima, FFXV é um jogo bem conseguido e que coloca a franquia novamente a caminho do patamar onde merece estar. Sem dúvida, uma aquisição obrigatória para fãs e para aqueles que, mesmo não sendo fãs da saga, gostam de jogar um bom jogo.

Final Fantasy XV

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