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Análise FIFA 22 (Playstation 5)

FIFA 22 chegou, naquele que é o momento pelo qual muitos milhares de jogadores esperaram, desde o Verão.

Após um ano e meio extremamente complicado, pelas razões que todos conhecemos, a Electronic Arts não recuou e manteve o seu esforço no sentido de aprimorar FIFA e aproximar o jogo cada vez mais da realidade dum jogo de futebol.

FIFA 22 já foi lançado e com bastantes novidades/melhorias mas… será que é um salto qualitativo que se esperava? Vamos ver…


Tecnologia Hypermotion

É inevitável falar de FIFA 22 sem falarmos de Hypermotion. Trata-se de uma tecnologia usada pela Electronic Arts, através da qual tenta reproduzir um comportamento mais realista em campo, quer dos jogadores individualmente, quer da equipa a nível coletivo.

Com recurso a filmagens e sensores de movimentos extremamente detalhados capturados num jogo real (11 contra 11), o sistema Hypermotion recolheu uma quantidade imensa de informação sobre os comportamentos e as movimentações dos jogadores e equipas em cada momento do jogo e aprendeu (e continua a aprender).

Cerca de 4.000 novas animações foram acrescentadas a FIFA 22, perfazendo a maior atualização da história de FIFA.

O Hypermotion tem como principais objetivos, proporcionar uma aproximação da realidade em vários aspetos do jogo. Por um lado, pretende dotar os jogadores duma Inteligência Artificial mais avançada que lhes permitam tirar proveito dos eventos do jogo. Tanto no aspeto defensivo como ofensivo.

E isso nota-se, tanto no capítulo individual, como coletivo. A forma como as equipas se comportam sente-se mais próxima do que se espera no decorrer dum jogo. Acaba quase por ser como se tratasse de um organismo vivo com todos os seus membros a funcionarem de acordo com as situações. A Defesa sobre quando atacamos, os laterais juntam-se aos extremos por fora quando avançam pelas alas,…

À primeira vista, tratar-se-á apenas melhoria visual, mas, à medida que jogamos mais desafios, apercebemos-nos de que este novo comportamento aliado à nova física dos jogadores e da bola, tem impacto na forma como os jogos se desenrolam, tanto nas disputas de bola, nos movimentos defensivos/ofensivos dos jogadores ou na interpretação do jogo.

No entanto, não esperem que seja uma revolução total na jogabilidade pois, não é!

A tecnologia Hypermotion trouxe a jogo uma maior autenticidade na manobra individual e coletiva

E isto faz com que a forma como jogamos FIFA 22 tenha de sofrer uma breve adaptação. Tanto no movimento ofensivo, como defensivo.

Um toque, encosto ou mesmo um puxão por trás, causa um efeito bastante físico no portador do esférico que, dependendo das suas características, resulta em perdas de bola ou ressaltos mais realistas.

Há, no entanto, algo que fica mais a nu: existem certas ocasiões em que se nota uma certa mecanização em certas animações, como se, independentemente do que esteja a acontecer a animação tenha de ser concluída.

Os guarda-redes, por sua vez, têm sido muitas vezes os “patinhos feios” de FIFA e também receberam animações novas (algumas demasiado exageradas). Mas, mais que isso, ganharam também uma nova tenacidade na disputa dos lances. Nas áreas é mais difícil fazer as reviengas e finalizar, impondo-se com mais respeito no seu último reduto.

No entanto, continuam com alguns lapsos temporários de razão, e ocasionalmente surgem situações dignas do “Isto é brincar com quem trabalha”.

A bola está mais redondinha e comporta-se como tal

Um outro aspeto que recebeu bastante atenção da Electronic Arts foi o esférico, fazendo com que a redondinha surja com uma física mais afinada. Se tivermos em conta a quantidade de novas animações incluídas no jogo, torna-se claro que a bola também teria de saber “reagir” a todas elas. Na maioria dos casos, o comportamento do esférico está mais credível que em FIFA 21.

E isso faz, com que, juntamente com as novas animações dos jogadores, potenciadas pela tecnologia Hypermotion, o jogo de FIFA 22 esteja mais orgânico, mais vivo.

FIFA 22 é um jogo mais orgânico que o anterior

Por exemplo, as disputas de bolas aéreas estão mais disputadas em FIFA 22. Estes lances tenham receberam uma particular atenção, e os cabeceamentos em particular nos movimentos ofensivos, deixaram de ser demasiadamente eficazes. Os defesas posicionam-se melhor e atacam a bola de uma forma mais física, dificultando a vida dos atacantes.

Os próprios efeitos resultantes de uma disputa aérea estão também mais realistas, não só na disputa da bola mas também na forma como os jogadores voltam (e caiem) ao relvado. Apesar de alguns lances mais estranhos que encontramos no decorrer dos nossos jogos, os duelos aéreos estão bastante melhores em relação ao ano passado.

Tudo isto tem um impacto importante para o objetivo final, que é representar o desporto rei da melhor forma possível mas, a Electronic Arts não se ficou por aí. Foram adicionados muitos outros efeitos que melhoram o ambiente envolvente a um jogo. Pormenores como a forma como as redes da baliza baloiçam ao marcar um golo, ou as novas animações das bancadas e do público.

Tudo isto faz com que FIFA 22 adquira também um caráter mais cinemático. Isso nota-se a partir do momento em que jogamos pela primeira vez, em que participamos num tipo de tutorial com uma apresentação cinemática e onde entram as estrelas David Beckham, Eric Cantona, Mbappé e Thierry Henry.

Contudo, essa preocupação com a apresentação nãos e fica por aí e até os menus de FIFA 22 estão mais refinados. Mas também situações perfeitamente normais num jogo ganharam um outro glamour. Por exemplo, num lançamento lateral, assistimos ao jogador que vai arremessar a bola, a pedi-la aos apanha-bolas, ou outro exemplo, quando os guarda-redes se posicionam para repor o esférico num pontapé de saída.

São pormenores, mas que todos somados, representam uma melhoria ao nível da envolvência que o jogo assume.

Os relvados sofrem mais desgaste em FIFA 22, com reflexo no comportamento da bola


Futebol, um jogo de equipa

A Electronic Arts ouviu as preces dos jogadores e em FIFA 22 incluiu algumas melhorias nas mecânicas de equipa.

Um dos aspetos mais frustrantes dos FIFAs ao longo dos anos têm sido as má escolhas ocasionais da IA no momento de mudar de jogador, em particular nos movimentos defensivos.

O analógico direito revela-se uma ferramenta bastante útil na solução deste problema. Com a posse da bola, podemos mudar rapidamente para um jogador que pretendamos, clicando R3 e L3. Isso faz aparecer uma seta direcional por cima dos 4 jogadores mais próximos. Ao empurrar o analógico direito numa dessas direções, passa-se o controlo ao jogador que tem a seta dessa direção.

Na teoria é uma solução adequada e que retira o controlo à IA para dar ao jogador. Revela ser, no entanto, pouco prático em certas ocasiões quando existe maior urgência de mudar para um jogador no imediato e, com a pressão nos enganamos na direção certa.

Mas, quando bem usado esta técnica é extremamente importante tanto na manobra defensiva como ofensiva.

Em FIFA 22 é mais fácil mudar de jogador, com R3+L3 e analógico direito

Outro exemplo do uso do analógico direito surge quando atacamos com um jogador rápido. Ao darmos um toque com o analógico numa determinada direção, o jogador automaticamente adianta a bola alguns metros o que lhe permite ganhar aceleração e ultrapassar a oposoção, apanhando-a mais adiante. Isto possibilita aos jogadores mais rápidos ultrapassarem os seus opositores em velocidade quando têm espaço nas suas costas.

Por outro lado, temos agora o Sprint Explosivo (pressionando R2/RT), que permite aos jogadores um drible e aceleração rápidos ludibriando os defesas que estão demasiado próximos. Acredito que vá ser bastante usado nos jogos online, mas parece demasiadamente artificial.


Modos de Jogo

FIFA 22 continua na sua essência na mesma no que respeita aos modos de jogo. FIFA Ultimate Team continua e continuará a ser certamente a estrela da companhia, mas poucas novidades impactantes traz nesta edição.

A mais notória prende-se claramente, com os Division Rivals. Esta competição foi agora alterada passando a incluir uma estrutura de progressão de Seasons (Épocas) que tenta recompensar o tempo de jogo, tornando mais acessível aos jogadores menos experientes, em ganhar recompensas.

Adicionalmente, foi criada uma divisão de Elite para os jogadores de topo e surge agora a opção de Co-op Public Matchmaking.

Por outro lado, o FUT Champions está agora dividido em Play-Offs e Finais, com acesso a CAMPEÕES FUT concedido por ganhar pontos de qualificação suficientes na Divisão Rivals.

Por fim, foram criadas novas opções de Personalização dos nossos Estádios com a adição de áreas VIP, por exemplo, e outros efeitos visuais nas bancadas.

VOLTA está de volta e continua entusiasmante como sempre!

O VOLTA é, tal como foi no ano passado, uma verdadeira lufada de ar fresco. Permite claramente um escape aos jogos rígidos e táticos de 11 contra 11, para a loucura quase caótica de 3×3, 4×4 ou 5×5.

VOLTA volta a apresentar os Signature Moves (Movimentos Especiais) que podemos escolher para o nosso avatar. Tratam-se de habilidades poderosíssimas que se podem tornar num game changer num jogo. São 3 as Signature Moves: Remate Potente que nos possibilita remates poderosos; Velocidade Pura que nos oferece uma velocidade vertiginosa por 15 segundos, e Desarme Agressivo que, como o nome indica, nos faz ser mais agressivos no momento da luta pela bola.

Graças às capacidades do SSD, parece que nem há tempos de Loading

É claro que tudo isto é despoletado em campo, e consoante a nossa performance num jogo (fintas, roubos de bola, tabelas,…), vamos enchendo uma barra que nos permite libertar o Céu e o Inferno sobre os nossos adversários(e também um multiplicador de golos). Isto, como é óbvio, além de ter reflexos no resultado do jogo, também nos incentiva a jogar para o espetáculo.

Um regresso corresponde ao Volta Arcade, podendo voltar a ser um chamariz para muitos jogadores, pelos diferentes tipos de jogo que apresenta, bastante divertidos, como, por exemplo, jogar Ténis com bola de futebol.

Seja como for, feitas as contas no final, o VOLTA continua a sofrer duma ligeira sensação de falta de propósito, de falta um objetivo a alcançar.

Carreira de Futebolista com uma maior profundidade

O Modo Carreira de FIFA 22 recebeu novidades em ambas as vertentes.

Quando escolhemos a carreira de jogador, o jogo adopta uma abordagem onde se notam fortes influências RPG e que funciona de forma bastante interessante. Permite-nos delinear uma linha de evolução do nosso jogador completamente livre no que toca aos vários aspetos do jogo. Por outras palavras, não temos obrigatoriamente de evoluir numa única direção e especialização. É um desenvolvimento à nossa medida.

Podemos chegar mesmo a alterar completamente as suas valências e tornar o nosso jogador num elemento do plantel completamente diferente.

No entanto para evoluirmos o nosso avatar precisamos de jogar e em cada jogo temos objetivos diversos, apresentados pelo treinador. Tratam-se, na maior parte das vezes de tarefas que fazem sentido no contexto do jogo e oferecem motivos de interesse extra a cada partida. São objetivos que fazem lembrar os objetivos de Alex Hunter na “A Caminhada”.

Foi ainda incluído o sistema de Vantagens, através do qual podemos dar boosts à nossa prestação (e da equipa) temporários, como por exemplo, aumentar o posicionamento defensivo.

Os treinos continuam presentes, o que é bom, não só para adquirir XP mas também para ajudar os jogadores a melhorarem certos aspetos. No entanto, para os mais apressados, podem sempre simulá-los e treinar apenas nos jogos…

Quando em modo treinador será ainda possível cria a nossa própria equipa mas, falta ainda um pouco mais de imersão neste aspeto.


Um pormenor interessante e que agradará a quem aprecie estatísticas, é o sumário dos jogos ao intervalo e final que nos disponibiliza métricas de forma mais elaborada e com detalhe bastante interessante. Podemos ver as performances de cada jogador, versus a média da equipa e até podemos ver os Xg, por exemplo, ou seja, o rácio dos golos que deveriam ser concretizados por oportunidade criada.

DualSense em perfeita sintonia com a intensidade de FIFA 22

Para finalizar, uma palavra para os números de FIFA 22. São mais de 17.000 jogadores de mais de 700 equipas e 30 ligas diferentes, de todo o Mundo. O jogo apresenta ainda 100 estádios. FIFA 22 apresenta ainda a as competições da UEFA Champions League, a UEFA Europa League, a UEFA Europa Conference League, Premier League, Bundesliga, LaLiga Santander, CONMEBOL Libertadores e CONMEBOL Sudamericana licenciadas.

Veredicto:

Não havendo novidades de relevo no que respeita a modos de jogo e mesmo não apresentando uma nenhuma revoluão na sua jogabilidade, FIFA 22 apresenta-se com francas melhorias em relação ao ano passado.

As inúmeras melhorias ao nível da física da bola e dos jogadores, aliadas à tecnologia Hypermotion, fazem com que o jogo numa Playstation 5 esteja mais terra-a-terra e mais orgânico, recriando um jogo de futebol de forma mais credível que FIFA 21.

FIFA 22

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