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Análise FIFA 18 (Playstation 4)

Tal como já é tradição, o início da época futebolística marca também o lançamento anual daquele que é considerado por muitos como o melhor simulador de futebol da actualidade. Essa tradição cumpriu-se no passado dia 29 de Setembro com o lançamento de mais um jogo da série FIFA.

FIFA 18 traz, em particular para os fãs nacionais, dois elementos extremamente apelativos: o “nosso” CR7 é figura de capa e, pela primeira vez desde 2013 e fruto de uma parceria firmada entre a FPF e a EA Sports, a Selecção Nacional vem com ambos os equipamentos oficiais completamente licenciados. Já é, portanto, possível jogar umas partidas com o equipamento utilizado durante a conquista do Euro 2016. Mas não é só isto que o jogo nos oferece…


FIFA 18 já cá está e promete trazer horas e horas de diversão a todos os amantes de uma das melhores franquias de jogos desportivos do mercado. Apesar de haver ainda muitas semelhanças com FIFA 17, há algumas alterações importantes que vêm trazer mais algum realismo ao jogo e pôr à prova o jogador de sofá que há em cada um de nós.

Desde já destaca-se uma maior fluidez no gameplay, com o jogo a decorrer num ritmo mais elevado, mesmo nos modos offline. É possível ainda verificar algumas alterações na marcação de lances de bola parada. Se no que respeita à marcação de lances livres e pontapés de canto a fórmula continua basicamente a mesma, na marcação de grandes penalidades temos algumas alterações: é agora possível alterar o ritmo com que o jogador converte o penalty, ou seja, manipular a velocidade com que o jogador aborda o lance. Esta alteração, embora não interfira muito com o lance em si, vem oferecer novas possibilidades de abordagem na marcação do castigo máximo.

Uma outra diferença – uma grande diferença, talvez a maior – quando comparamos FIFA 18 com a versão anterior do jogo é a dificuldade acrescida em defender. Agora não basta correr atrás do jogador que tem a bola e tentar roubá-la apertando o botão no momento certo – ao fazer isto, o mais certo será ficar completamente fora da jogada. Em FIFA 18, o mais aconselhável mesmo será utilizar o R1 do comando da PS4 para que um companheiro surja na marcação ao jogador que tem a posse de bola enquanto deslocamos um jogador para cobrir um adversário que vai receber o passe. Dito assim parece fácil mas, na realidade, não é.

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FIFA 18 obriga-nos a ter mais posse de bola, a tentar dominar o meio-campo adversário e a ter paciência na construção de jogadas de ataque, desencorajando dribles mais mirabolantes. Qualquer descuido será fatal e, se se jogar à toa, as hipóteses de perder a bola são bastante elevadas. FIFA 18 obriga-nos a saber jogar e a perceber o jogo. Entrar na área adversária com a bola controlada é possível mas difícil, e as hipóteses de sermos desarmados na “hora H” são altíssimas: temos de saber sempre antecipadamente e muito bem onde iremos colocar a bola.

A I. A. do jogo está mais apurada, com os jogadores a posicionarem-se melhor no terreno, quer seja para receber um passe, para cortar linhas ou para fazer uma desmarcação. Mesmo nas trocas de bola, há que ter muito mais atenção para onde fazemos os passes. Passes mais arriscados só são aconselháveis quando já temos um domínio substancial do jogo pois, caso contrário, o mais certo será perdermos a bola e ficarmos numa situação em que o adversário sobe no terreno com jogadores suficientes para criar perigo junto da nossa baliza.

Ainda assim, e apesar de a EA ter dado um jeitinho nos guarda-redes – estão mais ágeis e mais rápidos na reacções sem, contudo, comprometer o realismo -, é bastante fácil marcar golos, principalmente em remates de meia distância. Os remates em jeito continuam absolutamente mortíferos (bastante exagerado), embora seja mais fácil para os guarda-redes interceptar a bola se o remate for feito perto o suficiente. Ainda assim, é possível fazer verdadeiras obras de arte que são mesmo um hino ao futebol.

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No que diz respeito aos modos de jogo offline, as mudanças mais significativas acontecem no modo Carreira, onde a EA decidiu adicionar alguma complexidade às negociações para a transferência de jogadores. Para além de vermos toda a cena da negociação e de podermos intervir directamente em todo o processo propondo salários, objectivos, prémios de jogo e de assinatura e cláusulas de rescisão, aquilo que verificamos é que este aspecto do jogo está tão próximo da realidade quanto possível. Todos os intervenientes no processo estão lá e as negociações são conduzidas passando por todas as fases.

Há já algum tempo que o modo Carreira necessitava de um revamp mas, apesar das actualizações verificadas, ficamos com a sensação de que poderia ter sido feito mais. Ainda assim, é bem-vinda a atenção dada a um modo de jogo que se encontrava esquecido há vários anos.

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Destaque ainda para a continuação do modo História. The Journey, que tanto sucesso alcançou em FIFA 17, está de regresso e traz-nos de volta Alex Hunter, um jovem jogador que tenta singrar no mundo do futebol profissional. E, se na primeira parte da saga, a aventura de Alex se encontrava limitada à English Premier League, a segunda parte da história oferece-nos a possibilidade de fazer uma transferência milionária para ligas como a Espanhola, a Alemã ou mesmo a Liga Francesa.

Tal como na edição anterior, continuamos – com a nossa postura, reacções e comentários – a poder influenciar a forma como os nossos colegas de equipa, o treinador e o público olham para nós. Mas não há dúvida que, na realidade, o que tem realmente influência na nossa evolução é o nosso desempenho dentro de campo: se Alex não for bom o suficiente, nunca chegará ao patamar que tanto ambiciona.

Outra novidade em The Journey: Hunter Returns reside no facto de agora podermos personalizar a imagem de Alex Hunter, dentro e fora dos relvados, sendo possível escolher a roupa que veste, o corte de cabelo, as tatuagens, as chuteiras, etc… Embora não traga grande mais-valia ao jogo, a personalização do personagem é sempre um apontamento muito apreciado pelos fãs. Parece-nos que a história tem mais … história. Ficamos a conhecer Alex um pouco melhor, vivemos com ele os seus triunfos e desilusões, partilhamos as suas ambições. O guião tem, efectivamente, um pouco mais de carga dramática, não se resumindo apenas a um punhado de cenas com jogos pelo meio.

Após se jogar esta segunda parte da Caminhada, e tentando não cometer nenhum spoiler, fica no ar uma ligeira sensação de possibilidade de, num futuro FIFA 19 (ou mesmo num próximo DLC) se poder vir a participar numa Caminhada de algum outro elemento da família Hunter ou amigo … será?!?!!?

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Para finalizar, no que diz respeito aos modos de jogo online, também houve algumas alterações. Para começar, o modo Online Seasons traz uma novidade. Para quem não está familiarizado, este modo de jogo oferece-nos a possibilidade de competir contra jogadores de todo o Mundo numa das 10 divisões existentes, tentando vencer jogos para subir de divisão ou, não sendo possível, não descer para a divisão abaixo. Existe também o modo Taça com 5 taças distintas – algumas taças só estarão desbloqueadas à medida que vamos subindo de divisão – e que funciona num sistema de eliminatórias. É neste modo Taça que se verifica a maior novidade. Até à versão anterior do jogo, este modo apenas estava disponível a cada 15 dias, tendo início a meio de uma sexta-feira e terminando a meio da segunda-feira seguinte. Agora, este modo está disponível diariamente durante 23 horas.

Quanto ao FUT – FIFA Ultimate Team –, este continua a ser a flagship dos modos online de FIFA e, apesar de não existirem mudanças significativas, o grande atractivo está lá: podemos construir a nossa própria equipa, trocar ou vender jogadores e comprar pacotes de cartas que podem, por vezes, trazer agradáveis surpresas, principalmente porque este ano teremos mais opções de cartas e inúmeros jogadores clássicos.

Mas o FUT não fica por aqui. Este ano, para todos aqueles que não podem ou não querem participar no FUT Champions, existe um novo modo de jogo single-player denominado Squad-battles e que irá opor a nossa equipa a uma equipa controlada pela consola. Mas estes adversários não serão adversários aleatórios nem tão pouco serão equipas fracas. Na verdade, estamos perante uma série de equipas construídas por verdadeiros jogadores de futebol e pelos mais influentes membros da comunidade FIFA.

O objectivo? Vencer e ganhar pontos que irão aumentando proporcionalmente à dificuldade que escolhermos, assim como ao nível de química de equipa do nosso adversário. No final, a recompensa: pacotes de cartas que nos podem dar aquele jogador que tanto queremos para nossa equipa.

Veredicto:

FIFA 18 está melhor do que nunca. Gameplay melhorado e A. I. do jogo mais apurada elevam o patamar de dificuldade ao ponto de já não ser só bola para a frente ou correr com a bola controlada para dentro da área adversária. Defender está mais complicado e obriga-nos a trocar mais a bola para tentar dominar o adversário. Ainda assim, ficámos com a ideia de que é mais fácil fazer golos, com alguns jogos a acabarem com resultados um pouco irrealistas.

Os gráficos estão melhores do que nunca, dando-nos a certeza de que a EA acertou de vez com a exploração do motor gráfico do jogo.

A continuação da Caminhada representa a continuação da fantástica novela que representa e abre portas para o futuro…

Bem-vinda também a atenção finalmente dada ao modo Carreira, e os modos online continuam a ser um dos grandes atractivos deste jogo, com novidades quer ao nível das Online Seasons, quer do FIFA Ultimate Team.

Por tudo isto, pela experiência que nos proporciona e pelo gozo que nos dá, FIFA 18 marca a sua posição como o melhor jogo de futebol da actualidade.

Fifa 18

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