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Análise Farming Simulator 19 (Xbox One)

Eis o regresso de um dos jogos de nicho que mais frutos (e legumes) tem dado nos últimos anos.

Farming Simulator está de regresso para todos os latifundiários virtuais que pretendam meter a mão na terra e criar o seu império agrícola.

E o Pplware já semeou algumas coisas…


Este é um regresso esperado e que a longo dos últimos anos tem sido um hábito. Mas, se nos anos anteriores o jogo arriscava ser pouco mais de uma atualização, este ano, a Focus Entertainment prometia mais… muito mais.

E uma das primeiras novidades que desde cedo se percebe, refere-se à componente gráfica do jogo. Com uma grande evolução do motor gráfico, Farming Simulator 19 apresenta-se agora como um jogo mais moderno e mais visualmente atrativo.

Isso é notório em vários aspetos, começando pelos equipamentos. São dezenas (mas de 300) as maquinas e veículos totalmente licenciados presentes em Farming Simulator 19. Cada qual com a sua função especifica. A representação de cada uma delas encontra-se, numa primeira vista… perfeita.

A atenção ao pormenor (tanto exterior como interior) de cada veiculo ou ferramenta ao nosso dispor está, devo dizer, imaculada. É realmente impressionante o que foi feito neste aspeto.

Contudo, a melhoria gráfica não se resume aos equipamentos e uma das coisas que mais nos irritava nas versões anteriores era o fato de quando pisávamos as culturas (a pé ou de veículo) não se notar absolutamente nada. Agora já se vê. Quando a pé, as ervas dobram-se à nossa passagem, retomando a sua posição depois, enquanto que quando são esmagadas por um veículo, nota-se os traços dos pneus. Está muito mais realista.

Todo este embelezamento estético abrange, claro está, as próprias culturas e ambiente circundante e todo o jogo parece gozar de uma nova vida dessa forma.

Mas .. há um preço que se paga por isso e esse preço apresenta-se na forma da distância de escrita no ecrã. Ou seja, o processo de aparecimento dos objetos no ecrã é extremamente curta o que faz com que enquanto se conduz se assista ao “nascimento” gradual dos objetos à medida que avançamos.

De resto, o jogo mantém-se muito semelhante aos anteriores. A vida de um latifundiário, pelos vistos, não evoluiu assim tanto desde o ano passado.

Convém referir que este jogo é, claramente vocacionado para jogadores que apreciem fortemente desta temática e como tal, a dinâmica de jogo acaba por criar uma dualidade de apreciação que me leva a afirmar que, ou se gosta, ou se odeia.

E porquê? Basicamente pois a dinâmica é tão simples quanto isto. Cultivamos, Colhemos, Vendemos e voltamos ao início (a cultivar, colher, vender…). É claro que existem muitas sub-dinâmicas (o que atrai os amantes da agricultura) mas o ciclo principal é este.

E para esses jogadores que esperam uma simulação mais realista do que é gerir e controlar uma grande unidade agrícola, há uma imensidão de cuidados e atenções a ter. Mas mais, é preciso ter já algum conhecimento da realidade da atividade.

Isto pois, apesar de o jogo ter alguns tutoriais úteis e uma “Farmipedia”, isso acaba por saber a pouco para a quantidade de pormenores que são necessários de dominar e que são específicos deste tipo de atividades.

E são pormenores que vão desde o mais básico, como por exemplo, o uso de pesos para equilibrar os tratores mais leves ao uso da semeadeira adequada para plantar determinado tipo de cultivo, ou ao uso de especial maquinaria para espalhar fertilizante …

Mas a atenção ao detalhe vai ainda mais além. Cada acessório instalado tem variados comandos que teremos de dar, pela ordem correta para ser usado na perfeição. Por exemplo, quando temos a máquina de colher trigo cheia, temos de a encaminhar até um reboque, estender o braço e começar a libertar os grãos apanhados. É este nível de detalhe ou pormenor que traz uma mais valia ao jogo.

Como referi, toda esta riqueza acaba por jogar contra o próprio jogo. Com a falta de ajudas mais efetivas, os primeiros jogos decorrem com base na tentativa e erro, e consequente consumo de tempo (e dinheiro) em compras e trocas de equipamentos mal adquiridos.

No entanto, este tipo de preocupações e necessidades de uma exploração agro-pecuária são todas elas legitimas e refletem o grau de complexidade e realismo a que Farming Simulator chegou.

De regresso está a possibilidade de se contratar (e despedir) empregados para completarem as tarefas mais rotineiras. Por exemplo, queremos tratar da terra para poder começar a plantar e em vez de passarmos 15 minutos (reais) para a frente e para trás com o trator, contratamos alguém que o faça por nós. Apesar de estar melhor implementado em relação ao ano passado, continuam a haver ocasionais paragens de raciocínio da inteligência artificial.

E por falar em perda de tempo, é pena que não se consiga também contratar alguém que leve os produtos para os pontos de venda e que traga de volta os veículos usados no transporte.

Entretanto, e como já havia antes, no decorrer da campanha, o jogador pode ainda deparar-se com variados contratos oferecidos por membros da comunidade envolvente e que oferecem bons motivos para fugir da rotina que se vai instalando. Estes contratos são na sua generalidade desafios propostos a troco de boas somas de dinheiro ou produtos. Por vezes pode acontecer que seja necessário uma ferramenta que não dispomos e a solução pode passar por alugar à loja de ferramentas.

Por sua vez o sistema de preços usado no jogo é um pouco aleatório em demasia. Entretanto, creio que seria positivo que o jogo desse algum tipo de sugestão sobre quais as colheitas que estarão em destaque no próximo ciclo. Esta informação seria extremamente útil ao  jogador na altura de preparar novas culturas.

Por fim uma palavra em relação à comunidade fiel ao jogo que, pelos vistos continuar bastante ativa. Em primeiro lugar pois, nos primeiros 10 dias após o seu lançamento, foram vendidas mais de milhão de unidades de Farming Simulator 19. De seguida, pois a quantidade de MODs disponíveis para o jogo (acessórios, veículos, ferramentas, mapas,…) tem vindo a aumentar substancialmente.

No online também é possível fazer história na agro-pecuária e até 12 jogadores em simultâneo podem tratar dos campos em cooperação.

Veredicto

Farming Simulator 19 surge naturalmente como o melhor e mais realista simulador agro-pecuário no mercado. A sua complexidade acaba por ser o seu ponto forte e também calcanhar de Aquiles pois a falta de mais ajudas pode afastar jogadores novatos.

Para os fãs da série e todos os que apreciam este tipo específico de simulação, Farming Simulator 19 é o jogo certo para adquirir.

Farming Simulator 19

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