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Análise Extinction (Playstation 4)

Ao começarmos a jogar este jogo, rapidamente percebemos que é impossível não o comparar com Attack of Titan ou até mesmo com Shadow of the Colossus – que analisámos aqui. Não pelos gráficos nem mesmo pela emoção, mas pela ideia geral do jogo.

Infelizmente, quanto mais fomos entrando no jogo, melhor nos apercebemos que a execução dessas mesmas ideias não foi a melhor.


Em Extinction, o jogador desempenha o papel de um Sentinela chamado Avil que tem o objetivo de proteger o seu planeta – de que resta apenas o reino de Dolorum – de monstros de outros mundos. Estes monstros são variados, podendo ser criaturas terrestres de tamanho normal, criaturas que voam e os enormes titãs conhecidos como Ravenii, extremamente altos e fortes e que, por isso, não são propriamente fáceis de derrubar.

Antes do início de cada uma das missões, são-nos apresentadas cenas animadas que vão contando a história do jogo e que nos vão contextualizando sobre a importância de cada uma das missões. Quer o jogo quer estas cenas seguem um grafismo cartoonesco, bastante apelativo e nada sombrio. Todo o cenário é bastante detalhado e bastante agradável de percorrer.

As primeiras missões servem basicamente como um tutorial sobre como derrotar os Ravenii e, se não estivermos atentos ou minimamente precavidos, corremos o risco de ser invadidos por um falso sentimento de facilidade. Este jogo está nos antípodas da facilidade, principalmente quando começamos a defrontar Ravenii mais fortes e com armaduras, ainda que rudimentares. A partir deste ponto o jogo torna-se mais difícil e desafiante, sendo necessário repetir a mesma missão inúmeras vezes até conseguirmos passar à próxima.

Matar os Ravenii é a melhor parte do jogo. Tal como já referimos, no início é fácil: estas criaturas, ou não possuem armaduras, ou as armaduras que os protegem são frágeis e não oferecem qualquer resistência. Os Ravenii só morrem se forem decapitados e, para isso, é necessário energizar a espada de Avil: isto apenas se consegue se o jogador destruir as peças da armadura dos Ravenii que se situam nos braços, pernas, ombros e na cabeça. Dependendo do tipo de armadura, destruí-la pode ser uma tarefa árdua já que é necessário quebrar os cadeados para, aí sim, acabar com a peça em si.

Após destruir uma peça da armadura, aquela parte do corpo do Ravenii torna-se vulnerável, ficando o jogador numa posição privilegiada para a poder decepar. A tática mais aconselhável para conseguir derrotar um destes gigantescos monstros é começar por atacar as pernas, de maneira a travar o seu avanço. Mas é preciso ser rápido uma vez que os membros se regeneram em poucos segundos.

Outro aspeto bastante positivo são os modos de jogo existentes. Para além do modo “Campanha”, o jogo possui mais três modos baseados em pontuações e ranking: “Desafio Diário”, onde o jogo gera uma missão aleatória, “Extinção” onde o jogador terá de matar o máximo de inimigos que puder e sem respawn e “Conflito” onde o jogador testa as suas habilidades em locais aleatórios.

Estes modos de jogo são bastante variados e prometem umas boas horas de diversão. Infelizmente, nem tudo é bom e alguns aspetos do jogo tornam-no extremamente entediante.

Se as cenas animadas – que, tal como referimos, contextualizam a história principal do jogo – são úteis, a forma como os diálogos se desenrolam chega a ser sofrível e exasperante: o jogo fica completamente parado enquanto os personagens vão falando. E se este aspeto já se torna irritante quando surge no início de cada missão, a meio de uma batalha a dinâmica desaparece completamente e quase que dá vontade de pousar o comando e ir fazer outra coisa.

Outro aspeto bastante negativo prende-se com a diferença do grau de dificuldade entre as primeiras missões e as seguintes, principalmente em missões que tenham como principal objetivo a proteção de infraestruturas. É que os Ravenii são monstros gigantescos e com uma força tremenda, bastando um pequeno toque para destruir o que quer que se encontre no seu caminho. Colocar alguns obstáculos à progressão dos Ravenii não teria sido má ideia.

Apesar de constituir um desafio, a verdade é que o jogo se vai tornando cada vez mais repetitivo à medida que vamos progredindo. Para além de derrotar os Ravenii, teremos também de derrotar alguns monstros mais pequenos para conseguir salvar civis em perigo. Estes monstros não são difíceis de matar mas, com o decorrer do jogo, vão-se tornando, cada vez mais, num incómodo.

Para além disto, as várias missões não são muito diversificadas e os cenários são bastante repetitivos. Os Ravenii, embora cada vez mais desafiantes, são pouco variados o que, apesar da ação frenética, transforma Extinction num jogo maçador.

Veredicto

Extinction é um jogo que parece interessante e desafiante a princípio, mas à medida que vamos progredindo, vamos percebendo que é composto, em grande parte, por missões e cenários repetitivos. A forma como a mecânica dos diálogos foi desenvolvida não faz qualquer sentido, pois, o jogo para sempre que um personagem diz alguma coisa: isto acaba por quebrar a dinâmica do jogo, principalmente se estivermos a meio de uma batalha.

Os gráficos, não sendo brilhantes, são interessantes, mas os cenários são muito repetitivos. Extinction é um jogo mediano e que não deixará nos jogadores uma lembrança duradoura.

Extinction

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