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Análise: Erica (Playstation 4)

Apresentado – e lançado – de surpresa durante a Gamescom 2019, Erica é um título com uma narrativa chamativa e repleto de suspense, terror e tensão.

Inspirado em títulos como Until Dawn ou The Walking Dead, será que Erica nos traz algo de novo?


Erica não é um jogo. É antes um filme em formato de jogo. Erica apresenta-se como mais um esforço no género Full Motion Video (FMV) no qual temos a responsabilidade de, através das nossas escolhas, guiar a protagonista – a própria Erica – na resolução do mistério da morte do seu pai.

Apesar de poder ser jogado com o comando da Playstation, este jogo foi otimizado para ser jogado com o auxílio de um smartphone e isso está patente desde o início, pois desde cedo percebemos que a quase totalidade das interações é realizada deslizando o dedo pelo touchpad do comando.

Embora seja menos funcional do que com um smartphone – a superfície do touchpad é menor –, depressa nos adaptamos á jogabilidade e prosseguimos a nossa aventura sem quaisquer problemas.

Erica acompanha a história de uma protagonista com um passado turbulento, tendo ficado órfã após encontrar o corpo do seu pai assassinado.

Mais tarde – após um hiato de tempo para o qual o jogo não nos oferece qualquer explicação – Erica é levada para uma instituição psiquiátrica criada e, em tempos liderada pelo seu pai, após receber na sua porta uma mão desmembrada a segurar um medalhão com o mesmo símbolo que havia sido cravado no peito do seu pai.

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Apesar de a narrativa ser empolgante q.b. e, na nossa opinião, conseguir prender o jogador ao ecrã de forma a saber mais pormenores, existem alguns buracos na história que não são de todo explicados o que acaba por ser um bocado frustrante uma vez que ficamos permanentemente com a sensação de que algo nos está a escapar.

A mecânica de jogo, em que a interação do jogador se baseia na tomada de decisões que, mais do que afetarem rumo da narrativa, influenciam sobretudo a informação com que se termina a história é bastante interessante uma vez que isto faz com que terminar o jogo uma única vez signifique que se fica com mais perguntas do que respostas, pelo que será através da utilização da informação obtida na primeira passagem que poderemos guiar as nossas opções nas passagens seguintes.

A cinematografia, não sendo de uma produção de Hollywood, cumpre o seu papel conferindo a toda a aventura uma bem necessária aura de mistério. Já a banda sonora apesar de não ser má, serve apenas para acentuar alguns momentos da história o que acaba por dar ao jogo um aspeto um pouco cliché.

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Veredicto

Erica não desilude, mas dificilmente será um jogo que nos prenda ao ecrã por mais de duas ou três passagens. A narrativa, apesar de interessante tem muitos buracos ficando o jogador sem perceber a ligação entre alguns aspetos do passado e do presente da protagonista. Ainda assim a primeira passagem é empolgante e interessante o suficiente para querermos repetir.

Apesar de tudo e fruto da banda sonora, o jogo assemelha-se a mais um filme de terror, mas daqueles que não nos tiram o sono.

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