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Análise Eden Tomorrow (Playstation VR)

Acabámos de aterrar de emergência num planeta estranho e desconhecido. Como fomos lá parar? O que provocou esta aterragem forçada? Acima de tudo, como é que vamos conseguir sair daqui?

Esta é a premissa de Eden Tomorrow, uma aventura na primeira pessoa que nos levará a explorar mundos desconhecidos e a descobrir criaturas gigantes e majestosas.


Eden Tomorrow é a primeira incursão da empresa Soul Pix no mundo dos videojogos de realidade virtual e gerou bastante expectativa desde o dia em que foi lançada a sua versão demo.

Estamos perante a história de um tripulante de uma nave espacial que se vê forçado a fazer uma aterragem de emergência num planeta desconhecido. Embora no início julgue estar num mundo deserto e despovoado, depressa percebe que não está sozinho. Enormes criaturas habitam este árido planeta e o jogador terá, muitas vezes, de as contornar para conseguir prosseguir.

A nossa missão é simples: perceber onde estamos e por que motivo nos despenhámos. Para a conseguirmos completar, vamos ter a companhia – e ajuda – de Newton, um drone que poderemos ir controlando ao longo do jogo. Para dificultar ainda mais a persecução dos nossos objectivos, o impacto da queda da cápsula de salvamento provocou-nos um episódio de amnésia e “fritou” alguns circuitos do drone. Portanto, nem sequer nos lembramos da forma ou dos motivos que nos levaram a entrar na cápsula de salvamento.

Eden Tomorrow é visualmente deslumbrante. Todas as estruturas naturais neste planeta são gigantescas e estão representadas de forma fabulosa e com enorme atenção ao detalhe. Um pormenor delicioso foi o facto de – a determinada altura e já após ter saído do local da queda da nave – ter encontrado uma caverna cheia de pinturas rupestres. Passou a ser claro que, uma vez saído daquele labirinto de túneis e grutas, iria encontrar um mundo povoado lá fora.

Para progredirmos na nossa aventura, teremos de resolver inúmeros puzzles básicos e encontrar itens dos quais necessitemos. Isso obriga-nos a explorar o espaço que nos rodeia, o que nos leva a um problema: Eden Tomorrow não é – nem pretende ser – um jogo de mundo aberto. Contudo, com um cenário deslumbrante como o que encontramos neste jogo, chega a ser frustrante o facto de – numa aventura de exploração – apenas podermos explorar algumas pequenas zonas limitadas. Todo o percurso ao longo do jogo é, portanto, bastante linear.

Tal como já foi dito acima, temos um companheiro que nos vai auxiliar à medida que vamos progredindo e que, em certos momentos, podemos controlar. Newton vai encontrando pistas e vai-nos ajudando a entender qual o motivo da nossa presença ali. Contudo, por muito simpático e útil que Newton possa ser, chegamos a um ponto no jogo em que só desejamos que ele pare de falar connosco e que deixe de nos dar indicações. Sempre que existe uma interação com o nosso drone – quando nos está a dar algum insight sobre o que se está a passar – é impossível movimentamo-nos. Ficamos simplesmente parados a ouvir Newton falar. E se nas primeiras vezes em que isso acontece até é tolerável, à medida que vamos avançando vamos perdendo um pouco a paciência.

Mas não é apenas Newton que nos causa alguma frustração. Eden Tomorrow é um jogo que decorre num ritmo extremamente lento e – se os primeiros puzzles podem ser minimamente satisfatórios -, rapidamente percebemos que existe alguma repetibilidade a este nível. Todos estes factores acumulados levam muito rapidamente a uma sensação de algum desinteresse à medida que o jogo se vai desenrolando.

Veredicto

A demo de Eden Tomorrow criou bastantes expectativas nos fãs de jogos de realidade virtual, sobretudo por se tratar de um jogo de exploração pura. Infelizmente, a versão final e completa do jogo não esteve à altura do que era esperado, o que nos deixa um amargo de boca.

Poderia, de facto, ser um jogo sensacional se os puzzles fossem menos repetitivos e tivéssemos mais liberdade de exploração. Newton, o nosso companheiro de aventura é útil mas, ao fim de algum tempo, torna-se aborrecido e chega a interferir com a jogabilidade.

É um bom jogo para quem gosta de cenários deslumbrantes e grandiosos, principalmente tratando-se de um jogo de realidade virtual. Mas se estão à procura de mais do que isso, rapidamente se sentirão desiludidos.

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