Praticamente 2 anos após o lançamento do original DragonBall Xenoverse, chega-nos um novo capitulo da série. Creio que não merece a pena tentar desmistificar nem desvirtuar a essência do jogo, pelo que DragonBall Xenoverse é, acima de tudo, um jogo de culto especialmente criado para os fieis e dedicados fãs do Universo DragonBall.
DragonBall é, desde o seu lançamento, um fenómeno de popularidade e nesse sentido, Xenoverse é um jogo que faz todo o sentido permitindo a todos os fãs viverem bem de perto o que é ser um herói da famosa série e de “passarem” para o outro lado do ecrã.
Tal como referimos, foi lançado recentemente DragonBall Xenoverse 2 o o Pplware já se aventurou …
Xenoverse 2 passa-se após os eventos do primeiro jogo e a sua história gira em redor dos Time Patrols, uma força policial responsável pela manutenção da ordem tanto presente como, e especialmente, no passado. O conceito é interessante, tanto no Universo DragonBall como mesmo fora dele. Interferir com o passado acaba por ser algo de muito perigoso e os Time Patrols existem com o objectivo de evitar que alterações provocadas no passado possam ameaçar o presente (e o próprio futuro).
E é precisamente isso que está a acontecer … algo ou alguém está a alterar o presente, modificando o passado e cabe aos Time Patrols garantir a estabilidade do presente e futuro.
DragonBall Xenoverse 2 começa então pela criação do nosso avatar. E permitam-me indicar que as possibilidades de personalização são variadíssimas, após a selecção da raça, claro está. Tendo como base as diversas raças disponíveis (Humanos, Saiyan, Majin, Namekian ou Frieza) podemos parametrizar quase tudo o que o torna extremamente divertido, pelo facto de criarmos o nosso EU do ambiente DragonBall. Podemos inclusive escolher os diversos KI Blasts do nosso personagem (Power, Burst, Freeze, Rush, Paralyze ou Bomb).
Um pormenor interessante é o de ser permitido a quem tenha o jogo original, fazer o upload do seu avatar inicial gravado em disco.
Creio que quem tenha jogado o jogo original poderá comprovar que uma das proezas de Xenoverse foi precisamente a de ter conseguido recriar um pouco a aura e o carisma de Dragonball, deixando o jogador viver experiências únicas que anteriormente apenas sentia vendo os anime na TV.
Xenoverse 2 tenta seguir a mesma fórmula e consegue-o em certa medida, encontrando-se extremamente fiel ao anterior e ao próprio anime televisivo, o que é o mesmo dizer que jogar este titulo é quase o mesmo que reviver a série televisiva.
Tal como no jogo original, temos em Xenoverse 2 um ponto central a partir de onde toda a história é lançada. Conton City é o nosso hub do jogo, e é uma metrópole grande e é nesta cidade que nos são entregues, tanto as missões principais, como missões secundárias. É ainda em Conton City que podemos simplesmente adquirir ou vender itens e acessórios que nos vão tornando mais fortes (componente RPG algo superficial).
No entanto Conton City apresenta-nos um outro pormenor bastante importante para o desenrolar do jogo. Refiro-me à existência de variados Mestres (para os quais podemos nos tornar aprendizes) e que, nos ensinam diversos ataques, combos, manobras, … consoante o treinador.
Aliás, um ponto importante e que o jogo menciona é o facto de podermos fazer crescer amizades com esses treinadores, apenas e unicamente pelo simples facto de mantermos conversas regulares com eles. Em troca destas atenções, eles geralmente dão-nos itens ou outros tipos de acessórios.
A quantidade de interacções possíveis em Conton City é vasta e em qualquer canto (quase literal) podemos encontrar algum personagem que nos dê uma missão secundária, um Mestre que nos que dê algumas lições ou algum personagem para nos vender algo. No entanto, há um pormenor que poderia e deveria ter sido melhorado que corresponde a um mapa de Conton City mais explicito e com um sistema de legendas mais claro e com mais informação. A inexistência de um mecanismo que nos permita a qualquer momento saber o que temos de fazer para completar determinada missão é uma algo de chato pois em variadas ocasiões, é fácil perdermos noção do tempo após nos ser dada determinada missão e esquecermos-nos de tudo o que é pretendido.
Tirando isso Conton City é uma cidade bastante grande e que merece a pena explorar (a pé, de hoovercraft ou a voar) e descobrir assim não só a beleza da cidade, como também os seus personagens e respectivas missões.
No entanto e apesar da cidade de Conton City se encontrar bem idealizada e de ser o ponto central de toda a acção do jogo, são os combates que têm o papel principal e é nos combates que os jogadores querem participar.
E o que há para referir acerca dos combates de Xenoverse 2?? Bem, em primeiro lugar tem de ser dito que os são, no âmbito de DragonBall, combates ao mais belo estilo de DragonBall. Têm todos os condimentos necessários e exigíveis a um titulo DragonBall. Muita acção, inúmeras combos para executar, adversários bem conhecidos dos fãs e muita energia nos campos de batalha.
As localizações dos combates são, à semelhança do original, arenas tridimensionais em ambientes que nos remetem de imediato para o Universo DragonBall.
O sistema de tutorial encontra-se extremamente interessante e apresenta-se de uma forma dinâmica, acompanhando a evolução do jogador ao longo da aventura. Se ao inicio temos acesso a lições sobre as mecânicas básicas do combate (X para ataques fracos, Y para ataques fortes, B para ataques de energia, gatilhos para Evasão e ataques especiais) ao longo da aventura, os diversos Mestres que vamos encontrando, vão-nos dando lições mais avançadas sobre o combate (combos mais avançadas e movimentos especiais). A diversidade e quantidade é brutal …
E essa é uma das belezas do jogo, a diversidade de combos à disposição do jogador. Efectivamente, o belo de Xenoverse 2 é precisamente o de poder usar e explorar as variadas combos (e são dezenas e dezenas de ataques especiais à nossa disposição) e ver os seus efeitos.
E uma das particularidades dos combates que tivemos oportunidade de verificar é que os mesmos se apresentam com uma fluidez tremenda e os comandos encontram-se bastante responsivos.
No entanto, e exceptuando os combates mais exigentes, muitas das lutas acabam por correr o risco de se tornarem em sessões de button smashing. As combos existem e devem ser usadas, e o próprio jogo faz um óptimo trabalho a relembrar-nos disso mas no calor dos combates damos muitas vezes por nós a carregar nos botões de ataque quase aleatoriamente (Y ou X) e de uma forma massiva.
No entanto, e como referi, a beleza do jogo é a de executar as diversas em>combos e de ver os seus efeitos. E as combos têm inúmeras formas de serem bem sucedidas mas grosso modo, tratam-se de uma sucessão de pressão de botões do comando. A grande questão é a ordem, o timing e muitas vezes o pressionar vários botões em simultâneo.
As missões acabam no entanto por ser algo repetitivas mas o que ajuda a quebrar essa monotonia é o facto de as podermos fazer tanto com recurso a aliados NPCs (controlados pelo computador) como com aliados humanos que se juntem a nós na nossa demanda.
Felizmente as missões paralelas acabam por combater esta sensação de repetibilidade.
Entre muitos outros podemos participar em combates avançando lado a lado com Goku, Gohan, Krillin ou Piccolo, e o trabalho deles acaba por ser bastante útil, nem que seja pelo facto de “distraírem” os adversários em alturas chave dos combates. É claro que isto ocasionalmente tem um preço … um deles pode ficar nocaute, mas até para isso existe uma solução, sendo-nos possivel reavivar a energia de um aliado caído.
Algo que em Xenoverse 2 é bastante importante durante os combates é a nossa barra de KI (chamemos-lhe maná) que nos permite lançar ataques especiais e potencialmente devastadores. Trata-se de algo precioso e que, tal como tudo o que é precioso, é raro e tem de ser usado com cabeça. Pelo menos nos combates mais exigentes.
Algo que acaba por se tornar por potencialmente injusto e castrador é o sistema de carregamento do KI. Sim, este sistema de recarga de KI difere de personagem para personagem (de acordo com a raça) o que faz com que em determinados combates, um jogador tenha de fazer uma gestão completamente diferente de outro no que toca ao uso dos Ataques Especiais. Acho que é um sistema algo desequilibrado.
Apesar da maioria dos combates poderem ser passados com ataques normais e algumas combos standard, existem adversários mais exigentes e que, não só nos exigem uma destreza funcional (na escolha das combos mais vantajosas) como exigem também uma ponderação sensata na altura de gastar KI.
Uma particularidade importante durante as lutas de Xenoverse 2 é a possibilidade de se fazer Lock On a determinado inimigo (são amiúdes os combates com mais que um inimigo). Trata-se de uma forma simples de manter o foco em determinado inimigo e dessa forma podermos estar sempre atentos a ele e às suas movimentações, permitindo uma melhor defesa e ataque nos momentos mais adequados e com as combos mais acertadas.
Contudo, essa mais-valia do jogo traz consigo também um problema ocasional. Existem situações em que esse Lock-On não funciona tão bem como seria de esperar. Aconteceu-me por diversas ocasiões ter o Lock feito e após determinado ataque, o meu personagem sair lançado numa direcção quase aleatória mas, pior … ficar de costas para o inimigo, completamente à sua mercê.
Se tivermos em atenção que há alguns ataques que dependem da orientação do nosso personagem, quando isso acontece, torna-se chato … muito chato.
E por falar em algo chato. Apesar de na maior parte das ocasiões, a câmara se encontrar bem posicionada e de acompanhar a acção de forma eficaz, existem algumas alturas que não o consegue, prejudicando os nossos ataques e defesas (especialmente quando debaixo de água).
No capitulo sonoro, um aparte a fazer. Apesar dos combates serem acompanhados por uma música de fundo excitante e energética q.b., quando nos encontramos em Conton City, a melodia que nos acompanha mais parece saída de um carrossel das feiras. É chata e quase fere os tímpanos.
Por fim, gostara de referir o Online que se encontra bastante fluido e acaba por se tornar num ponto de interesse acrescido, especialmente, se tivermos em atenção ao facto do Universo DragonBall potenciar a interacção de centenas e centenas de jogadores em simultâneo. Imaginem o que é estar em Conton City com centenas (cada servidor pode ter até 300) de outros jogadores que andam simplesmente a procurar companheiros para alguma missão, ou então à procura de alguém para uma boa sessão de pancadaria.
Veredicto:
Este é um jogo claramente orientado para todos os amantes e seguidores do Universo DragonBall, tornando-se nesses casos, de um jogo Must Have.
Trata-se de uma representação digital extraordinariamente fiel e robusta de um dos Universos Universo anime orientais mais conhecidos do Mundo. Personagens principais, combates entusiásticos e inúmeras missões paralelas para completar revestem este jogo do carisma e valor que um jogo DragonBall merece.
Torna-se no entanto, difícil de aconselhar este titulo a quem não conhece ou domina esse mesmo Universo.