Dragon Quest Builders é o aproveitar de uma franchise bem estabelecida no Japão, com as mecânicas de uma outra, Minecraft, que apesar de ser um jogo do ocidente tem feito um enorme sucesso por terras nipónicas, tornando-se mesmo em um dos jogos mais vendidos da Playstation Vita. Por isso mesmo, esta fusão de géneros, RPG de Dragon Quest com as mecânicas de jogabilidade de Minecraft, surge de forma natural.
Em Dragon Quest Builders seremos o responsável por devolver ao reino e habitantes de Alefgard o poder e motivação de construir coisas. Isto porque Dragonlord, auto intitulado senhor dos senhores e rei dos reis, retirou aos habitantes deste reino a capacidade de fazerem construções, sejam estas simples, como uma cadeira, ou elaboradas, como uma casa.
Como nos explica Rubiss, uma espécie de espírito narrador, o personagem que criámos no editor, bastante limitado diga-se, possui a capacidade única de construção e tendo como objetivo o de restituir esta habilidade ao resto dos habitantes de Alefgard. Para isso teremos de reconstruir cidades nos diferentes cenários que compõem o modo história. Conforme evoluímos o estado de uma cidade, mais habitantes se irão juntar a esta e assumir papéis na comunidade que origina desta reconstrução.
Para progredir o estado da cidade teremos de construir casas, mobília, decorações e defesas para os ataques de monstros que habitam nas redondezas. Estes tornam-se especialmente agressivos e mais fortes à noite, e à conta disso o risco de recolher materiais para as construções é maior, porque em caso de morte do nosso herói perdemos os materiais e somos transportados de volta à cidade, sendo o único inconveniente termos de voltar ao local da morte para recuperarmos os itens.
Também não existe grande incentivo em lutarmos contra estes monstros a não ser quando estes atacam a cidade ou se precisarmos de algum material que estes deixam cair, uma vez que apenas ganhamos experiência quando fazemos construções e não quando aniquilamos monstros. Contudo, a nossa cidade por vezes tem que ser defendida de hordas de inimigos e de um boss.
As construções funcionam ao bom estilo de Minecraft, e quem está familiarizado com a jogabilidade do título da Mojang vai-se sentir como peixe na água. Os materiais podem ser recolhidos de quase tudo o que compõe os mapas, por exemplo, as árvores fornecem blocos de madeira, as rochas blocos de pedra e por aí fora. Para recolher materiais usamos ferramentas, que também teremos de construir, como picaretas, pás, machados e também armas para combater os monstros. Algumas construções requerem diferentes tipos de matérias primas, por isso teremos de nos aventurar por diferentes áreas dos mapas, habitadas por diferentes tipos de monstros.
Para construir coisas é necessário ter a receita para essa construção, não sendo possível fazer combinações de forma aleatória com a expetativa de obter algum tipo de construção aleatória.
Para quem apenas se quer divertir sem estar preso a missões pode optar por ir até Terra Incognita, que no contexto do modo história não é mais que um mapa free world, fora do domínio de Dragonlord, onde podemos fazer as construções que quisermos.
Graficamente é simples, mas bastante polido, o aspeto cartoon de Dragon Quest é um dos pontos altos e adequa-se perfeitamente no estilo do jogo. Os personagens possuem o mesmo tipo de design, sendo perfeitamente reconhecível a reutilização de outros jogos da franchise.
Tecnicamente corre de forma impecável, a 1080p e a uns sólidos 60fps sem quebras, independentemente da quantidade de construções e de inimigos no ecrã.
O visual simples é acompanhado também por uma sonoplastia simples, a comunicação é feita à base de texto simples, não existindo vozes para complementar o texto. O som ambiente é agradável, na onda dos clássicos RPG’s de Dragon Quest.
Veredicto:
É fácil de aconselhar Dragon Quest Builders a quem gosta de Minecraft, e apesar de usar muitas mecânicas deste, nunca se sente que é apenas uma cópia, possuindo uma identidade única e até refrescante no que a RPG’s diz respeito.