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Análise Dragon Ball FighterZ (Xbox One)

De tempos a tempos, surgem videojogos que nos deixam com algumas questões pertinentes, particularmente, o porquê de nunca terem existido antes, e, Dragon Ball FighterZ, é um desses casos flagrantes.

Dragon Ball já teve inúmeras versões de videojogos de luta, entre várias gerações de consolas, como o Final Bout na PlayStation 1 ou o Legends da Saturn, e versões mais recentes, como os Budokai e os Xenoverse, mas nenhum conseguiu capturar tão bem o espírito e a espetacularidade dos combates assistidos na anime como o fez a Arc System Works em Dragon Ball FighterZ.

Fiquem com a análise daquele que é, possivelmente, um dos melhores jogos de luta do ano.

 


Dragon Ball FighterZ foi desenvolvido pela Arc System Works, a mesma companhia que criou as originais e bem-sucedidas séries de jogos de luta 2D Guilty Gear e BlazBlue. Sendo que Dragon Ball é, possivelmente, a animação japonesa com mais sucesso em todo o mundo, reconhecida pelos seus personagens carismáticos e combates espetaculares, é só natural assistir à fusão entre a aptidão de criar jogos de luta da Arc System Works com o universo criado pelo lendário Akira Toriyama.

O mundo está em alvoroço, atacado por clones dos amigos de Son Goku e por clones de antigos inimigos, como Frieza e Cell. Como se não bastasse e ainda sem se perceber muito bem como, uma entidade assume controlo do corpo de Son Goku, e Beerus, o Deus da destruição, informa Bulma do sucedido. A entidade consegue comunicar com Son Goku, mas este está demasiado fraco para conseguir controlar o seu próprio corpo. É neste momento que Bulma pede ajuda a esta entidade e à sua capacidade de controlar corpos para ajudar a salvar o mundo e os seus amigos. Se ainda não perceberam, a entidade somos nós, os jogadores, foi desta forma inteligente que a Arc System Studios conseguiu integrar o jogador como parte fulcral na história.

A história de Dragon Ball FighterZ é bastante interessante e enquadra perfeitamente naquele que é o universo atual de Dragon Ball Super. Este está dividido em três story arcs que explicam os acontecimentos na perspetiva de diferentes personagens. A arc dos super guerreiros onde temos Son Goku e companhia, a arc dos guerreiros inimigos e a arc da Android 21, um personagem criado especialmente para o jogo e que se revelará crucial para o desenrolar da história.

Sem querer desvendar muito, as verdadeiras motivações e acontecimentos mais relevantes acontecem, como seria de esperar, no arc da Android 21, um ciborgue da legião vermelha, sim, a mesma legião vermelha que já esteve por detrás de grandes acontecimentos no universo de Dragon Ball, como a criação de Cell.

Neste modo de jogo cada arc está dividido em capítulos onde a progressão é feita de forma simples. Em cada capítulo temos a oportunidade de libertar membros para a nossa party, enfrentar os clones que invadiram a terra e derrotar bosses para avançar para a próxima fase. Os combates são do estilo tag team e podemos ter até três membros na party, que servem como auxiliares do personagem que estamos a controlar ou para trocar diretamente com este, quer seja para prolongar uma combinação de ataques quer por este já estar no limiar da derrota. É também possível evoluir os membros da party, com níveis, que aumentam de forma natural as características dos personagens e com habilidade especiais que se podem ir trocando conforme desejado, como o aumento da resistência a ataques, a de dar mais dano aos adversários ou até a de regeneração de vida.

Como jogo de luta, podem contar com outros modos de jogo clássicos, como o modo arcade, onde vamos enfrentar inimigos conforme o ranking atribuído no combate anterior, ou seja, se conseguirmos o ranking “S” é mais provável que o próximo combate seja contra um adversário mais difícil do que tivéssemos obtido um rank “C” ou “B”.

Os modos online também estão presentes, combates ranked e combates de arena, que não são mais que jogador contra jogador. No entanto, o modo mais interessante é o modo de 3vs3 onde 6 jogadores participam no combate, cada um controlando apenas um personagem da equipa.

Para aceder aos diferentes modos de jogo existe um lobby online onde controlamos o nosso avatar virtual, completamente customizável, e onde interagimos com o avatar de outros jogadores. A customização do avatar é feita através de itens cosméticos, adquiridos através de loot boxes na loja do lobby, mas apenas é possível gastar créditos adquiridos no jogo, não existindo qualquer incentivo ao gasto de dinheiro real.

É na jogabilidade que Dragon Ball FighterZ brilha de forma intensa. Não existe espaço para respirar, os combates são frenéticos e altamente coreografados, com movimentos espetaculares e ataques especiais capazes de iluminar um quarto escuro de tanta cor florescente que passa com frequência na televisão.

Existem quatro tipos de ataques base durante os combates. Ataques leves, médios, pesados e ataques de energia. Para além de podermos utilizar este tipo de ataques para fazer combos devastadores também existem alguns combos automáticos, onde o simples button mashing pode ser um recurso útil e favorecedor para os jogadores mais inexperientes. Uma outra mecânica extremamente útil e adequada ao universo de Dragon Ball é o super dash, onde com o simples toque no gatilho direito é feito uma investida contra o adversário, especialmente útil para prolongar os combos. A barra de energia, que vai até nível 7, é utilizada para os ataques especiais, como o Kamehameha de Son Goku ou o Final Flash de Vegeta.

Durante os combates vai ser possível recolher as famosas 7 bolas de cristal, estas são obtidas conforme o número de ataques que fazemos em sequência, por exemplo, um combo que faça 10 ataques no adversário irá dar a bola de uma estrela, 20 ataques a de duas estrelas e por aí fora até à sétima bola de cristal. Após isso e o jogador que consiga ter a barra de energia no sétimo nível poderá invocar Shenron, o dragão sagrado e pedir um desejo, como ressuscitar um dos membros da party ou restaurar a nossa própria barra de energia.

Graficamente é absolutamente espetacular e o aspeto cell shade é do melhor se não mesmo o melhor que já se viu em videojogos, muito graças ao uso do Unreal Engine 4 como motor do jogo. As animações são soberbas e não há espaço para reciclagem, a Arc System Works assegurou que cada personagem teria animações diferentes, por mais semelhantes que estes fossem. A atenção ao detalhe também é de louvar, onde até as mais simples expressões faciais são tidas em conta durante os combates.

Tecnicamente é igualmente fabuloso, correndo a 60 frames por segundo em qualquer uma das consolas base e nas suas respetivas revisões, variando apenas as resoluções entre elas, onde corre a 1080p tanto na One como na PS4 e a resoluções mais elevadas na Pro e na X.

Veredicto

Dragon Ball FighterZ assume-se como uma referência no que a adaptações de animes para videojogos diz respeito, tudo o que a Arc System Works fez, fez bem, respeitando sempre o material original e garantiu um futuro brilhante para a série FighterZ. Se, tal como eu, são fãs de Dragon Ball, então este título passa de recomendado para totalmente obrigatório.

Dragon Ball FighterZ

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