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Análise: Death Stranding (PS4)

Death Stranding é um jogo que tem estado rodeado por uma enorme aura de mistério desde que foi anunciado. Sabíamos que ia ser um jogo especial – vindo da mente de Hideo Kojima só o podia ser – mas não previmos o quão singular, na realidade, seria.

Vamos tentar dar-vos um pequeno vislumbre deste jogo visionário sem, obviamente, estragar a vossa experiência com spoilers. A única coisa que vos podemos desde já dizer é: não percam a oportunidade de jogar, não se vão arrepender!


Death Stranding mais que um jogo, é uma mensagem!

Desenvolvido pela Kojima Productions, uma casa fundada por Hideo Kojima após a sua saída da Konami, este é um dos jogos mais aguardados do ano e, sem qualquer dúvida, o mais misterioso.

Death Stranding esteve rodeado de enormes medidas de segurança para que nada se soubesse antes do seu lançamento. Nós tivemos a oportunidade de o jogar bem antes do dia 8 de novembro. No entanto, foi-nos recomendado que o jogássemos offline e que não comentássemos que já o tínhamos na nossa posse.

Devo confessar que as primeiras impressões que tive quando joguei Death Stranding foram de alguma estranheza. Nunca tinha jogado um jogo num cenário onde o personagem principal era uma espécie de carteiro. Neste mundo pós-apocaliptico, ainda muito afetado pelo evento conhecido como “maré de morte” que dizimou uma grande parte da população dos E. U. A., Sam Porter Bridges tem de percorrer o país – ou como lhe chamam no jogo, a América – a entregar pacotes de carga.

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Pode parecer simplista, mas este jogo foi idealizado pela mente de Hideo Kojima. Por isso mesmo, nada tem de simples. Sam Bridges não é um estafeta qualquer. Para além de ser o melhor naquilo que faz, tem um elevado nível de DOOMs. Uma capacidade que lhe permite detetar BTs, seres que vivem entre planos de existência, que são somente espíritos de todos aqueles que já partiram.

O poder das BTs e a Voidout

Ser apanhado por uma destas entidades causa aquilo a que no jogo se chama Voidout. Em resumo, é uma gigantesca explosão que deixa uma enorme cratera no chão destruindo tudo à sua volta. Não é possível eliminar as BTs, mas é possível evitá-las. Se nos encontrarmos nos territórios por elas controlados, conseguimos enganá-las contendo a respiração. Parece que isso impede as BTs de nos detetarem.

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Mas, na sua missão, que detalharei à frente, estes não são os únicos perigos que Sam irá defrontar. Hideo Kojima idealizou um conceito extremamente interessante: a Timefall. A Timefall ou “chuva de tempo” acelera a passagem de tempo em tudo aquilo que toca.

Existem ainda grupos de salteadores conhecidos como MULES. Na realidade, são antigos “estafetas” que terão enlouquecido e que agora se divertem a assaltar outros estafetas para lhes roubarem a carga. É imperativo evitar os territórios controlados por estes bandos de salteadores, mas, infelizmente, nem sempre é possível. Existem missões que nos obrigam a recuperar material roubado, o que nos leva a explorar territórios bastante perigosos.

A missão

Contudo, a principal missão de Sam é unir as várias cidades na América, que se encontravam separadas desde a maré de morte. No fundo, a nossa missão, para além de transportar carga de uma cidade para outra, é unir a população humana.

Em resumo, aproximar as várias cidades através da rede chiral. Permitindo, assim, aos humanos o acesso à informação e ao conhecimento que potencie o seu engrandecimento e o seu progresso.

Para que este objetivo seja atingido, Sam terá de se deslocar através de planícies, montes, montanhas, vales e rios. Além disso, terá que levar consigo bens, utensílios e materiais e evitando perder a carga. Será sempre aconselhável, antes de iniciar cada missão, abrir o mapa e traçar o percurso.

As algemas, o mapa e todos os itens

Este mapa está disponível nas nossas algemas. Por uma questão de segurança, Sam tem sempre no pulso um par de algemas smart que lhe permitem consultar o mapa e o menu de todos os itens que tem consigo a cada momento.

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Acreditem, vão passar bastante tempo neste menu, principalmente a ajustar a carga que transportam. Irão reparar que muitas vezes é superior ao peso que qualquer ser humano normal conseguiria carregar. Este excesso de peso irá provocar desequilíbrios e quedas. Por consequência, essas quedas constantes irão danificar a carga. Assim, é aconselhável nunca transportar mais do que aquilo que se consegue.

BB, companheiro de viagem

Mas Sam não faz esta viagem sozinho. Como companheiro de viagem, transporta um estranho bebé – BB, como é chamado no jogo. BB segue dentro de uma cápsula que o acompanha para ajudar a detetar BTs.

Ao longo do jogo, Sam vai desenvolvendo uma ligação emocional com este estranho ser e demonstra-se perturbado quando, por qualquer motivo o seu BB entra em stress. Isto acontece seja por uma queda mais aparatosa provocada por um declive acentuado no terreno ou por uma corrente mais forte quando tenta atravessar um rio.

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Um outro aspeto bastante interessante de Death Stranding é o facto de, apesar de o jogarmos a solo, todas as estruturas que construimos – sejam pontes, caminhos ou depósitos de carga – estarem disponíveis para todos os jogadores. Mesmo jogando sozinhos, é como se estivéssemos a jogar cooperativamente com milhões de pessoas em todo o mundo. Em resumo, isto acaba por trazer ao jogo uma dinâmica muito própria e interessante.

Não me querendo adiantar muito para não estragar a vossa experiência de jogo, resta-me dizer que o mundo de Death Stranding, teoricamente os EUA, se encontra feito com bastante detalhe, sendo possível perceber os efeitos da chuva e do vento na paisagem que nos rodeia. A textura do terreno está bastante bem feita, assim como o movimento do próprio Sam é bastante natural e realista.

Veredicto

Hideo Kojima idealizou e “deu-nos” um jogo que, dizendo a verdade, não será do agrado de todos. Ao início, tive a sensação de estar perante um jogo demasiado parado e entediante. No entanto, um dos grandes trunfos deste jogo é a cooperação entre jogadores de todo o mundo, mesmo o jogo estando assente num modo campanha single-player, o que faz com que não tenha metade da piada se jogarmos o jogo sem estarmos com a consola ligada à Internet.

À medida que vamos progredindo no jogo, vamos percebendo que a ação é muito mais dinâmica do que aparenta à primeira vista. O jogo e a sua narrativa vai-nos conquistando aos poucos, pelo que aconselho vivamente.

Death Stranding

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