Cerca de um terço dos jovens a nível global não quer ter um carro próprio
O futuro da mobilidade está a evoluir rapidamente e, embora a posse de um automóvel continue a ser a norma, a transição para um modelo mais eficiente e ecológico pode estar iminente. Curiosamente, quase metade dos jovens norte-americanos não quer ter um carro próprio, segundo revela uma sondagem!
O carro próprio perdeu o encanto entre os jovens?
Estudos e sondagens bem conduzidos podem fornecer informações valiosas sobre as tendências que moldam a indústria automóvel.
Sabe-se que os norte-americanos ainda não confiam totalmente nos veículos autónomos, continuam a preferir carros a combustão e consideram desnecessários os ecrãs para passageiros. No entanto, um novo estudo revelou um dado particularmente interessante: uma grande percentagem de jovens nos Estados Unidos não tem interesse em possuir um automóvel.
A pergunta feita foi direta:
Até que ponto estaria disposto a abdicar da propriedade de um veículo em favor de uma solução de Mobilidade como Serviço (MaaS) totalmente disponível?
A consultora Deloitte entrevistou 286 pessoas entre os 18 e os 34 anos nos Estados Unidos, além de 392 no Reino Unido, 2.116 no sudeste asiático, 246 na Coreia do Sul, 191 no Japão, 404 na Índia, 344 na Alemanha e 261 na China.
Pelo menos um terço dos inquiridos em todas as regiões afirmou estar minimamente disposto, disposto ou muito disposto a prescindir da posse de um carro.
Nos Estados Unidos, 44% dos entrevistados disseram estar preparados para abdicar do automóvel pessoal. O valor mais baixo registado foi 35% na Alemanha, um país com uma forte cultura automóvel. No outro extremo, 70% dos inquiridos na Índia mostraram preferência por uma solução MaaS em vez de um carro próprio.
Embora para os entusiastas dos automóveis estes resultados possam ser surpreendentes ou até preocupantes, há vários fatores a considerar.
Em primeiro lugar, o tamanho da amostra é relativamente pequeno face aos mais de 334 milhões de habitantes dos EUA. Em segundo, o contexto geográfico tem um impacto significativo: não é o mesmo viver em Nova Iorque, onde conduzir pode ser um fardo, do que numa área rural de Oklahoma, onde um carro é praticamente indispensável. Em terceiro, a diferença entre estar “minimamente disposto” e “muito disposto” não deve ser ignorada.
Impacto
Esta mudança na perceção da mobilidade pessoal pode ter implicações significativas na sustentabilidade e ecologia.
A transição para modelos de Mobilidade como Serviço pode reduzir a pegada de carbono, diminuindo a necessidade de fabricar novos automóveis e promovendo um uso mais eficiente dos recursos.
A implementação de frotas de transporte partilhado eletrificadas pode significar uma redução substancial nas emissões de CO₂, desde que essas soluções sejam impulsionadas por energias renováveis.
Resistência aos carros elétricos e à autonomia total
O mesmo estudo revelou outros aspetos interessantes sobre a perceção dos veículos elétricos e da tecnologia autónoma. Entre os 937 inquiridos nos EUA, 62% disseram preferir que o seu próximo carro seja a combustão, enquanto apenas 5% escolheriam um veículo elétrico (EV). Cerca de 20% optariam por um híbrido, e 6% por um híbrido plug-in.
Este dado é revelador: apesar do forte incentivo à eletrificação do transporte, a adoção de carros elétricos continua baixa. Fatores como infraestrutura de carregamento insuficiente, autonomia das baterias e preço elevado ainda são barreiras para uma maior aceitação dos EV.
Além disso, 52% dos inquiridos demonstraram preocupação com a operação de robotáxis totalmente autónomos nas suas cidades, e 64% manifestaram receio sobre veículos comerciais autónomos em autoestradas. Isto indica que, embora a mobilidade partilhada esteja a ganhar popularidade, o conceito de transporte sem condutor ainda não foi plenamente aceite pelo público.
Um futuro de mobilidade mais sustentável
O desinteresse dos jovens pela posse de veículos e a sua abertura a soluções de mobilidade partilhada podem marcar um ponto de viragem no modelo de transporte atual. A combinação de transporte partilhado eletrificado, energias renováveis e otimização do espaço urbano pode reduzir significativamente o impacto ambiental do setor automóvel.
À medida que as cidades investem em infraestruturas para mobilidade sustentável, a dependência dos automóveis privados pode diminuir. No entanto, a transição exige enfrentar desafios, como melhorar os sistemas de transporte público, criar políticas de incentivo à mobilidade sustentável e aumentar a confiança do público nas novas tecnologias.
Não sou jovem e não quero ter carro próprio, ou a empresa paga o carro ou arranjo uma que dê, ter de comprar carro, pagar seguros, iucs, revisões, inspeções e até trocar pneus por algo que está sempre a desvalorizar é para malucos
e vais de ferias e passeias à pala da empresa, ou estas sempre a trabalhar e não tens lazer?
Como assim? Estou na mesma situação do rapaz do comentário, enquanto houver empresas que disponibilizem carro porque haveria eu de comprar?
Btw não percebi isso das férias, eu tenho carro da empresa e posso usar o carro sempre. Só tenho que ter atenção aos km por ano (eu pessoalmente nunca gastei a km anual), do resto posso andar com ele para todo o lado, sempre fiz férias com o carro de empresa.
Falas por ti mas…e aquelas empresas que não têm condições de dar carro a todos funcionários. Que são quase todas. Dão aos mais importantes mas e o resto?
o Segredo é tornareste importante para ter carro 😉
É um benefício portanto é à pala da empresa
Sai mais barato alugar um carro 15 dias para ir de férias que comprar 1 para estar parado a maior parte do tempo.
é um GenZ que acha que tem que ter tudo sem garantias.
Usar o carro da empresa para fins pessoais deve pagar impostos e Segurança Social. Ninguém declara isso, mas estão a cometer uma ilegalidade e pode dar molho…
A empresa pode estar a absorver esse custo. Eu tenho carro de empresa para uso pessoal mais combustível e isso não aparece no recibo de vencimento nem sequer na declaração anual de IRS.
Portanto, assumo que é a empresa que está a cobrir todos esses custos.
Continua a ser obrigatório declarar esses “benefício” em sede de IRS e SS. Se não está no recibo, presumo que estejam a fazer de conta que é para uso profissional (que é o normal em Portugal).
Não digo que não, apenas falo que do meu lado nada me é apresentado nesse sentido. Se são eles a pagar a fatura? Calculo que sim, no entanto, se der raia será sempre do lado deles e não do colaborador.
Foram 3700 milhões de euros, em multas, em 2024, só por causa disso.
Empresas com 70 carros, no imobilizado, 10 funcionários, mais 5 gerentes, não pediram isenção de horário de trabalho (que corta 90% das deduções fiscais). Depois, pagam 500 a 6000 euros, de multas, quando mandam parar ás 3 da manhã, com o condutor de férias.
Explica lá como é que a PSP/GNR multa alguém por causa disso.
Se nem podem multar por causa de não teres o IUC em dia visto que é um imposto e está sob alçada das finanças.
Por isso agora é tudo em nome de empresas de leasing, boa sorte para o GNR saber se está o contrato em teu nome ou de uma empresa…
You will own nothing and be happy.
o segredo da felicidade
(enviado a partir do meu iPhone) /s
Quantos carros precisas de ter para ser feliz?
Ele não sei… EU precisaria de uma garagem cheio deles!
Tudo com mais de 30 anos: japoneses, alemães e um ou outro italiano/ingles…
Um para cada dia do mês não seria mau e seriam poucos na mesma!
Pelo menos um para ir á caça e pesca.
Mas afinal para que precisamos de “coisas”? Existe uma diferença entre querer e precisar.
Se tempos havia em que ter “coisas” era considerado importante e era visto como status, herança, enxoval ou seja lá o que for. Ninguém se desfazia de nada, mas também cada item era absurdamente caro e durável. Hoje em dia tudo é diferente. E há países onde “heranças” são muito diferentes. Os herdeiros de um dos donos da Samsung tiveram que pagar impostos gigantes (venderam parte das participações). No Japão, normalmente não há herança de imóveis (há “exceções”). Podemos olhar para isto de muitas formas. Por um lado, quem trabalha quer deixar “património” para os filhos. Mas se olharmos por outras perspetiva, não será isso uma forma de perpetuar as fortunas eternamente ou até mesmo uma forma de fazer os ricos ficar mais ricos? Há sempre várias formas de olhar para as coisas, mas o Japão tem preços de habitação incrivelmente competitivos quando comparado com outras cidades. Arrendar em Tokio é mais barato que em Lisboa. E nem se compara a dimensão e densidade da população. Sinceramente, não sei qual a resposta certa, mas dá que pensar.
Há muita gente que prefere não andar com coisas atrás. Preferem a liberdade de movimentos. De mudar de casa, de cidade, de país sem terem de se preocupar com o que fazer à tralha. Eu já fui “colecionador” de DVDs, de CDs, de Livros e outras coisas. Já não compro um livro, CD ou DVD há anos. Agora é tudo digital. Além de ficar mais barato, não ocupam espaço em casa (nem dá trabalho para limpar o pó) e posso levar tudo para todo o lado sempre que me apetecer. Reduzi a mobília em casa porque me desfiz de várias coisas supérfluas. Menos tralha, menos mobília necessária para guardar ou mostrar as coisa. Reduzi drasticamente o número de peças de roupa com algumas alterações na forma de vestir e despachei um roupeiro. Parece que tenho uma casa maior. Mais espaço para outras coisas ou para quem vive na casa. Ou, em vários casos, uma casa mais pequena. Há tantas pessoas mais velhas em que um casal ou só uma pessoa vive numa casa enorme. Os filhos já saíram mas eles continuam na mesma casa, com as mesmas tralhas. Há países onde é muito comum os casais ao despacharem os filhos mudarem-se para uma casa mais pequena. Ou gastam menos em renda, ou vendem a casa que têm e compram uma casa mais pequena e ainda sobra algum dinheiro para umas viagens. Ou compra num lugar mais “apetecível”, como a praia ou assim.
Devo dizer que nos últimos anos tenho cada vez menos coisas e cada vez sinto menos falta delas.
Eu espero que este testamento todo tenha sido gozo, certo??? É que só pode…
Queres liberdade de movimentos??? Easy – o que te deixarem de herança, vendes… livras te da tralha, encher a conta bancária de euros e vais à tua vidinha de mãos vazias – olha que top!!!
A tua ideia de acabar com o “perpetuar de riquezas” é abrir o pressuposto de o Estado deitar a mão ao património de uma pessoa assim que ela morra – os descendentes que chupem na dedo – já ouviste falar na ideia do Cavaco Silva de imposto sobre heranças??? Eles bem querem… e era!!! Andar uma pessoa a lutar para deixar os filhos confortáveis e vir o mamão do Estado deitar a mão ao que nem mexeu uma palha para criar…
Tem juízo, rapaz!!! Não queres andar com tralha herdada, vendes – mais fácil não existe!!!
O ponto de vista dele é perfeitamente válido, no entanto, entendo, completamente incompreendido por materialistas.
“Andar uma pessoa a lutar para deixar os filhos confortáveis”?? Conseguia arranjar-te dezenas de exemplos que conheço pessoalmente que destroem por completo essa premissa. Educa os teus filhos que eles não precisarão que lhes deixes fortunas. Património nas mãos de mal formados é na grande maioria das vezes um presente envenenado.
Podes ter a certeza que não compreendo: eu andar uma vida inteira a trabalhar como um mouro, para ter uma vida mais confortável e no dia da minha morte vir o lambão do Estado usurpar o património dos meus descendentes – quando 99% das vezes nem ajuda, só atrapalha – onde é que isto faz sentido???
Só pode fazer sentido na cabeça de alguém que nada tem – sempre ouvi dizer que esses, são realmente os mais livres!!!
Quanto às mentes bem formadas: isso é trabalho dos pais durante anos para quando estes chegarem a adultos, terem princípios…
… de qualquer forma, bem formados ou não, o património é deles e não de corruptos de Lisboa…
Sérgio: E fazes bem pensar assim. Penso igual. E para situações “comuns” parece-me a solução natural, deixar alguma coisa para os filhos. No entanto, vamos colocar aqui outros cenários. O já falado caso da Samsung. A herança era de cerca de 23 mil milhões de dollars. A família real Britânica anda a “acumular” heranças há mais de 1000 anos. Quanto é que foram as heranças da Zara, da Koch, da L’Oreal, da Red Bull…. Na prática, um sistema sem qualquer tipo de taxação de heranças permite que a riqueza se acumule nos mesmos. Tens 10 apartamentos arrendados que deixas ao teu herdeiro. Sem fazer nada, basta-lhe ir acumulando dinheiro e comprar mais 1, 2 ou 3. Depois mais uns anos e deixa ao seu sucessor e por aí fora.
No caso da Samsung, a Koreia do Sul tem um sistema de taxação por escalões. Quando maior a herança, maior o imposto. Tanto assim foi que tiveram que vender parte das participações na Samsung para pagar os impostos. Não me parece de todo descabido esta sistema de escalões.
https://lawfirmleeandlee.com/korean-inheritance-laws/
Só mais uma coisa. Independentemente da qualidade dos políticos que temos, os cidadão são tão ou mais importantes em garantir a correção e integridade do sistema. A taxação não reverte para os políticos, mas sim para todos nós.
Hugo:
E filhos que matam os pais, tios e outros pelas heranças.
São pontos de vista. No entanto, e pelo mantra do “riqueza gera riqueza”, continuamos a ter os Rockefeller, os JP Morgan e outros que tal a mandar no mundo até ao fim dos tempos, mesmo que na verdade nada façam por isso. Parece quase um sistema monárquico. Aliás, em alguns casos andamos literalmente a perpetuar fortunas monárquicas, como por exemplo em Inglaterra, caso mais conhecido dos últimos tempos. Andam a perpetuar uma fortuna com mais de 1000 anos.
A questão do Japão é curiosa. Eles não reconhecem a habitação como um “bem”, mas sim como um instrumento. É útil porque é útil e faz falta, como um carro é útil se for, como muita coisa é útil quando é. E sabem bem que não é perpétuo. Tem algumas vantagens. Não gera tanta especulação, permite que muitos imóveis não fiquem eternamente devolutos e faz com que imóveis devolutos sejam colocados no mercado literalmente de borla. Existem casas gratuitas em muitos locais do Japão, obviamente em zonas onde a oferta ultrapassa a procura. Casas essas que estão inscritas numa “bolsa” e são entregues a quem as queira. Existem condições para quem fique com elas, como a obrigação de as habitar ou de efetuar determinados trabalhos. E o Japão vive bem com isso.
Além do mais e como já disse, um apartamento em Tókio é um bom bocado mais barato que em Lisboa, quando os salários são bem mais altos e a densidade populacional é totalmente diferente.
A questão de cá taxarmos heranças enfim. Mas se tanto Cavaco Silva como Bloco que Esquerda concordam acho que não é assim tão descabido 😀
Não tenho uma opinião vincada sobre o assunto, mas deveria haver uma isenção até certo valor de herança e para herdeiros diretos (filhos, cônjuges e por aí). Por exemplo, isenção no caso da habitação própria, isenção no total dos bens até 500 mil euros ou 1 milhão e depois impostos ou outras formas de tributação sobre o restante. Caramba, 1 milhão de euros já é um bom “arranque” na vida.
“…enquanto apenas 5% escolheriam um veículo elétrico (EV). …”
Não me surpreende.
Eu tb prefiro não ter carro do que ser obrigado a guiar uma lata elektra. Estou solidário com os inquiridos.
Normal quando não trabalham ou têm ordenados que mal dá para sobreviver…
É mais o inverso. Têm muito dinheiro para pagar Ubers e alugar carros.
Essa geração não tem dinheiro para a renda vive na casa dos país ainda, quanto mais dinheiro para um carro. Ainda no outro dia vi um estudo que uma boa parte deles não tem praticamente descontos para a segurança social.
Querer é uma coisa, poder é outra!
@Rodrigo, mais uma razão para poder ter carro, viver em casa dos pais provavelmente têm cama, roupa lavada e comida na mesa se não dá para ter carro, então não vão ter melhor oportunidade na vida. 🙂 🙂
Se analisarmos bem as coisas um carro é dos piores investimentos que podemos fazer, salvo raras exceções está sempre a desvalorizar, despesa com manutenções e obrigações, é um dos melhores mealheiros do estado no que toca a impostos.
Dá jeito ter carro, para deslocações e entretinimento mas é caro ter carro.
Eu ainda sou do tempo em que jogava a bola no meio de uma estrada nacional e raramente tínhamos de interromper o jogo por causa de um carro a passar, as balizas eram os portões de garagem e sempre vivi a 30 minutos de Lisboa para o lado do mar, e as pessoas faziam a vida normalmente, tinham filhos que iam a escola como agora.
Mas ainda bem que hoje em dia todos ou quase todos podemos ter um carro, mas que é um mau investimento lá isso é.
Eram outros tempos. O mundo mudou muito e as pessoas também. E ter carro já foi muito mais barato. O meu cota raramente levava a boa a velha carrinha Toyota ao mecânico. Fazia ele quase tudo em casa. Eram precisas meia dúzia de ferramentas básicas. Hoje os carros são mais muito complicados. Mas também são mais confortáveis, seguros e divertidos. Eu já não passo em spotify no carro 😀
Sinceramente, gosto muito mais de cidades ou de vê poucos carros que coisas como a maluqueira americana de ir de carro para todo o lado. Recentemente tive de “passar” o Porto em hora de ponta de estive quase uma hora para fazer metade da VCI. Não dá mesmo.
Ainda recentemente vi um documentário sobre estádios de futebol. O estádio do Barcelona tem cerca de 3.000 mil lugares de estacionamento à volta. E está no meio da cidade. Eu estive lá há uns anos e fui de metro até ao estádio. Em dia de estádio cheio, muita gente mas nada de confusões malucas, movimento fluído… 5*. Quase toda a gente vai ao estádio de metro ou de autocarro.
Nos USA, há estádios com 30 mil lugares de estacionamento à volta. Estádios que ficam no meio do nada (cá também temos alguns exemplos no meio do nada). São ideias diferentes.
Esses estudos são sempre desenhados a pedido. Por um lado, começa-se a trabalhar cada vez mais tarde. Quem for tirar para um curso superior, leva com 5 anos em cima. Não começa aos 19 como eu, nem aos 14 como o meu pai. Mal está é que agora a malta nova quase não paga impostos. Os “velhos” que alombem com a carga. E não faz sentido. Não estou a ver um “jovem” não imigrar só porque paga menos IRS para o mesmo salário de caca.
Depois temos o consumismo. Não é necessariamente uma crítica, mas são escolhas. Até começar a trabalhar não tinha “nada”. Não ia de férias sem a famelga, nem carro… e para ter alguma coisa era preciso “trabalhar” a fazer coisas em casa e a dar graxa aos cotas. E quando havia dinheiro, poupava-se. Aos 25 anos já tinha para entrada numa casa (e não haviam créditos a 100%, isenções de IMT ou garantias do estado). Lembro-me de certo dia estar a tomar café com uns amigos e um deles estava todo chateado porque queria sair da casa dos sogros onde morava (de borla) e não conseguia juntar dinheiro para uma entrada sequer… E que eu era “rico” porque tinha uma casa (e uma hipoteca, diga-se). Chegou-se ao ponto que já não o podia aturar e perguntei quanto é que ele ganhava… depois a mulher dele. Ganhavam mais que nós lá em casa, no entanto para onde ía o dinheiro. Perguntei eu ao beber a minha água que foi a única coisa que comprei no café, quando ele ía no segundo Beirão e já pelo menos a segunda visita a um café naquele dia. E claro, já tinha comprado tabaco. A juntar à roupinha de marca e sapatilhas da moda e ao telemóvel todo pipi que era trocado de dois em dois anos. Às vezes também é preciso saber fazer escolhas. Há tanta coisa que se pode fazer com pouco ou nenhum dinheiro. Obviamente que cada um sabe da sua vida e que está cada vez mais difícil sobreviver, quando mais comprar casa. Agora se forem capazes de fazer escolhas, parem de choramingar. Por alguma razão o nosso país está cheio de restaurantes, cafés, cabeleireiros e lojas de roupa. Então na minha cidadezinha é cafés e cabeleireiros. Parece que mais nada sobrevive aqui…
Rodrigo. Não tem dinheiro para carro mas para roupa de marca, ir ao café, discoteca e tudo mais tem . É simples não tem os pais que não emprestam os deles e vais ver se não pensam comprar
Os jovens não querem nada prórprio, nem casa, nem carro, nem trabalhar……querem é alguém que os sustente.
Felizmente os outros ainda são dois terços. Ainda……
Nada próprio.
O que vale é que a educação da geração B foi dada pela geração A.
Reflete nisso
Bingo…
E a educação da geração C vai ser dada pela geração B.
Agora pensem!
Tringo?
Estamos condenados…Lol
Não é preciso pensar muito para concluir que quem tem esse pensamento está caduco 😀
O facto de acharem que a vossa geração é das mais inteligentes é a prova disso mesmo.
Hugo: É como a história do “agora a música é toda uma porcaria”. Cada tempo tem o seu tempo e os seus costumes.
Tenho saudades de jogar à bola na rua e de andar a subir às árvores. Mas voltar atrás? Andar a carregar cassetes ou CDs com música já não tem piada. Muito menos ser um saudosista do vinil como muita gente que anda por aí. Já não passo sem o spotify.
Andar (ou limpar, ou guardar) toneladas de livros em casa? Tenho quase tudo digital agora. Ir ao clube de vídeo? Opá. Amazon Prime (ou outro qualquer à escolha… até o youtube é melhor que ir ao clube de vídeo num domingo à noite chuvoso para não pagar multa de devolver o filme atrasado).
E o futuro será melhor ainda. Ainda falta inventarem os robots mordomos (mas sem tipos a controlar à distância), a comida em comprimidos e os hoverboards (os verdadeiros, não aquelas coisa fatelas que se vendem na loja dos asiáticos).
The past was the worst!
É muito simples: o capitalismo tem os dias contados.
Tempos difíceis fazem pessoas fortes, pessoas fortes fazem tempos fáceis, tempos fáceis fazem pessoas fracas, pessoas fracas fazem tempos difíceis…
Todos sabemos que a história é feita de ciclos, ainda assim gostava de vos ver viver nesses tempos fáceis e de pessoas fortes. É tudo muito bonito…a falar de fora “e passados anos.
Não há tempos fáceis com pessoas fortes, há sim tempos fáceis contruídos por pessoas fortes. Quem desfruta depois desses tempos fáceis são as pessoas fracas….que por sua vez fazem tempos dfícies.
Nós somos os últimos dos fracos a viver em tempos fáceis. Os que vierem a seguir vão ter de se tornar fortes.
O que eu queria eram exemplos concretos…dessas gerações inteiras que perpetuam essa conversa bonita no papel 😛
Temos registos históricos mais que suficientes para destruir essa lenga lenga.
Tempos “fáceis” é como a “felicidade”. Só lhes chamas “fáceis” por coexistirem com “difíceis”.
Deves ser muito novo.
Deixa lá…..
Ora bolas, afinal não há exemplos desse grande ciclo LOOL
Conversa de velhos do Restelo. Conversa de cota rassabiado que sente que está a ser ultrapassado mas não admite. Então, “no meu tempo é que era bom”. Todas as gerações têm o seu “meu tempo bom” e o das outras não vale nada.
O mundo avança e evolui. Não é estático. Sempre houve esta conversa de “esta juventude está perdida”. Até os Beatles eram uns arruaceiros e hoje (os que restam) são uns grandes senhores. Os metálica eram banda par marginais e hoje há pais a levar filhos, avós a levar netos aos concertos.
Há sempre coisas boas e coisas más. Não, o mundo não é perfeito. longe disso. Mas depois também não é o fim do mundo. Sempre a mesma coisa… “temos mais crime”, “temos pe****los”, “temos corrupção”… Isso sempre houve. Antes se calhar era bem pior, só que ninguém sabia de nada. Não havia televisão. Depois era só o canal do estado. Depois lá começaram a aparecer alguns programas “reveladores” nos canais privados que falavam de coisas que antes era tabu. Agora vem tudo para as redes sociais ou a CMTV. É o que é. Sempre houveram gravidezes na adolescência, sempre houve malta que não queria, não podia ou não conseguia ter carta de condução. Pronto, antes não se faziam estudos. Ninguém sabia se era 10%, 20%, 500%. Nos anos 90 os jovens não valiam nada. Eram “geração rasca”. Não tinham valores, não sabiam nada… E hoje são esses os que mais reclamam dos jovens de hoje… Deixei-se disso. Os jovens são como sempre foram. Diferentes dos mais velhos. Uns são fantásticos, outros não valem nada e a maioria, são como nós ou os nossos pais éramos… têm coisas boas e más.
“Antigamente é que era bom”. E depois vem a minha cota pedir ajuda sempre que deixa cair o telemóvel (sem o qual não passa) e a bateria sai. Vem com não sei quantas faturas pedir para eu pagar com o homebanking porque ela não quer ir ao MB. São esses mesmos cotas que se admiram quando um qualquer puto de 10 anos encontra tutoriais para tudo e mais alguma coisa na net em menos de 1 minuto. Queria ver no “antes é que era bom” desenrascarem-se assim. O meu puto um dia achou que a comida não lhe cheirava e eu disse “queres outra coisa, aprende”. Passou o fim de semana a ver receitas e tutoriais de cozinha e no domingo pediu “supervisão” para fazer o jantar. E desenrasca-se.
E depois temos cotas tristes com a ideia do “antigamente é que era bom” a usar um PC, um smartphone e a internet a dizer que hoje em dia nada presta… então? Esse ábaco tem facbook e browser?
A sério, deixem-se dessas coisas… Há problemas, mas também há tanta coisa fantástica nos dias de hoje. Se o mundo não acabar, o futuro será incrível.
Concordo. A geração atual em parte é meio que imprestável em parte também por culpa dos pais. Querem é viver sem preocupações, gozar a vida e os velhos erros se virem. Deviam ter feito como o meu velho acabei a escola 2 dias depois já me tinha arranjado trabalho . Disse que debaixo do teto dele não habitavam vagabundos
Sem houve gente assim. Quem não conhece? Na minha terra haviam vários cotas que viviam de esmolas, de ajudas, dormiam na rua e passavam o dia bêbados. Havia o casal ventoso, o bairro de aldoar e tantos, mas tantas supermercados de droga a céu aberto. Estive uma vez do baixo de aldoar e não eram dezenas de pessoas, não… eram centenas a consumir droga.
Mas pronto… afinal de quem é a culpa de haver “encostas”? É dos putos ou de quem lhes dá dinheiro? Há miúdos que qualquer cêntimo que lhes cai na mão desaparece gasto em porcarias. Há miúdos que passam a vida a pedir (e a receber) dinheiro dos pais para tretas, para a playstore, para funkos, sumos, bolicaos e outras que tais. Tudo o que o “menino ou a menina” querem têm. O meu puto tem algumas notas guardadas numa lata (da prenda que vai recebendo) e guarda para comprar as prendas de natal, ajudar os pais a pagar as férias ou para pagar um almoço à família quando lhe apetece arejar.
Mas afinal de quem é a culpa? É dos “jovens” ou é de quem não lhes deu a devida educação??? Se calhar os jovens ainda valem bem mais que muitos pais.
Há países em que possuir um carro acarreta custos muito elevados, os seguros são caríssimos, os custos de manutenção também. Para quem consegue fazer a sua vida de transporte público, e usar Uber em viagens ocasionais de curta distância compensa não ter carro. E se quiser fazer uma viagem maior, aluga um. Aqui em Portugal, ainda compensa ter um automóvel, os custos não são tão elevados.
Com menos de 10 mil euros qualquer pessoa fica bem servida com um carro.
Por vezes não é ter carro que é caro, é a vaidade que é cara.
@Anung, é raro estar de acordo contigo mas respeito sempre a tua opinião mesmo que não concorde com ela, mas neste caso partilho da mesma opinião o que custa é a vaidade.
@David Guerreiro Singapura é um desses casos é extraordinariamente caro teres carro e como o país é pequeno ajuda a não necessidade de ter transporte próprio.
Pois, mas vai lá ver o custo de um seguro automóvel nos EUA ou UK. E mais revisões, avarias. É tudo caríssimo.
10000 euros, para um carro, usado. Depois 500 euros, para a gasolina, mensal, 180 a 7000 euros, anuais, para seguros, 500 a 10000 euros, para a revisão e reparação (a cada 3-5 anos). 300 a 1500 euros, mensais, para pagar, parques de estacionamento. E já contando que não exageram e não pagam multas.
Até já para ir ás compras, há 9822 lojas, em Portugal, continental, em que, o estacionamento, é pago, sem ligação a compras efectuadas. Não falta muito para serem, ao estilo francês “Se tiver app loja, assim que gastar 5000 euros, em compras, tem 50 horas de estacionamento gratuito, nos próximos 6 meses.” Sem isso, são 5 euros, por hora, com o mínimo de 5 euros iniciais.
Xiça…
Essas contas estão “ligeiramente” aldrabadas LOLOL
Puchaaaa…..se fosses meu gestor despedia-te ao fim das primeiras 8 horas!
Claro, principalmente se for um desses Peugeot ou citroen com motor “pure Ipodre” tech) com correia de distribuição prestes a rebentar.
É sempre tudo muito caso a caso. Eu dificilmente conseguiria passar se carro. (obviamente que qualquer um consegue). Mas por exemplo, para ir às compras são 3 ou 4 kms. Para ir levar os putos são outros 3. Num futuro mais alargado até me vejo passar sem carro quando despachar a miudagem. Até passo bem de bicicleta. Mas transportes públicos aqui são um deserto. E só com as voltinhas do dia a dia são 60, 70 ou mais em combustível. Por outro lado estacionar ou até circular não são problema. Não há trânsito digno desse nome nem bloqueios em caso de acidente. Mas isto é viver numa localidade pequena. Mas pequena em densidade, porque em dimensão parece que está tudo longe como tudo.
Numa cidade grande eu pessoalmente não me consigo imaginar de carro. No ano passado estive uma semana em Lisboa e fui de comboio e andei de metro e a pé e visitei uma boa parte da cidade. Fiz umas 2 viagens de bolt (mais por causa das malas de viagem que outra coisa) e outras 2 porque fomos a um lugar fora de mão e com regresso à noite. Mas está tudo ali. Supermercado mesmo pertinho, lojas de conveniência, restaurantes… De metro vai-se bem a várias zonas e ainda há os autocarros. É verdade, podiam ser bem melhores, mas eu também andei meio à nora por não conhecer o sistema. Eu pessoalmente não consigo imaginar andar à roda do trânsito todos os dias. Andar à caça de lugares de estacionamento pagos, de não ter garagem… é também uma questão de hábitos e cultural, mas numa grande cidade é terrível andar de carro.
Feitas as contas muito por alto, gasto cerca de dois salários por ano em seguro, combustíveis, impostos, IPO, pneus e manutenção simples. Se formos a faturar o custo do carro e as manutenções “caras” “no ano passado nem digo nada”, as contas ficam bem piores. Se a memória me serve bem, dei 18 mil pelo meu carro em 2013 ou 2014. Se o carro durar até 2031 (que até é o plano) são 1000 euros de amortização por ano. Mais 2 ou 3 mil de “gastos” correntes e outros 1000 (em média) de manutenções mais caras, são contas muito por alto algo como 3 a 5 mil euros por ano para ter o mesmo carro durante 15 a 20 anos. E estamos a falar de um carro que na altura custava cerca de 21/22 mil novo, nada de especial.
Experimenta gerir uma casa com 2 ou 3 filhos sem carro em Lisboa. Ou és rico e vives numa zona privilegiada em que as escolas publicas são boas e vais a pé, ou és pobre e moras no bairros social e qq coisa serve. Depois há a malta que está no meio, não tem dinheiro para comprar casas em bairros com boas escolas, então vai ter de atravessar a cidade para levar o filho ao colégio e depois seguir para o trabalho!!! Agora faz isso de bolt (custo) ou metro (tempo e n chega a todo lado) e boa sorte… Agora vires para aqui falar de Lisboa em modo turista é fácil…
Lisboa é de fugir.
Parece q há uma tentativa de acabar com os abusos dos tuktuk. Vamos ver…
Não, certamente não será fácil gerir quando se tem putos. Eu tenho carro porque tenho putos. Não moro numa grande cidade e transportes públicos aqui são miragem.
Mas é também uma questão cultural. No Japão e nas grandes cidades os putos vão para a escola a pé ou em transportes públicos (normalmente em grupos). Desde os 5/6 anos que o fazem todos os dias. E sinceramente, acho que é uma das coisas que o Japão faz bem e os países ocidentais mal. Em primeiro lugar, os miúdos moram perto das escolas. Não há o ir para o outro lado da cidade levar os putos. Em segundo, existem uma organização informal para os putos não irem sozinhos. Vão em grupo uns com os outros.
Mas quem não tem dinheiro para comprar casa em bairros com boas escolas e atravessa a cidade para levar o filho ao “colégio”… É por essas e por outros que não gosto de cidades. Para mim não faz qualquer sentido comprar uma casa só por causa das escolas. Não é por andarem em colégios “bons e caros” que são melhores alunos. Quer dizer, a não ser que a ideia seja ir para a política, aí sim faz diferença…
Os serviços públicos estão mesmo oh oh um espetáculo para usufruir deles, e os ubers com aquele cheirinho a caril também estão uma maravilha
Só a Dinamarca tem impostos de matrícula dos carros mais altos que Portugal. E os impostos sobre os combustíveis estão ao nível dos países em que se ganha mais do dobro em igualdade de trabalho e horas, Portugal é o país mais rasca da Europa ocidental em tudo.
Em Portugal ter carro é um status …nos países pobres é assim . Vivo em frente a uma instituição de saude publica , podem não acreditar mas são tantos os carros que não cabem nos parques deles , por isso têm funcionários que passam os dias a arrumar os carros dos outros …principalmente as mulheres que lá trabalham , escolhem sempre o maior carro que podem comprar , há uma que vem de furgão todos os dias para o trabalho e não é por falta de dinheiro , julgo ser médica . A lógica é : quanto maior mais importante sou. Ainda assim há um ou dois que vem de bicicleta
Sabes que nem toda a gente tem transportrs públicos á Porta.
Eu vivo a 30 km da cidade, e se quero chegar lá de autocarro, vou demorar 4h. Achas que é viavel? De carro demoro 20mn. Portanto não é status. Falar sem conhecimento de causa da nisso.
Eu estou farto de defender a ideia de quem vive em grandes centros urbanos deveria para uma taxa extra anual significativa para poder ter carro.
Eu levo os putos à escola às costas mais depressa que o autocarro os leva. Espera, não há autocarro… OK, OK, no meu tempo ía a pé para a mesma escola. Mas no inverno passava metade do tempo todo encharcado nas aulas.
É verdade que há muita gente que não precisa mesmo, mas depois é preciso haver condições também. Eu no verão (férias escolares) costumo vir trabalhar de bicicleta. Ou melhor, costumava. Porque agora não tenho onde a deixar.
Estão no caminho certo para se tornarem completamente dependentes da vontade do Estado. O Automóvel é um dos maiores símbolos de liberdade dos séc. XX. Permitiu que o comum dos mortais (nomeadamente os blue collars) tivessem a liberdade de ir aonde queriam quando queriam.
Prova disso é que na URSS quase ng tinha carro, era preciso uma autorização (que era dada a poucos ) mantendo-se assim um controlo fácil da população num vasto território dificil de controlar…
Mas estes putos é que estão certos depender de terceiros… É como a conversa do é melhor arrendar do que comprar casa… sim, sim… no fim da vida pagaste a casa dos outros… Mas dá jeito esta conversa assim ninguém herda nada e tem de se manter na escravatura…
Prisão é ter um carro nos dias de hoje. Pagar impostos, combustíveis, manutenção, lugares de garagem ou estacionamento. Não ter carro é cada vez mais uma liberdade. Já não estamos nos anos 80.
Por isso, o número de mortos, nas estradas nacionais, continuam a subir, mesmo com 8000 milhões de euros, em campanhas, principalmente, nas redes sociais.
Curiosamente, durante aqueles controlos, da Covid-19, 18229 portugueses foram apanhados sem carta de condução, maioria jovens, com menos de 25 anos. O que passou, por baixo, das notícias. Como é que, em meros controlos, quase 20000 portugueses, andavam a conduzir, sem habilitação legal mas, possuíam automóvel, próprio? É que, os media e redes sociais, apontaram aos “idosos”, por causa da regra de revalidar carta, a cada 5 anos, só que 74% tinham, menos de, 25 anos, de idade.
Até podiam ter carta de ligeiros mas estavam era a conduzir um elektro daqueles q precisam carta de pesados e tiveram azar.
Estão é a convencer o pessoal que é o novo normal, o de não ter propriedade e assim, mais convencidos disso, facilitam aos estados para conseguirem mandar em tudo e aqueles ficarem cada vez mais dependentes destes!
Esta geração de bananas, incluindo os seus papás (salvo honrosas exceções), estão a permitir hipotecar a liberdade a troco de migalhas oferecidas numa bandeja cheia de mentiras!
Grande parte de quem vem para aqui comentar comprou casa há 30 anos atrás a troco de uma 5 cabras, 3 ovelhas e um garrafão de vinho.
Quando nos dias de hoje o preço de um estúdio é mais alto que o ordenado mínimo, a questão não deveria ser “quem não quer ter carro” mas sim “quem quer, mas não pode”
Se há cada vez mais pessoas e as casas são as mesmas querem o quê?
É o contrário: os portugueses são cada vez menos, o que há é cada vez mais airbnb e casas de férias para gringos. No dia em que eles derem todos o frosques daqui vão sobrar. Vai haver casas em barda.
É… “vai haver casas em barda” e ninguém tem dinheiro nem para um par de meia porque não empregos. É preciso haver um equilibrio.
Eu estudei no Porto há muitos anos. E bolas. Apesar de me fazer confusão a quantidade de gente que se vê por todo o lado. a cidade está muito mais bonita. Mais arranjada. Não se vê tanta casa abandonada como se via antes. Nem “becos” manhosos. A turismo trouxe coisas menos boas sim, mas o saldo é muito positivo. Houve alguma má gestão (de uma forma muito geral) mas continuo convicto que estamos bem melhor.
Havia há muitos anos uma rábula na TV sobre “O novo carro velho do meu pai”.
Que eu me lembre, os meus pais quase sempre compraram carros usados. Eu também só tive 1 carro novo na minha vida e nunca mais devo ir por aí (nunca se sabe o futuro). Certa vez em que os meus pais trocaram de carro e eu tinha um smart, fiquei com o carro “velho” para ter mais lugares. Ainda há carros bem aceitáveis a 2 ou 3 mil euros. Se pedires crédito são 60 euros por mês. Não é o melhor carro, mas leva-te de A até B.
Curioso é que tanto antes como agora haviam dificuldades. Os meus pais compraram casa com muita dificuldade. Durante vários anos não haviam férias, não haviam coisas boas. O preço das casas era mais baixo, mas também os salários o eram. E os juros bem mais altos. Obviamente que neste momento está muito complicado, mas a solução existe se realmente a quiserem (ou quisermos). É preciso construir. É preciso por um lado desburocratizar, cortar alguns procedimentos, agilizar processos, baixar taxas de construção e conexas e facilitar a conversão de solos em urbanos. Acima de tudo é preciso velocidade. Tudo demora uma eternidade. Tenho processos na câmara municipal com anos e anos e tudo emperra. Tenho em mãos um processo de conversão de um armazém em prédio com 6 apartamentos e 1 loja. A autarquia quer 140 mil euros em taxas de “não existência de lugares de estacionamento”, a somar às outras taxas todas. São 20 mil euros que cada fração fica mais cara no final de contas. E quem é que vai pagar isto?
Também é preciso agilizar o mercado de arrendamento. Ter despejos muito mais rápidos e acabar com a ideia dos arrendamentos eternos. Já tive um caso de um apartamento onde deixaram de pagar a renda. O processo esteve em tribunal 9 anos até devolverem o apartamento ao dono. 9 anos em que não entrou um cêntimo. E ainda destruíram o apartamento todo antes de sair. E o tribunal nada! Há muitas casas que podiam ser arrendadas se os despejos (ou as rescisões de contrato) funcionassem, mas os donos têm medo que algo corra mal e não o fazem. Conheço um tipo que faz vida disto. Arrenda, deixa o calote e faz os possíveis para arrastar os processos o mais possível. Quando é obrigado a sair, vai para outro. Como não tem intenções de pagar e não, acaba sempre por arranjar algum, mesmo com o preço alto. E como não tem nada e (oficialmente) só receber o salário mínimo, não há penhora que valha nem juiz que o meta na cadeia. Há quem compre um apartamento ou uma casa “extra” que não usa para eventualmente os filhos lá morarem. E casa essas que ficam fechadas anos a fim. Podiam bem ser arrendadas se, quando precisassem, conseguissem terminar o contrato (com 3 ou 6 meses de antecedência), sem qualquer problema. Existem situações em que podem, mas na prática se os inquilinos se recusarem a sair, só o tribunal os pode obrigar… e demora………
Não querem ter um carro porque são todos um bando de tesos e de tesas.
Eu tenho carro porque tenho putos. Quando os despachar, se calhar deixo de ter e faço a vidinha de bicicleta, como aliás já faço boa parte quando não há idas e vindas da escola.
Exactamente. E como os gajos da ACAP estão a perder clientes esfolam a dobrar os que sobram. É dos livros: perdes metade dos clientes, esfolas a dobrar a metade que sobra e mantens os mesmos proveitos. Eu já os conheço e vou esmifrar até onde puder o meu. Até ele cair para o lado. Viva a cubanização do parque automóvel.
Esta ideia de que os jovens são desprendidos e preocupados com o ambiente é completamente falso.
Há de tudo, os superconsumistas e os superfrugais. Menos o meio termo.
Anos 90, andava eu na universidade: 50% dizia não querer ter carro próprio ou comprar casa, na cidade.
Depois, olhar para os 8 parques de estacionamento (5200 lugares), estavam apinhados e as ruelas, estavam cheias, de carros estacionados, dos estudantes. Quase 85% possuía carro próprio, entre os 18 e 23 anos, de idade.
Os poucos, que usavam transportes públicos, eram olhados, com desdém… os pobretanas.
Voltei à mesma universidade, agora já do outro lado, os parques continuam lotados, agora são pagos a 8 euros, por dia ou 220 euros mensais. As ruas, em volta, continuam cheias de carros, mal estacionados. Mas, há esperança: Desde 2023, que muitos estudantes, principalmente os não residentes, na AML, passaram a usar transportes públicos. Muitos até tem carro próprio. Só que pagar 900 euros, por renda mensal, mais as despesas de estacionar, combustível, seguros (subiram 80%, em 2 anos!!!) e manutenção, vale mais perderem 60 minutos a 120 minutos, em autocarros, comboios, metro ou barco, que compensa. Ainda para mais, agora com o passe grátis. 96% reclamam é que, na altura das festas académicas, precisam usar tvde, pois não há transportes, entre a 1 e 6 da manhã.
“…os parques continuam lotados, agora são pagos a 8 euros, por dia …”
Va lá, nos hospitais públicos chega a mais de 20€.
Conclusão, mais vale estudar do q ficar doente.
Estudo facilmente enviesado. Tudo depende da area em que as pessoas se encontram.
Se falarmos numa cidade da europa central por exemplo, é normal ninguém querer carro proprio. Os transportes públicos + Uber, facilmente colmatam 95% das viagens do ano.
Se falarmos numa cidade Portuguesa qualquer (menos Porto/Lisboa (e tenho duvidas)), transporte publico/uber torna-se completamente insustentável a nível de custos e tempo.
Onde estão esses dados expostos? Não vale empirismo 😉 falemos de dados concretos e factuais.
Sou da geração millennials. Tenho casa própria, tenho carro e moto próprio, etc… No entanto percebo o porquê de os jovens não quererem ter carro próprio… Se há coisa de 10 anos atrás queria ter um carro XPTO, com isto e com aquilo, cada vez mais estou-me a marimbar para isso… Os carros aumentaram ridiculamente de preço nestes últimos 10 anos e não é só a sua compra, é também as manutenções e peças de desgaste. Seguros subiram de preço, portagens subiram de preço, combustível subiu de preço, paga bem em todo o lado para estacionar, etc… Isto para não falar que estamos a falar de um bem com forte depreciação. Se gosto de carros? Claro que gosto, especialmente automóveis com “alma”… e não tenho nada contra os elétricos, cada um compra o que quer. Para esta nova geração, principalmente os que vivem em grandes cidades, ter um carro só por ter é um disparate, e pode ser essa uma das razões, ou tal como referi em cima, os preços cada vez mais ridículos dos carros… Não é por acaso que por ex. nos EUA há stands com carros por vender há 2 anos!
Passámos do marco geracional e de género que foi as mulheres conduzirem (o que praticamente duplicou o número de carros nas estradas) ao marco social de as pessoas não quererem carro. É caro. Quem vive e trabalha numa cidade de dimensão relevante além de pouco ou nada precisar de carro, ainda tem encargos enormes. Desde não haver estacionamento ou serem pagos, não terem garagem e ter o carro à mercê de vandalismo (ou pagar uma avença numa qualquer garagem coletiva)… um passe do metro ou dos autocarros e estão tranquilos. Tanta gente que já nem carta tem agora. Nós é que estamos (ainda) mal habituados no nosso país. Aqui na empresa trabalham várias pessoas do Brasil. Das que vieram de grandes cidades, diria que mais de metade não tem carta. Nunca precisaram. Alguns estão agora a tratar disso cá. Como não é uma cidade grande, os transportes são fraquinhos.
Não querem, ou é caro de manter…
É como tudo na vida. Se for de borla, toda a gente quer.
Eu se pudesse livrava-me do carro. Estou á espera de despachar os putos e se calhar vai mesmo de vez.
Bem pensado. Aliás tudo empregado devia exigir 1 carro ao patrão. Se os patrões não puderem dar fica se em casa a receber rendimento mínimo
Esta juventude está tramada.
Não sabem nem têm interesse em nada.
Sondagem com resultados encomendados com o objetivo de manipular as pessoas a “preferir” pagar uma renda que ter carro próprio.
Há muito que as marcas planeiam esta ideia porque os carros elétricos reduzem substancialmente a principal receita das marcas, as oficinas, as manutenções.