WhatsApp venceu o spyware Pegasus! NSO obrigada a pagar 147 milhões de euros
A empresa associada ao spyware Pegasus foi finalmente condenada. O castigo decidido é o pagamento ao WhatsApp de 147 milhões de euros por ter pirateado 1.400 pessoas em 2019. O Pegasus é um software malicioso que pode ser instalado remotamente nos telemóveis para aceder, entre outras coisas, aos microfones e câmaras.
O NSO Group, que vende este software, foi acusado de permitir que regimes autoritários monitorizassem jornalistas, activistas e até figuras políticas. A Meta, proprietária do WhatsApp, disse que esta decisão histórica marcou a “primeira vitória contra o desenvolvimento e uso de spyware ilegal”.
A NSO disse que “examinaria cuidadosamente os detalhes do veredicto e procuraria as soluções legais apropriadas, incluindo novos procedimentos e um recurso”. É a primeira vez que um programador de spyware é responsabilizado por explorar as fraquezas das plataformas de smartphones.
O NSO Group refere que a tecnologia só deve ser utilizada contra criminosos graves e terroristas. Mas há acusações de que a tecnologia tem sido utilizada por alguns países para atingir qualquer pessoa que considerem uma ameaça à segurança nacional.
O Pegasus esteve em foco em 2021 quando uma lista de 50 mil números de telefone de alegadas vítimas foi divulgada a meios de comunicação.
A partir desta lista, os meios de comunicação social globais identificaram os números de telefone de políticos e chefes de Estado, executivos empresariais, activistas e vários membros da família real árabe, bem como de mais de 180 jornalistas.
Suspeita-se que o spyware Pegasus tenha infetado dispositivos pertencentes a funcionários governamentais, segundo o grupo de investigação canadiano The Citizen Lab.
Outras figuras importantes que se acredita terem sido pirateadas incluem o presidente francês Emmanuel Macron e familiares de Jamal Khashoggi, um crítico do governo da Arábia Saudita assassinado no consulado saudita em Istambul, em outubro de 2018.
O Grupo NSO foi também condenado a pagar à Meta 319 mil euros em indemnizações. As multas surgem após uma batalha de seis anos entre a gigante das redes sociais dos EUA e a empresa de vigilância israelita.
A Meta/WhatsApp processou o NSO Group, sem identificar os países que usaram o software.
Além do Pegasus do NSO Group, há outro software israelita de espionagem idêntico: o Graphite da Paragon Solutions.
“O NSO Group, que vende este software, foi acusado de permitir que regimes autoritários monitorizassem jornalistas, activistas e até figuras políticas”.
Incluindo os dois softwares, nos regimes autoritários as investigações jornalísticas identificaram a Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos, Marrocos, México, Hungria, Índia, Ruanda, Azerbeijão, e Djibuti, entre outros.
Nos não autoritários incluem-se: EUA, França, Espanha, Itália, entre outros. Nestes países foram apresentadas razões de segurança pelos governos e outros. No caso de Espanha, de espionagem a políticos catalães, foi demitida a chefe dos serviços secretos que terá agido por sua conta. Em Itália, o governo reconheceu ter espiado uma ONG, mas não jornalistas.
Há dias houve um post em que referia que, nessa semana, a Apple tinha enviado avisos a utilizadores em 100 países (no total, desde 2021, em 150 países) de que tinham sido alvo do Pegasus ou semelhante. Também a Meta tem enviado esse tipo de avisos.