Adolescence: como uma série está a motivar a proibição de smartphones a menores?
O escritor da série Adolescence, da Netflix, Jack Thorne, apela a restrições no acesso dos jovens às redes sociais. Segundo ele, os dispositivos deviam ser tratados como cigarros e proibidos até aos 16 anos, no Reino Unido.
Lançada no dia 13 de março, a minissérie britânica Adolescence é considerada o conteúdo do momento, e os quatro episódios que a compõem foram suficientes para conquistar boas críticas, com avaliações de 4.3/5 na plataforma Letterboxde 8.4/10 no IMDb (à data da escrita deste artigo).
O drama, dirigido por Philip Barantini e escrito por Stephen Graham e Jack Thorne, mergulha na história de Jamie Miller (interpretado por Owen Cooper), um adolescente de 13 anos, acusado de assassinar uma colega de escola com uma faca de cozinha.
Entretanto, no Reino Unido, principalmente, a série encetou um debate mais profundo. O argumentista Jack Thorne apelou ao Governo britânico para que tomasse medidas "radicais" contra as empresas de tecnologia e seguisse o exemplo de França, Noruega e Austrália na restrição do acesso dos adolescentes às redes sociais.
Se fosse eu a decidir, estaria a falar de smartphones como de cigarros e a proibir totalmente a sua utilização por menores de 16 anos, mas se isso não for possível, a idade digital de consentimento é uma boa alternativa.
Disse Thorne, argumentando que os algoritmos utilizados nas plataformas das redes sociais podem conduzir rapidamente a "zonas escuras".
De facto, segundo o The Guardian, académicos e ativistas elogiaram a série por dar a conhecer a manosphere, um rótulo atribuído a um mundo online diferente, que denigre o feminismo e promove a misoginia.
Utilização de smartphones por menores é parcamente regulamentada
Sem spoilers, Adolescence explora a influência da chamada "cultura incel", que descreve uma comunidade online de homens sexualmente frustrados.
Usado geralmente de forma pejorativa, o termo incel refere-se a celibatários involuntários, que culpam as mulheres e a sociedade pela sua falta de sucesso romântico.
Na perspetiva de Daisy Greenwell, cofundadora da comunidade Smartphone Free Childhood, o debate público suscitado pela série da Netflix deveria levar o Governo britânico a tomar medidas diretas para proibir os algoritmos viciantes dos smartphones destinados a jovens adolescentes.
No início deste mês, o projeto de lei britânico sobre smartphones mais seguros, um projeto privado do deputado trabalhista Josh MacAlister, que tem o apoio da comunidade, foi atenuado, após a oposição a medidas mais rigorosas.
Adolescence exprime o medo profundo que todos nós, pais, temos de perder o controlo assim que damos um smartphone ao nosso filho.
Não é justo sugerir que isto é algo que os pais podem resolver. Precisamos de melhor legislação para que todas as crianças estejam seguras, e não apenas aquelas cujos pais têm tempo para se certificarem de que não estão a ver conteúdos incel.
Em setembro do ano passado, a campanha Smartphone Free Childhood lançou um Pacto de Pais, no qual os signatários se comprometem a não dar telemóveis aos seus filhos até, pelo menos, ao final do 9.º ano e a mantê-los afastados das redes sociais até aos 16 anos.
Segundo a cofundadora da comunidade, este pacto, que já foi assinado por mais de 100.000 pessoas, é importante, porque os pais foram colocados numa "posição impossível".
Na sua perspetiva, a fraca regulamentação das grandes empresas de tecnologia obriga os encarregados de educação a decidir entre dar aos seus educandos um smartphone "que sabem ser prejudicial" ou deixá-los isolados entre os seus pares.
Série Adolescence está a motivar mudanças no Reino Unido
Conforme a imprensa britânica, o Partido Trabalhista vai analisar a proibição de smartphones nas escolas, após a série da Netflix ter encetado um debate público relativamente à utilização deste tipo de dispositivos pelos jovens.
A secretária da Educação, Bridget Phillipson, deverá iniciar uma análise aprofundada das proibições de utilização de smartphones nas escolas, em Inglaterra, bem como monitorizar um grupo de escolas, com o objetivo de compreender a potencial eficácia das orientações.
Estas orientações indicam que "todas as escolas devem proibir a utilização de telemóveis durante todo o dia escolar - não só durante as aulas, mas, também, nos intervalos e na hora do almoço". Contudo, não dizem como as escolas devem fazer cumprir as proibições.
Pela primeira vez, o Ministério da Educação deverá ainda conduzir uma análise aprofundada do inquérito nacional sobre o comportamento nas escolas, de modo a encontrar as melhores formas de controlar as proibições e os desafios que as escolas enfrentam.
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“proibir totalmente a sua utilização por menores de 16 anos”, seria excelente que isto viesse a acontecer e o mais rápido possível referindo-se a smartphones e redes sociais.
se há pais sem consciência dos problemas a sociedade tem que tomar medidas para proteger quem não consegue proteger-se a si mesmo, os mais jovens
Proibição não vai a lado nenhum… Se fosse adolescente arranjava outro smartphone à socapa sem ninguém saber…
Todas as gerações querem proibir algo à geração mais nova, dançar, sair à noite, fumar, drogas, jogos álcool… Estejam mas é atentos aos filhos e interessam-se pelo o que eles fazem e sobretudo aconselha-los.
Por muito que proibir algo seja o primeiro passo parapribir tudo e mais alguma coisa, acho que devia fazerparte do senso comum de todos os papazinhos deste mundo que nenhuma criança até va lá 13/14 anos devia usar smartphones. Existem telemóveis para telefonar e mandar sms, os que não são smarts que jhustificam a teoria usada para darem smartphones às crianças que é a de manterem contacto. Logo, os telemóveis non-smart servem perfeitamente. Mas se querem dar smartphones aos vossos putos e tal então tentem perceber da “coisa” porque a maior parte dos papás são muito burrinhos que nem sabem nem metade do que se pode fazes com um smartphone android. Evoluam em vez de andarem com manias do antigamente e depois querem privar a sociedade das novas tecnologias enquanto outros países abraçam-nas logo desde pequeninos e depois ficam obviamente com ideias de invadir povos pre-históricos e dinossauros como é o caso dos Europeus LOL
Não passou despercebido, algum ressabiamento da tua parte, com quem é pai ou mãe.
Muita atenção, pois pode ser algo do foro mental. Algo que não ficou resolvido lá atrás.
Bom fim de semana.
Se achas que alguém filho de malta com mais de 65 anos não tem problemas mentais nos dias de hoje deves viver no país das maravilhas minha cara Alice.
Acho apenas que escreves coisas ridículas, sem sentido. Só isso.
Tens de superar o trauma.
copia de defending jacob.. já não há ideias originais
+1
Tem é melhores atores 😉
Uma proibição total radical tbm não é solução, se bem que até aos 12 sim devia ser proibido sim….ou até mesmo até aos 14. A partir daí acho que não vale a pena, é preferível terem as devidas configurações como controle parental activo entre outras regras elementares. A partir dos 14 anos proibir totalmente não resolve nada…..isso é como não autorizar que os rapazes ou raparigas saiam da escola nos intervalos…eu e muitos amigos meus só tivemos essa permissão no secundário….acham que a gente não saía na mesma? A partir dos 14 ou 15 tínhamos que fazer bem as coisas para não sermos apanhados….nem a saltar o muro para sair e depois a saltar para entrar….proibir nessas até aos 14 ou 15 no máximo….a partir daí acho que mais vale fazer as coisas com conhecimento e responsabilidade….
Proibir sim mas para quem depois não tem responsabilidade, agora uma proibição geral é tratar todos os cidadãos como burros e ovelhas….e se calhar é mesmo essa a ideia, manter o povo burro e entretido
Não vês que não interessa porque as multinacionais iriam perder muito dinheiro não achas? Logo que se lixem os putos.
E depois temos um belo exemplo do que essas proibiçõe podiam fazer, que era aumentar o desemprego quando as xiaomis e apples e outras marcas tivessem prejuízo porque a maioria dos países fizeram leis que proibem smartphones até aos 14 anos. Lá iam milhares de papás para o desemprego e depois os putos não morrem de bullying e demência, mas morrem á fome.
Escolhe!! 😐
A questão de fundo é, como é que irá ser feita a verificação da idade do utilizador? É aqui que vai entrar o aproveitamento da situação para que o big brother dê mais uns passos em frente. O que esta gente mais quer saber é do bem-estar mental da sociedade. Oh ho. Pois sim.
Tens a IA, falam tanto da IA então uma IA que fizesse umas perguntas daquelas que via logo qual seria a tua idade e não me perguntes que tipo de perguntas seriam porque eu não faço ideia. Mas seria algo interessante para se usar uma IA não acham? Afinal não é assim tão má a ideia de uma IA quando nos dá jeito.
Embora se fizessem certas perguntas no nosso país até um adulto era vedado de entrar num site de adultos HAHAHAHA
🙂
“Adolescence exprime o medo profundo que todos nós, pais, temos de perder o controlo assim que damos um smartphone ao nosso filho.
Não é justo sugerir que isto é algo que os pais podem resolver. Precisamos de melhor legislação para que todas as crianças estejam seguras, e não apenas aquelas cujos pais têm tempo para se certificarem de que não estão a ver conteúdos incel.”
Isto revela fraqueza, cobardia e falta de capacidade para educar os próprios filhos. Mas que sociedade esta em que a esmagadora maioria não quer assumir as suas próprias responsabilidades!
Vejam o filme The Bad Seed (1956), aprendam a lidar com os casos mais extremos!
Séries e jogos não causam violência. Os pais é que não sabem educar e entregam os filhos às redes sociais. Depois os miúdos, ficam com o cérebro roto e tornam se violentos. Uma criança precisa de afeto e limites, não é de um ecrã. As redes sociais são a partir dos 13 anos, será que não leram as letrinhas? O pior estilo parental é o negligente, sem afeto nem limites, e o melhor é o estilo autoritativo (participativo), com afeto e limites. O estilo autoritário, é limites, e pouco afeto. E o estilo permissivo é muito afeto e poucas regras. Pergunto, uma criança deve ter pais que não impoem regras nem dão afeto?, que só dão regras e não dão afeto nenhum?, que dão afeto e deixam fazer tudo o que quiserem sem regras?, OU ter pais que dão afeto, se importam com a criança e não têm medo de dizer não, e impor regras? (resposta certa). O papel dos pais é dar afeto (reforço) e impor regras (punição), leiam os estilos parentais, leiam Gabor Maté (O seu filho precisa de si), aprendam e sejam pais.
Estilo participativo – mãe + pai
Estilo autoritário – pai
Estilo permissivo – mãe
Estilo negligente – nenhum
A criança precisa de afeto e limites. São dois papéis. O papel de mamã, dar afeto. E o de papá, impor regras. Um pai ou mãe, também pode educar a criança sozinha. Educar bem, é cumprir os dois papéis. E a chave, para obter o melhor comportamento.
Não há tempo, dirão alguns. Mas para passarem horas diárias nas redes sociais já há tempo.
Quando vejo nas reuniões da escola, o professor a falar com os pais e alguns agarrados ao telemóvel, para esses não há solução possível.
Antigamente havia menos educação académica, mas havia mais respeito entre os pares.