IBM substituiu 8000 empregados por IA. Curiosamente, isto foi uma boa notícia
A IBM protagonizou uma das mais notórias vagas de despedimentos no setor tecnológico, impulsionada pela inteligência artificial (IA). Contudo, a narrativa tomou um rumo inesperado, com o desenvolvimento de software a ditar a necessidade de novas contratações.
O anúncio dos despedimentos
Recordemos que, em janeiro de 2023, a IBM juntou-se a um período conturbado para o setor tecnológico. Enquanto gigantes como a Google anunciavam a saída de 12.000 colaboradores e o Spotify se despedia de 600 trabalhadores, a IBM anunciava a paralisação das contratações e o despedimento de 7800 funcionários.
A justificação assentava na IA: a liderança da IBM indicou que a empresa planeava substituir certas funções por IA, estimando que cerca de 30% do seu quadro de pessoal poderia ser automatizado.
A IBM detalhou como a IA poderia substituir trabalhadores, mas não abordou inicialmente a necessidade de especialistas para desenvolver, implementar e gerir essas mesmas tecnologias. Arvind Krishna, Diretor Executivo da IBM, revelou ao The Wall Street Journal que, paradoxalmente, o número total de colaboradores aumentou após a vaga de despedimentos.
Apesar de termos realizado um trabalho imenso na IBM para alavancar a IA e a automatização em determinados fluxos de trabalho empresariais, o nosso emprego total, na verdade, aumentou.
Explicou Krishna. A empresa, que dispensou trabalhadores com a promessa de os substituir por IA, viu-se na necessidade de reforçar as suas equipas, nomeadamente com programadores e pessoal de vendas.
AskHR: a IA ao comando da gestão de RH da IBM
Há mais de três anos que a IBM deposita confiança no AskHR, uma solução de IA cujo desenvolvimento se iniciou em 2021. Esta ferramenta é atualmente utilizada para uma panóplia de processos ligados à gestão de Recursos Humanos, como o processamento salarial, a gestão de documentação dos colaboradores e a marcação de férias.
A tecnológica afirma ter automatizado 94% das tarefas de RH, o que resultou em ganhos de produtividade estimados em 3,5 mil milhões de dólares nos últimos anos, abrangendo mais de 70 áreas de negócio. Esta poupança substancial em RH, de acordo com a IBM, está a permitir o redirecionamento de investimentos para outros setores estratégicos.
A postura oficial da IBM relativamente à IA, detalhada no seu website, reflete uma estratégia "AI-First" que parece saída de um episódio de ficção científica, mas que espelha a realidade atual da IA no mercado de trabalho. A empresa descreve a evolução do AskHR:
À medida que o chatbot aprendia e se tornava mais inteligente, o nosso Net Promoter Score (NPS) começou a aumentar. Adicionámos mais funcionalidades, juntamente com a capacidade de realizar transações.
O AskHR evoluiu para um assistente digital que permitia aos gestores transferir colaboradores para outro gestor ou iniciar o processo trimestral de promoções. Tudo era feito diretamente no AskHR com apenas alguns cliques.
Segundo a IBM, a automatização através da IA tornou os processos mais rápidos e eficazes, minimizando a necessidade de intervenção humana em tarefas de RH. A chave reside na evolução contínua do assistente, em testes desde 2017 e que, segundo a empresa, já está a substituir funções humanas.
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“Boa notícia” ?? Eu li o artigo e percebi o porquê. Mas também não entendo o outro lado quando se despedem milhares de pessoas pela tão propalada Inteligência Artificial. Ele daqui a uns tempos só se vai ver disto, pelo andar da carruagem.
Também na revolução industrial e depois gerou mais emprego, progresso é isso mesmo
É, até ao momento em que nos toque diretamente e deixe de ser lá ao longe. As pessoas não são números.
Se nos tocar somos iguais aos outros, reconversão de competências, qual o drama? As pessoas são números, se não têm rendimento ou se a evolução assim o dita as empresas têm de se manter competitivas e ainda bem que assim é, senão em vez de 8000 hoje seria a empresa toda dentro de 5 a 10 anos. Reestruturações são bem vindas e são saudáveis, não existem empregos para a vida e ainda bem, se fosse mais fácil despedir haveria ainda mais empresas a contratar e o mercado seria muito mais dinâmico e saudável
Sempre a mesma coisa. A revoluçao industrial trouxe máquinas que ajudaram a produçao. A IA pode substituir completamente os humanos em todos os trabalhos.
A IA é melhor que os needs dos programadores , essa malta do linux que nem sabem falar e assim fica mais barato
Não é diretamente o caso desta noticia mas se os sindicatos (principalmente em portugal) continuarem com a atitude corrente a AI terá cada vez mais implementação… no caso da CP repensem bem as greves pois substituir um maquinista por AI nao é assim tão difícil. Basta ver o que aconteceu nos trabalhadores das portagens… sempre em greve… agora as portgens automáticas não reclamam. A questão é negociar com coerência não com radicalismo.
Quando se colocar uma franja considerável da sociedade no gume dessa faca e não se permitir que as pessoas lutem por melhores condições de vida, o cenário não vai ser bonito para ninguém. Será que há assim tanta polícia para manter a ordem? Gente desempregada e com fome não vai olhar a normas. Vai fazer o que tem de fazer.
Esse tipo de ameaças vai dar mau resultado. Cá estaremos para ver.
O problema é que na sua grande maioria os sindicatos não passam apêndices partidários de esquerdas mortas e perdidas num Portugal que não existe.
Sindicatos externos deviam ser proibidos.
Também não sei que ideia é essa que um trabalhador tenha de ficar no seu trabalho para a vida, melhores condições é só trocar de emprego
Portugal é um país de amadores. Só presta para viver. Quem quer ganhar dinheiro a sério e não tem padrinhos, não é por aqui que se safa. Isso só na Suíça ou de França para cima.
Nota: os sindicatos fazem parte do problema. Precisam deste modelo para terem razão de ser. Por isso, sou totalmente contra a sua existência.
Eu sou a favor de sindicatos em teoria.
Na prática, a grande maioria deles são uma vergonha. O seu único objetivo é manter o sindicato e servirem os seus dirigentes e partidos políticos. Tenho dúvidas se algum sindicato em Portugal tem o verdadeiro interesse dos trabalhadores em mente.
Mas acrescento aqui outra “pedra”… as ordens profissionais. Que em Portugal são piores que os sindicatos. Só servem para limitar a concorrência entre profissionais, seja com concertação de preços (que é ilegal e já houveram processos nesse sentido mas que se esfumam) seja com a limitação no acesso à profissão (que na minha opinião é também ilegal, mas a lei cobre). É absolutamente imoral um licenciado não poder trabalhar sem estar inscrito numa ordem profissional, que não é mais que um sindicato, mas no sentido americano da coisa, e não no sentido europeu. Aliás, a própria convenção dos direitos humanos refere que ninguém pode ser obrigado a inscrever-se num sindicato ou associação para exercer a sua atividade profissional. Mas Portugal é muito à frente.
A caminho do Rendimento Universal.
E da submissão total. O sonho dos aventais.
Eu quero IA, robôs e maquinas automáticas nos espaços comerciais já: hipermercados, lojas, bombas de gasolina, etc. Não tenho pachorra para esperar em caixas e esperar para pagar.
O Pingo Doce da minha zona remodelou agora uma loja que passou a ter apenas 2 cx.com funcionário e o resto são maquinas automáticas (cerca de 15), comida pronta, bolos, frutas tudo tem código de barras. E’ um paraíso
Se fores a Leiria, Portugal vais encontrar a maior loja de IA da Europa do Continente.
Deus queira que algum robot te roube o teu trabalho, por essas ideias que tens, pode ser que sintas na pele o resultado da tua brilhante ideia.
Trabalho em IA e o meu trabalho é otimizar projetos para reduzir custos em pessoal. Em breve a minha atual empresa também vai despedir muita gente. Espero ver a minha empresa também num destes posts!