Qual a dimensão do bullying e do cyberbullying nas escolas portuguesas?
O bullying e o cyberbullying são fenómenos estruturais com impactos severos no desenvolvimento, na saúde mental e na trajetória educativa dos alunos. Recentemente foi apresentado um relatório que analisou estes fenómenos nas escolas. Conheça os principais resultados e ações.
Mais de 1800 jovens dizem ter sofrido bullying
O bullying e o cyberbullying não só afetam diretamente as vítimas, como comprometem o ambiente escolar, contribuindo para o aumento dos índices de absentismo, de insucesso escolar e de sofrimento psicológico. A digitalização das interações sociais veio agravar esta problemática, tornando o cyberbullying uma ameaça persistente, sem limitações temporais ou geográficas, e exigindo respostas diferenciadas e eficazes.
O inquérito nacional realizado no âmbito dos trabalhos do Grupo de Trabalho permitiu aferir a dimensão e o impacto do bullying e do cyberbullying nas escolas portuguesas, bem como identificar os principais fatores que podem influenciar a sua ocorrência.
Segundo o relatório:
- O bullying e o cyberbullying são fenómenos coletivos, onde os jovens assumem múltiplos papéis – o de vítima, o de agressor e o de testemunha;
- O cyberbullying aumenta com a idade, refletindo a maior exposição e envolvimento dos jovens nas plataformas digitais;
- Os dados do relatório confirmam a tendência documentada em estudos internacionais, onde as raparigas assumem predominantemente o papel de vítimas e os rapazes o de agressores;
- As abordagens tradicionais de prevenção e combate ao bullying devem ser reformuladas, passando de um modelo punitivo para um modelo preventivo, educativo e restaurativo, que envolva toda a comunidade educativa e promova um ambiente escolar seguro e inclusivo.
O forte crescimento do cyberbullying, impulsionado pelo anonimato digital, a rápida viralização de conteúdos e a ausência de mecanismos céleres de remoção, expõe as vítimas a um ciclo de violência prolongado e de difícil controlo.
O elevado número de casos não denunciados, motivado pelo medo de represálias, pela desconfiança na eficácia das respostas institucionais e pelo desconhecimento dos canais de apoio existentes, evidencia a necessidade de ampliar as estratégias de sensibilização, proteção e denúncia.
A baixa taxa de intervenção por parte das testemunhas reforça a necessidade de envolver toda a comunidade educativa na promoção de uma cultura de denúncia e de responsabilidade coletiva, através de formação especializada, de apoio psicológico e da criação de uma linha nacional de apoio às vítimas.
No âmbito do relatório, o Governo anunciou a criação de uma linha de apoio para alunos vítimas de bullying. Segundo o estudo, 6% da comunidade escolar já se sentiu vítima, ou seja, um em cada 17 alunos considera já ter sofrido de 'bullying'. No inquérito realizado, onde participaram 31 mil alunos com idades entre os 11 e os 18 anos, 5,9% reconheceram-se como vítimas e 1,2% consideram ter tido um papel em situações de 'bullying' enquanto agressor. Por outro lado, 12,4% testemunharam casos de violência.
Além da linha de apoio, o grupo de trabalho recomendou também a adoção de um programa nacional de prevenção do combate ao 'bullying' e ao 'ciberbullying', a criação de equipas multidisciplinares especializadas nas escolas, o reforço da formação de docentes, psicólogos e assistentes operacionais ou o desenvolvimento de programas de aquisição de competências sócio emocionais.
O Bullying sempre existiu e quem nasceu antes do ano 2000, viveu e sabe como funciona o Bullying, não existia câmaras, sempre existiu Bullying e dependendo da zona.
A diferença é que hoje há smartphones que podem gravar e captar todos os momentos e redes sociais que por si só aumentam a violência ainda mais, devido as influências, seguidores, fama. E o Auge de parecer “Premium” em tudo seja em Vestuário, Fotos e Selfies.
O Bullying ao contrário do que se diz, não se resolve com conversas. Resolve-se com defesa! Exatamente. Se alguém der um soco noutra pessoa, essa pessoa deve se proteger e defender também. Ao fugir, ao demonstrar medo, ansiedade e pânico só estão alimentar ainda mais os “bad boys”. Quando apanham no pêlo, já mudam de figura e bem dado…
Por tanto, esse paradigma “Ahh e tal, o Bullying resolve-se a conversa, numa conversa, não é preciso violência nem bater” mentira! Mentira, mentira! Existe casos que pode resolver em casos simples, outros casos mais complexos nem sempre é possível.
Ninguem esta a apelar a violência, mas a defesa pessoal é importante. Não podemos instigar a uma pessoa a se rebaixar e permitir que lhe batam, espanquem e depois conversem normalmente! Como se a vitima tivesse a obrigação de ter uma conversa com alguém que lhe bateu consequentemente… É para rir?
Nem sempre é possível, visto que existe bullying em grupo. Um jovem pode saber defender, mas se for um grupo de 4 ou 5 está tramado. E sim, concordo, o bullying sempre existiu desde sempre. Recordo-me perfeitamente dos meus tempos de escola, e existia bastante bullying. Um dos grandes problemas sempre foi e continua a ser, as escolas encobrem tudo. Muitas das vezes há conhecimento, e nada fazem. Depois porque quase sempre são menores de idade em idade escolar, não há quase consequeências. Eu acho que deveriam começar a existir consequências como ser transferido de escola (e não a criança atacada, como sucede hoje) e reprovar. Cada situação reprovava logo e tinha de repetir o ano. Os pais por mais abrutalhados que sejam, certamente não iam achar muita piada a ter um filho de reprova constantemente, e metiam-no na linha num instante.
Exatamente, discordo de recorrer à violência pois em casos como os referidos (de haver um grupo contra apenas um) mostrar algum acto de violência poderá acabar mal para a vítima e como tal acredito que criar maneiras de castigar/punir quem pratica o bullying é de longe das melhores maneiras que poderá fazer com que os números caiam. Porque normalmente é sempre a vítima que acaba por sair da escola e tem que atrasar a sua vida por cause algo que nunca deveria ter acontecido. Contudo relembrar que o bullying não é apenas físico, eu próprio (por fruto da imaturidade e estupidez da idade) já pratiquei bullying sem recorrer à violência, gozar, discriminar e isolar pessoas por certos comportamentos e personalidades que sejam “mais” diferentes do considerado “normal” pode e mexe muito com as pessoas em causa e anos mais tarde é que me apercebi disso…
Transferir de escola, se bem me lembro, só fortalecia o status de “bad boy”.
Entendo os pontos de vista mas temos de ser realistas e assumir que o assunto do bullying e de as crianças serem altamente cruéis é extremamente complexo. Se não o fosse haveria já, certamente, uma solução consensual.
Depende de inúmeros fatores e acredito que em alguns casos uma conversa séria seja suficiente e que noutros uma valente sova seja o único “remédio”. Dito isto e olhando para qualquer um caso prático nem eu nem ninguém saberá qual aplicar de forma eficaz. Acredito que começar por tentar a conversa seja sempre a melhor opção mas lá está, a vítima não deve conversas a ninguém, muito menos quando não surtem qualquer efeito.
Conclusão: é complicado 😀
A “conversa séria” normalmente não resolve, o que sucede a seguir são represálias por ter denunciado o bullying. Ser mudado de escola acarreta chatices, pois se calhar estava numa escola a 500m de casa e vai passar a estar a 3km. E se reprovar logo o ano, ainda mais chatices. Aqui o objetivo também passa por pressionar os pais a manterem o menor sob controlo, pois há imensos pais que simplesmente ignoram ou até incentivam esse tipo de atitudes dos filhos, normalmente pais que também o fizeram.
«Depende de inúmeros fatores e acredito que em alguns casos uma conversa séria seja suficiente»
Estas tu com o teu filho com os olhos inchados e a sangrar do nariz ou com hematomas, numa sala a conversar com um Bullying.
Boa pai! Daqui a pedaços estão os dois a se abraçar e quem praticou tais actos a rir-se da barbaridade, futilidade que fazem aumentar ainda mais o seu ego.
Boa Hugo! É assim mesmo! E para os restantes que falam de ataque em Grupo, sim têm razão. Nesse caso, existe a opção de forma mágica de apanhar 1 por 1 na rua, mas dar tempo ao tempo e não fazer tudo de uma vez.
Não é recorrer a violência, é tratar os valentões e quem pratica o Bullying da maneira correta, o assunto fica logo tratado assim que apanham uma valente sova, garanto-te.
Não, tu é que estás certo LOL
Tua espancavas os bullys do teu filhos, os pais dele espancavam-te a ti, os teus pais a eles e por aí diante até se extinguir a raça humana LOLOL dente por dente
Não podes tomar as dores dos outros nestes assuntos, já basta quando nos toca e ficamos a ferver com isso.
Apanhas um por um até ao dia em que és tu o apanhado. Evitar a violência é mais vezes sinal de inteligência do que cobardia.
Os jovens vitimas de bullying deviam de processar o estado por não os proteger, na escola parece ser o unico sitio onde não há lei.
Onde não há lei? Está a decorrer, neste momento, um caso onde a que fez bullying está a correr o risco de uma pena de 25 anos. Tudo bem que era violência extrema, por ser sexual, mas até acho a pena pesada demais.
E os outros muitos casos que os bullies sairam impunes enquanto as vitimas ainda sofrem hoje maselas? pois… o estado tem que ser obrigado a proteger os miudos ou paga bem, é como os abusos da igreja.
Os pais sim. Pois deixam os filhos à guarda do Estado que não cumpre as suas responsabilidades de manter as crianças seguras.
Há bullying físico e depois há o bullying pscicológico que é ouvir “porcaria” o dia inteiro. imaginem um “preto” na escola ter de ouvir piadas racistas de professores com 50 ou mais anos quando vai á casa de banho e pass apela sala de professores e estes estão a rir à gargalhadacom uma piada/anedota racista.
Quem diz “pretos”, diz “homossexuais” ou qualquer outra “minoria” sujeita a piadas e anedotas por malta com mais de 55 anos vá… Os putos vêm isto em casae depois fazem o memso na escola aos colegas. Sempre foi assim, o exemplo (ou falta dele) começa em casa.
Então? Afinal o blullying já não é assim tão mau,porque se bullyinh psicológico inclui piadas racistas e homofóbicas então isso de bullying NÃO EXISTE para a sociedade tuga e sim, não somos um país racista nem homofóbico. Ai de quem que diga o contrário pelos canais oficiais.
Nem sempre é em casa. O que não falta por aí são pais exemplares e os filhos são as maiores bestas. Não podemos culpar os pais de tudo. Há pessoas que realmente têm a maldade dentro delas. O problema é que como não há consequências, o incentivo é para manter as atitudes.
Amén!! Reza o Pai Nosso que a maldade vai embora…
hoje em dia o bullying é diferente do antigamente é controlado por associações de pais e dirigentes de escolas, com misturas de objectivos, e o que sai para fora é uma verdade ou mentira bem controlada e ensaiada. A escola pública já não é uma instituição credível e de boas práticas, não passa de uma gang com muita fome de vantagens. dito por um professor com muita experiência “Hoje em dia um MUITO BOM ALUNO NÃO PRECISA DE ESTUDAR” e o mau aluno é o vítima do sistema corrupto em que vivemos.
Sempre foi, os diretores das escolas sempre encobriram, e continuam a fazê-lo. Infelizmente muitos daqueles que dirigem escolas públicas não estão lá por competência mas pelo tacho. E para evitar confusão, empurram para debaixo do tapete. E ainda para mais as escolas pouco podem fazer.
Muita conversa e a resposta é somente, a dimensão é demasiada, basta 1 caso, já é demais.
e n adianta suspender os meninos, é preciso ir à causa, os papás relaxados que põem os me I os frente ao ecrã pra poder beber umas jolas entre outras coisas.
Educar é fdd, só é fácil qnd se faz tal cm diz a letra da Chuva Dissolvente.
Tudo o resto é conversa da treta , falsas desculpas
Bullying é um tema complicado.
Por um lado condenamos o bullying por causa do dano fisico e pesicolgógico que causa nas vitimas. Por outro lado a malta queixa-se que se criam “safe places”, culturas woke em que não se pode ofender ninguém nem com piadas racistas ou sexistas, etc..
No meio disto tudo acho que o maior problema está no cyberbullying, isto é, antigamente uma pessoas era vitima de bullying e, no limite, isso ficava na memória das pessoas. Hoje em dia fica gravado ad-eternum na internet porque algumas bestas decidem gravar e colocar online. Acho que é aqui que o maior problema reside – não no bullying em si mas no facto de as coisas agora ficarem gravadas para a posteridade.
Fico chocado quando se vê moças que partilham fotos privadas e depois vêem essas fotos espalhadas para todos verem. Isto antigamente era bullying com boatos, agora são imagens e videos que vão durar uma eternidade e sabe-se lá a que mão vão parar.
O bullying em si só desaparece numa sociedade perfeita em que ninguém ofende ninguém. O bullying pode ser minimizado com uma boa educação e consequencias; no entanto não será erradicado enquanto existirem pessoas a lidar com pessoas. O problema nem sempre começa em casa (quantos filhos de mais fantasticos não são bullyies e os pais não fazem a minima ideia? – os vossos pais sabem tudo o que faziam quando eram miudos? claro que não).
Quanto às escolas.. elas são apenas mais um local onde um jovem sofre bullying. Agora com a internet, nem é preciso sair de casa para ser vitima de bullying. Além disso, se o bullying é feito fora da escola, a escola vai responsabilizar o bullie? “há mas são ambos alunos da mesma escola” – porreiro, mas se for cyberbullying, até podem estar em cidades diferentes. Vamos incorporar medidas criminais a menores? e se for algo em grupo? Por exemplo, uma imagem privada partilhada num grupo online, quem é o culpado? Quem partilha ou quem se riu e participou na humilhação?
por isso, de novo, o tema é complexo e, curiosamente, toca num outro tópico que muitos também são contra – a cultura de cancelamento, monitorização de discurso de ódio, safe-places, etc… que, na pratica, é eliminar bullies (e, vamos ser sérios, humuristas que “gozam com quem trabalha” são bullies mas nós rimos também porque não somos as vitimas directas”