Lembra-se do incrível projeto da Arábia Saudita, The Line? Está a transformar-se num desastre
Foi apresentada como uma ideia simplesmente incrível e com uma aura de ficção científica. O projeto contemplava uma cidade incrível, Neom e uma linha de construção de 170 km, ladeada por muros de vidro, onde no meio estará a mais sofisticada civilização do planeta. Mais de 5 anos após o início das obras, a ambiciosa construção da Arábia Saudita transformou-se numa confusão de proporções sem precedentes.
The Line: a linha torta pelo deserto da Arábia Saudita
Os sonhos megalómanos da família real saudita de construir uma gigantesca cidade do futuro no meio do deserto estão a enfrentar um duro choque com a realidade.
Os planos da Arábia Saudita para Neom, o projeto futurista, um delírio que inclui um enorme resort à beira-mar, uma segunda estância de esqui nas montanhas e uma dupla de arranha-céus com 487 metros de altura e até 170 quilómetros de extensão chamada The Line, estão a enfrentar graves problemas financeiros.
Segundo o Wall Street Journal, as estimativas de investimento para construir Neom até ao seu “estado final” em 2080 dispararam para 8,8 biliões de dólares, mais de 25 vezes o orçamento anual do reino.
Para piorar, uma auditoria analisada pelo jornal revelou que os responsáveis pelo projeto estavam a manipular os números para esconder o aumento astronómico dos custos. O relatório aponta “evidências de manipulação deliberada” das finanças por parte de “certos membros da administração”.
Um sonho do príncipe Mohammed bin Salman
Este é um novo e arrasador desenvolvimento que evidencia os objetivos grandiosos e irrealistas estabelecidos pelo principal defensor de Neom, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
Ainda de acordo com o WSJ, os responsáveis estão também a tentar proteger o príncipe da dura realidade. Por exemplo, para fazer parecer que a estância de esqui de Neom teria um retorno financeiro alinhado com expectativas irrealistas, os responsáveis inflacionaram os preços projetados para a estadia.
Um quarto num “hotel boutique de caminhada”, antes avaliado em 489 dólares, passou para 1.866 dólares. Um acampamento de luxo subiu de 216 para 794 dólares por noite.
Estas alterações foram, alegadamente, apoiadas por consultores da McKinsey, contratados para o projeto.
Além disso, houve tentativas de ocultar a manipulação dos custos. Um e-mail revelou que Antoni Vives, responsável pelo resort costeiro de Neom, Sindalah, disse aos consultores que “não devemos mencionar proativamente os custos de forma alguma” antes de uma reunião-chave, segundo o WSJ.
O custo de The Line, em particular, disparou. O plano inicial era que o arranha-céus atravessasse 160 quilómetros do deserto, mas isso parece cada vez mais improvável. Mesmo a primeira secção do projeto foi reduzida de 16 para apenas 2,4 quilómetros na próxima década.
Foram sugeridas reduções na altura dos arranha-céus, de 487 para cerca de 305 metros, para poupar custos, mas o príncipe Mohammed bin Salman opôs-se fortemente.
Ainda assim, o objetivo atual é inaugurar a primeira metade da primeira secção do projeto até 2034.
Vamos começar a construção vertical — esperamos — no final deste ano.
Disse Denis Hickey, responsável pelo desenvolvimento de The Line, no Fórum Económico Mundial deste ano, citado pelo WSJ.
Já morreram milhares de trabalhadores nesta obra
Resumindo, o projeto Neom parece ter-se tornado num desastre sem precedentes. Até a liderança está em risco. O antigo CEO de Neom, Nadhmi al-Nasr, demitiu-se em novembro, semanas depois de um documentário ter denunciado a morte de dezenas de milhares de trabalhadores estrangeiros na construção da cidade.
Atualmente, Sindalah continua, em grande parte, por terminar, apesar de os responsáveis sauditas terem organizado uma luxuosa festa de lançamento de 45 milhões de dólares em outubro. O evento contou com a presença de celebridades como o ator Will Smith e o ex-jogador de futebol americano Tom Brady.
Mas o campo de golfe e os hotéis do resort continuam fechados ao público, quatro meses depois.
Entretanto, a consultora McKinsey continua a lucrar. De acordo com o WSJ, a empresa ganha mais de 130 milhões de dólares por ano pelos seus serviços. No entanto, um porta-voz negou que a empresa “tenha estado envolvida na manipulação dos relatórios financeiros”.
Já passaram 5 anos desde o começo das obras ?? Como o tempo passa depressa.
Quase tanto tempo como as obras do túnel do Grilo!
😛
Se dirigissem esse dinheiro para acabar a fome e as guerras por esse mundo fora, era uma coisa mais realista. Assim é só sonhos irrealistas em cima de sonhos irrealistas. É o que faz ter dinheiro demais.
Podes injeta dinheiro e acabar com a fome durante um tempo, mas é mandar dinheiro ao ar…
Muitos dos países de fome, tem terras férteis, é preciso é dar as ferramentas certas. Mas isso não interessa a muita gente, inclusive quem governa esses países.
Os governantes desses países é que deviam em vez de andar a guardar milhões em cofres pelas Caimão, Suiça etc investir no seu país, mas preferem deixar os seu conterrâneos a fome.
Estavas a ir bem, depois não tiveste coragem para acabar.
Faltou dizeres que os governantes desses países, preferem as negociatas com os países do ocidente, para que estes tenham acesso aos recursos, em vez de ajudarem os povos.
Queres um exemplo? A Galp descobriu o poço de petróleo na Namíbia, certo?
Quanto valorizou a Galp? Muitos milhões.
Quanto dinheiro chegou ao povo? Zero.
Abre os olhos, o nosso conforto aqui no ocidente, não é apenas à nossa custa.
A culpa é das politicas do governo da Namíbia, não da Galp.
Não faltam exemplos de paises que estão riquíssimos devido aos poços de petroleo.
Isso é o mesmo dos “acordos de Paris” e “acordos de Osaka”, sobre cortar 70%, na poluição, do mundo, ao mesmo tempo, darem 980000 milhões, de dólares, para os carros eléctricos e colocarem 85%, das quotas, de emissões poluentes, em países, que usam 0,000001%, do valor, que lhes foi atribuído.
Em troca, os países, que vendem a ideia do “estamos a cortar 99,999999% na poluição, com investimentos de 400000 milhões, na produção de energia, redução, de indústrias poluentes e carros eléctricos”. Ao final, dos anos, descobrem-se que 75%, do valor, foi usado, para comprar, quotas, dos países (africanos, América do sul e central e Ásia ocidental), validando que cumprem, os acordos. 99,9%, desse dinheiro, vai parar, a consultoras internacionais, o restante vai parar, aos governos locais.
@Eu não podes culpar a Galp por isso. A Galp é uma empresa privada com o único objetivo de maximizar os lucros, eles estão a fazer apenas o trabalho deles.
Culpa, sim, os governantes da Namíbia, esses, sim, permitem que a Galp explore ao desbarato esses poços de petróleo.
A Galp não existe para fazer solidariedade, se o povo da Namíbia permite ser explorado que querias que a Galp fizesse?
Parece horrível o que estou a dizer, mas é assim que funciona o mundo.
Um país com pés e cabeça e com livres fortes nunca iria permitir isso, das duas uma: ou exploravam eles e ficavam com o lucro todo ou davam o espaço para ser explorado por outros, mas com garantias de retorno de milhões para o país.
Olha que lógica! Estupenda! “Eles estão só a maximizar os lucros” nada que interfira com o resto. Ação perfeitamente inócua para terceiros e para a natureza. Se a galp vivesse numa bolha tudo bem, mas não. Até parece que o maximizar de lucros, esse cancro mental, não os leva a interferir com governos, a desapropriar terras de povos que sempre lá moraram, a destruir florestas para “drillar”, etc, etc. Olha que lógica mais gira! É o mesmo que dizeres que o Trump só quer o melhor para a América em proveito de todos os outros povos também. Olha a inocência! Esse discurso já não é não entender é mesmo não querer ver, e aí já são outros quinhentos…
Em primeiro lugar o dinheiro pode dar de comer a muita gente mas não “mata a fome”, aliás o problema da fome no mundo não se resolve com dinheiro.
Em segundo o dinheiro nunca serviu para acabar com as guerras.
Lol queridos, o dinheiro não existe, é tudo virtual, é só o principe dizer que que precisa de não sei quanto biliões e eles fazem o dinheiro aparecer do nada. Por isso, o projeto vai para a frente, agora as más noticias é que não podem vir ao de cima.
Isso é o dinheiro Fiat (na virgem), que não é lastreado aos recursos naturais (ouro, petróleo). Por isso, não tem qualquer valor intrínseco, são só 0s e 1s.
Mas quem é que vai ocupar esse resort de 170km? Sauditas? Turistas?
Aqui na minha terra de celorico também temos uma linha igual e não custa nada desses milhoes, ate temos tecnologia mais avancada que o meu primo Tobias é da Meo e instalou umas antenas potentes
Tecnologia avançada, pontes históricas e vegetação natural 🙂
Quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão. No dia em que os sauditas acordarem sem o guito fácil do petróleo ninguém vai querer estar na pele dele. A solução é pisgar-se na véspera para a Florida.
“O antigo CEO de Neom, Nadhmi al-Nasr, demitiu-se em novembro, semanas depois de um documentário ter denunciado a morte de dezenas de milhares de trabalhadores estrangeiros na construção da cidade.”
!!!
Mas é uma obra ou uma zona de guerra!?
Por lá, se morrerem 500 trabalhadores, por falta de segurança, numa semana, é uma boa semana, de trabalho. Turnos de 18 horas, prazos de semanas, para ter tudo pronto, usando 190000 trabalhadores, sem qualquer formação, é prática comum.
Vários edifícios (do Dubai e Emiratos Árabes Unidos) foram construídos com 165000 mortos. Boa parte, dos corpos, não foram recuperados. Caíram ao fosso? Registar como mortos, contratar 100%, a mais, para os substituir. Siga, que é preciso ter tudo feito.
Vou considerar 5 anos e 10.000 mortes ao longo desse tempo. Isso dá um valor diário de mortes de pelo menos 5 pessoas. É um número impressionante para satisfazer caprichos.
Se calhar nao arranjaram escravos suficientes
Viver num corredor?
Passo.
Em portugal esta com 50 anos de atraso e projectos .
Isso parece as invenções que o meu filho faz no Minecraft.
Em vez de águas de bacalhao fica em águas Salman…
Utopia por Utopia que tal um governo verdadeiramente socialista; em que a produção fosse controlada por quem a produz? Mais justiça, mais igualdade, sem desprimor pelas diferenças? Ficava muito mais barato e seria mais “eco-friendly”, e de muito melhor implementação…sem necessidade de extravagâncias duvidosas. Estes projetos faraónicos são sempre de levantar a sobrancelha, não será propriamente que os mega bilionários vão abrir mão generosamente dos roubos que fizeram, à natureza é aos trabalhadores assim porque sim…
Os sauditas quando lêem na imprensa internacional que Portugal tenciona investir num aeroporto de Lisboa e alguns kms de ferrovia, também devem considerar um projeto megalómano.
Ainda nenhum começou objetivamente no terreno, pois na prática nem se sabe ainda em que terreno vai ser, e ambos aparentemente já custaram rios de dinheiro e décadas em estudos diversos. Não é de excêntricos??