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Huawei Portugal e Universidade Autónoma de Lisboa estabelecem parceria

                                    
                                

Autor: Pplware


  1. Ivo says:

    À luz do recente Protocolo de Cooperação assinado entre a Huawei Portugal e a Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), que visa promover a colaboração em áreas estratégicas como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), importa recordar o contexto político e regulatório em que esta parceria se insere.

    Nos últimos anos, o Governo português foi pioneiro, dentro da União Europeia, ao adotar uma posição restritiva face à participação da Huawei em infraestruturas críticas, nomeadamente nas redes 5G, invocando razões de “Segurança Nacional”. Esta decisão, alinhada com recomendações europeias e pressões diretas do governo Americano, resultou na exclusão da Huawei e de outras empresas chinesas do fornecimento de equipamentos para as redes nacionais de 5G. O fundamento apresentado foi o “alto risco” associado a fornecedores de fora da UE, NATO ou OCDE, cujos países de origem possam exercer controlo ou influência sobre as suas operações.

    A legislação nacional em matéria de cibersegurança prevê, inclusive, que o membro do Governo responsável por esta área pode determinar restrições ou mesmo a cessação de utilização de equipamentos e serviços considerados de elevado risco, sempre sob o pretexto da proteção do ciberespaço de interesse nacional. Esta abordagem já foi aplicada ao setor das telecomunicações e, tendo em conta o precedente criado, é expectável que, mais cedo ou mais tarde, o mesmo argumento de “Segurança Nacional” possa ser invocado para terminar ou restringir protocolos de cooperação académica e científica que envolvam a Huawei.

    Neste contexto, não surpreenderia que, à semelhança do que ocorreu com as redes 5G, o Governo venha a aplicar o mesmo critério restritivo a parcerias institucionais, independentemente dos benefícios que estas possam trazer para a formação de talento e para o ecossistema tecnológico nacional. Tal cenário reforçaria a tendência de isolamento de empresas tecnológicas chinesas na Europa, com consequências não só económicas e académicas, mas também para a diversidade e qualidade da oferta tecnológica em Portugal.

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