Huawei Portugal e Universidade Autónoma de Lisboa estabelecem parceria
A Huawei Portugal e a CEU/Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) assinaram um Protocolo de Cooperação que visa promover a colaboração nas áreas da educação, ensino, investigação e integração da aprendizagem académica com as atividades profissionais, com especial foco nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
A Huawei continuará a estabelecer parcerias de cooperação com instituições relevantes
Este acordo marca o início de uma parceria estratégica que procurará beneficiar mutuamente ambas as instituições, bem como os estudantes e o ecossistema tecnológico português. Esta colaboração abrangerá áreas cruciais para o futuro, como as telecomunicações, inteligência artificial e cibersegurança.
O Protocolo prevê a partilha de conhecimentos e competências, a organização de iniciativas académicas que permitirão aos estudantes da UAL serem considerados para programas de desenvolvimento de talentos da Huawei, e a promoção de eventos como seminários, workshops e conferências, para fomentar a aprendizagem e a investigação/inovação.
Para Wu Hao, Country Manager da Huawei Portugal, através desta parceria...
abrimos a porta para novas colaborações e reforçamos o nosso compromisso com o desenvolvimento do talento local. A Huawei Portugal é uma empresa portuguesa, feita por talentos portugueses.
Por sua vez, a Universidade Autónoma de Lisboa, através do Professor Doutor Mário Marques da Silva, sublinhou o espírito de construção de pontes que esta parceria encarna:
É com enorme satisfação e sentido de responsabilidade que hoje celebramos a assinatura deste Protocolo de Cooperação entre a Universidade Autónoma de Lisboa e a Huawei Portugal — uma parceria que honra o passado, constrói o presente e projeta o futuro.
Ao colaborar com uma empresa de referência global como a Huawei, a Universidade Autónoma de Lisboa reafirma a sua missão de ser um espaço aberto ao mundo, um ponto de encontro entre a tradição e a vanguarda, entre o local e o global, e entre a teoria e a aplicação
Ambas as partes expressaram o desejo de que esta colaboração seja frutífera, duradoura e inspiradora, contribuindo para um mundo mais inteligente, mais conectado e mais humano.
A Huawei continuará a estabelecer parcerias de cooperação com instituições relevantes do sistema de ensino superior português, com especial foco nas TIC, assim contribuindo para a aquisição de competências-chave para o futuro por parte dos estudantes destas instituições.
À luz do recente Protocolo de Cooperação assinado entre a Huawei Portugal e a Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), que visa promover a colaboração em áreas estratégicas como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), importa recordar o contexto político e regulatório em que esta parceria se insere.
Nos últimos anos, o Governo português foi pioneiro, dentro da União Europeia, ao adotar uma posição restritiva face à participação da Huawei em infraestruturas críticas, nomeadamente nas redes 5G, invocando razões de “Segurança Nacional”. Esta decisão, alinhada com recomendações europeias e pressões diretas do governo Americano, resultou na exclusão da Huawei e de outras empresas chinesas do fornecimento de equipamentos para as redes nacionais de 5G. O fundamento apresentado foi o “alto risco” associado a fornecedores de fora da UE, NATO ou OCDE, cujos países de origem possam exercer controlo ou influência sobre as suas operações.
A legislação nacional em matéria de cibersegurança prevê, inclusive, que o membro do Governo responsável por esta área pode determinar restrições ou mesmo a cessação de utilização de equipamentos e serviços considerados de elevado risco, sempre sob o pretexto da proteção do ciberespaço de interesse nacional. Esta abordagem já foi aplicada ao setor das telecomunicações e, tendo em conta o precedente criado, é expectável que, mais cedo ou mais tarde, o mesmo argumento de “Segurança Nacional” possa ser invocado para terminar ou restringir protocolos de cooperação académica e científica que envolvam a Huawei.
Neste contexto, não surpreenderia que, à semelhança do que ocorreu com as redes 5G, o Governo venha a aplicar o mesmo critério restritivo a parcerias institucionais, independentemente dos benefícios que estas possam trazer para a formação de talento e para o ecossistema tecnológico nacional. Tal cenário reforçaria a tendência de isolamento de empresas tecnológicas chinesas na Europa, com consequências não só económicas e académicas, mas também para a diversidade e qualidade da oferta tecnológica em Portugal.