Bezos “proíbe” Washington Post de manifestar apoio à eleição de Kamala Harris
Com o aproximar das eleições presidenciais norte-americanas, aumentam as polémicas. Agora foi o histórico jornal Washington Post, responsável pela divulgação de escândalos como o Watergate, a abster-se de indicar o seu candidato preferido, quando já estava tudo pronto para o apoio a Kamala Harris, Mas o dono, Jeff Bezos, teve outras ideias...
Uma "guerra" de redações à boca das urnas
Nos bastidores das eleições presidenciais dos Estados Unidos, onde cada apoio e cada crítica podem influenciar o rumo da corrida, Jeff Bezos, fundador da Amazon e proprietário do jornal Washington Post, terá dado uma ordem clara: o jornal não deve manifestar apoio à vice-presidente Kamala Harris. Horas depois deste anúncio, executivos da empresa espacial Blue Origin (propriedade de Bezos) reuniam-se com Trump no Texas...
Embora o Washington Post tenha mantido uma postura editorial crítica em relação a Donald Trump no passado, esta decisão levanta questões sobre a influência de Bezos nas políticas editoriais do jornal e o impacto disso na integridade jornalística da publicação.
Uma das razões especuladas para a recusa em permitir apoio explícito a Kamala Harris estaria ligada ao receio de represálias por parte de Donald Trump, que já criticou severamente o bilionário no passado.
Durante a sua presidência, Trump atacou publicamente Bezos e a Amazon, acusando a gigante tecnológica de práticas injustas e de prejudicar o comércio tradicional. Trump também afirmou que o Washington Post era um “lobby de relações públicas” para os interesses do bilionário, insinuando que o jornal estava a ser usado para promover a agenda pessoal do seu dono.
Esse histórico de tensões pode ter criado receios em Bezos de que, ao apoiar Kamala Harris e a administração Biden, o jornal poderia voltar a ser alvo de uma retaliação feroz, caso Trump seja eleito em 2024.
Além disso, um novo embate com Trump poderia representar não apenas uma guerra mediática, mas também potenciais ameaças aos interesses comerciais da empresa.
Com o poder económico e a influência política que a Amazon representa, o risco de futuras políticas ou medidas regulatórias que visem a empresa e os seus negócios poderia ser elevado, especialmente sob um governo Trump que já demonstrou hostilidade em relação ao fundador da Amazon.
Imparcialidade e liberdade editorial
A decisão de Bezos de limitar o apoio a Kamala Harris suscita questões sérias sobre a independência editorial do Washington Post. O jornal, que tem uma longa tradição de jornalismo de investigação e uma reputação sólida de liberdade editorial, pode enfrentar críticas quanto à sua capacidade de operar sem interferências dos seus proprietários.
Se a linha editorial do Washington Post é moldada por considerações pessoais e comerciais de Bezos, o jornal pode ver a sua credibilidade posta em causa, tanto pelos leitores como pela comunidade jornalística.
Este episódio também sublinha os desafios que muitos órgãos de comunicação enfrentam quando são adquiridos por bilionários e grandes empresas. Embora a propriedade privada de um jornal não seja nova, o crescente envolvimento de indivíduos com vastas redes de negócios globais torna cada vez mais complexa a separação entre os interesses comerciais dos proprietários e o jornalismo independente. Em casos como este, o público pode questionar se a linha editorial do jornal serve a verdade e os leitores ou os interesses económicos dos seus donos.
A relevância do Washington Post
O Washington Post, como um dos principais jornais dos Estados Unidos, possui um peso significativo na formação da opinião pública. O seu apoio, ou a sua crítica, pode influenciar os eleitores e ajudar a moldar a narrativa das campanhas.
A decisão de restringir o apoio explícito a Kamala Harris poderá afetar a perceção do público sobre a vice-presidente, uma figura polarizadora, mas fundamental na administração Biden e possivelmente uma figura central na campanha de 2024.
Além disso, a ausência de um apoio direto a Kamala Harris poderá também beneficiar indiretamente Donald Trump, ao privar Harris de uma defesa vigorosa que poderia ser publicada pelo jornal. Esta estratégia de neutralidade forçada pode sugerir uma tentativa de evitar conflito com o ex-presidente e, ao mesmo tempo, de preservar a possibilidade de dialogar com uma administração Trump caso este retorne ao poder.
Esta escolha poderá ter um preço em termos de credibilidade e de confiança do público no Washington Post, um dos pilares do jornalismo independente nos Estados Unidos.
Tenho para mim que a mídia, seria o 4º Poder. Um exemplo que aconteceu a muitos anos aqui em minha cidade, foi assim. O ex-prefeito (hoje falecido), era dono das 2 radios e dos 3 jornais da cidade. Tinha-se uma parte do jornal dedicada ao que se chamava “Tamo na Roça” que era um espaço reservado para os leitores enviarem tudo que havia de ruim/errado na cidade e que a prefeitura não corrigia. Bem, passado os anos, esse que era ex-prefeito virou prefeito novamente, e acredite se quiser, o espaço reservado para a matéria “Tamo na Roça” foi encerrado.
É como vc falar a verdade, mas do jeito que você quer e quando você quer.
Era de facto, o 4º poder antes do advento da internet e das plataformas sociais. Actualmente, a influência e a capacidade de “moldar” a realidade e os factos que os media tinham diluiu-se bastante a ponto de o 1º, 2º, 3º e – o mais importante deles todos, o poder que “influencia” esses poderes estão a tratar com a desculpa das fake news – como se fossem um exclusivo das redes sociais – amordaçar essas plataformas de transmissão de ideias, noticias e relatos de acontecimentos pelo comum dos cidadãos com o intuito de retomar o controle da narrativa. Como se fossemos todos uns idiotas influenciáveis que não tem capacidade de análise critica para saber diferenciar factos de bosta, venha ele de onde vier…
O que mais adoro na América é a transparência dos meios de comunicação social pois sabemos quais são os de direita e esquerda pois eles próprios assumem isso.
Mesmo que o Bezos proíba sabemos na mesma que o Washington Post é de esquerda.
Há uma coisa que muda alguma coisa nas coisas.
A decisão não foi de não apoiar Kamala Harris neste ciclo eleitoral – foi de não apoiar qualquer candidato presidencial nestas eleições e nas seguintes. Ficou claro que a decisão foi de Bezos.
Bezos, o 2º mais rico do mundo, teve medo de ficar do outro lado, como inimigo de Trump se for eleito? É possível, tendo em conta que, se assim for, Musk, o mais rico do mundo, tem garantido um lugar proeminente na administração de Trump, como conselheiro não se sabe ainda bem do quê, mas que envolverá grandes áreas de negócios.
Desta vez, concordo contigo. E quem acima disse que os média são o 4 poder, errado, são o primeiro. Hoje em dia em declínio, mas serão sempre a principal fonte para manipular massas. Eu queria dizer informar massas mas isso está na rua da amargura. Mesmo em declínio, estará sempre suportado pelo Estado, independentemente da orientação ideológica de quem lá esteja.
Exacto, imparcialidade e liberdade editorial é ter lado e criticar um lado e escolher um angulo de exposição de factos de forma tendenciosa temperados com “diz que disse”. É mesmo sobre isso o jornalismo. A este fenómeno quando identificado até há pouco tempo chamava-se propaganda, aliás um livrinho russo de capa vermelha que explica isto lindamente. Mas para quem usa o chatgpt de “motor de pesquisa” isto nunca vai aparecer na frente. Ai o mê Bitó
O jornalismo é uma das profissões com menos credibilidade – basta ver as sondagens da Gallup e outras.- o que não admira a maior parte são a”activistas” disfarçados de jornalistas, mas pior que isso ´gritante falta de conhecimentos gerais sobre o mundo que têm, demonstrando a sua falta de interesse por tudo o que não é politizado ou fora do perimetro urbano.
Muito mal têm feito as escolas e cursos de jornalismo ao jornalismo.
Muitos saem do ensino superior muito ingénuos, muitos diferentes da minha geração e provavelmente da tua que com 20 anos já éramos homens de barba rija, muito virgens na vida. Depois o Monstro editorial, é que vai definir o que os meninos devem procurar publicar e exagerar até não haver mais amanhã.
Como se o Washington Post ainda tivesse alguma credibilidade a defender.
Oras, poupem-me!
ele nao quer é os impostos sobre os lucros nao realizados!!!
Ele devia era vender o WP que deixou de ser um Jornal respeitável e admirado e passou a ser um pasquim ao nível do CM.
Xanax, o CM é provavelmente o mais independente jornal a circular em Portugal.
Fala mal de toda a gente e não tem medo e muito menos recebe ordens de políticos.
Só isso é uma vantagem enorme sobre os outros.
Pode é não gostar do estilo,mas isso é outra coisa
Agora independência, isso está lá e mais nenhum a tem.
Onde foram reveladas as escutas que o corrupto juiz queria eliminar sobre o Sócrates?
Pois é…
O bezzos sabe que se a kamala ganhar ele vai de xarola… LOL
A que corresponde, na tua, “ir de charola”?
Não é, antes, se Trump ganhar e fosse considerado inimigo, “Bezos ia de charola”?
Não, a kamala é que vai atrás dos milionários. O ir de xarola é porque o grande amigo da kamala, senador berniezito já anda atrás do bezos e dos abusos que ele faz aos trabalhadores com condições precárias e ameaças e depois a fuga aos impostos e tal, mais as idas ao espaço, ele sabe que tem o rabo preso.
Com o trump a vida destes milionários só melhora…
É verdade que Bernie Sanders “atormenta” Jeff Bezos há anos, por exemplo, quando comprou um iate de 500 milhões de dólares e recusava um aumento de 15 dólares aos trabalhadores da Amazon. Percebo a ideia, mas não me parece que Kamala Harris vá perseguir bilionários, até tem mais a contribuir para a campanha do que Trump.
Inclino-me mais para, por exemplo, recear que Trump se for eleito entregue os contratos espaciais todos à Space X, de Musk, deixando a sua Blue Origin de fora.
Direita: menos impostos para as empresas
Esquerda: mais impostos para empresas
Isso deve ser o que ele quer dizer.
No entanto quem faz crescer um país são as empresas e se as asfixiam em impostos a economia é que sofre e por sua vez o povo.
Estou estupefacto!!! Não fazia ideia que a media era parcial, nem que o Washington Post era de esquerda!
INCRÍVEL!!! :O
Não é revelar o fato, é emitir uma opinião, e o dono não tem ela, porque vai deixar seus jornalistas terem. Esse trem de liberdade editorial é só no jardim de infância.