Urina de gato, ovos podres, gasolina… o Espaço cheira assim tão mal?
Já imaginou como serão os cheiros que se encontram no Espaço? Não é inodoro como se pensava. Pelo contrário, o cosmos tem um verdadeiro catálogo de aromas – de amêndoas doces a ovos podres, passando por pólvora e gasolina. Cientistas e astronautas estão agora a revelar como os cheiros espaciais podem oferecer pistas sobre a composição dos planetas, luas e estrelas… e até sobre a possibilidade de vida extraterrestre.
Mundos extraterrestres têm perfume que dá vómitos
O Espaço está cheio de matéria que daria seguramente perfumes de fragrâncias estranhas, ou até especiais, mas, como não podemos ir lá cheirar, pelo menos por agora, temos a ideia do que lá existe, e de como isso cheira cá na Terra. Aliás, já se sabe ao que cheira a Lua. Mas, e como serão os outros lugares?
No planeta Júpiter, por exemplo, o cheiro começa como “maçapão venenosa” e termina num fedor infernal de urina de gato misturada com ovos estragados, devido à presença de gelo de amoníaco e sulfureto de amónio.
Há também indícios de moléculas orgânicas chamadas tolina, com odor a gasolina e alho.
A cientista e perfumista Marina Barcenilla recriou vários destes aromas espaciais para uma exposição no Museu de História Natural de Londres. O seu trabalho mistura ciência com arte, revelando como os cheiros dos corpos celestes nos podem aproximar da sua composição química.

Marina Barcenilla cria os cheiros do espaço no seu laboratório (Crédito: Mara Leite e Marina Barcenilla)
Espaço e cheiros de outros mundos
Na Estação Espacial Mir, a astronauta Helen Sharman recorda um cheiro metálico após caminhadas espaciais – semelhante a oficinas de serralharia ou carne queimada.
Lembrou-me de quando eu era criança e passava por uma oficina mecânica, sentia o cheiro da solda — aquele cheiro de metal no ar.
Disse Helen Sharman.
Este fenómeno poderá ser explicado pela oxidação causada pelo oxigénio atómico que se cola aos fatos e reage ao regressar ao interior.
Outra hipótese aponta para hidrocarbonetos aromáticos, libertados por estrelas em colapso.

Outros astronautas descreveram um cheiro semelhante ao de carne carbonizada, pólvora ou fiação elétrica queimada.
Estes compostos – que na Terra lembram plásticos queimados ou alcatrão – também são encontrados em nuvens interestelares.
A famosa nuvem molecular Sagitário B2, perto do centro da Via Láctea, contém elementos como etanol, metanol e etilenoglicol, que sugerem um aroma entre o licor, o verniz e o anticongelante.
Graças ao Telescópio Espacial James Webb, foi detetado dióxido de carbono na atmosfera do exoplaneta WASP-39 b e possíveis vestígios de vida em K2-18b, um mundo oceânico a 120 anos-luz, onde foi identificado sulfureto de dimetilo (DMS) – o mesmo composto que dá o cheiro característico ao mar. A presença de DMS e DMDS poderá ser sinal de organismos marinhos.

A Nebulosa do Anel, uma estrela moribunda, perde as suas camadas externas à medida que fica sem combustível. Quando uma estrela morre, liberta uma enorme quantidade de energia. Durante este processo, a estrela produz hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) – "moléculas em forma de tela de arame – que flutuam pelo Universo e contribuem para a criação de novos cometas, planetas e estrelas".
E Marte, a que cheira?
Mesmo sem sair da Terra, já é possível “cheirar Marte”. Barcenilla recriou um aroma com notas de ferrugem, poeira e humidade, evocando memórias antigas e familiares – como o cheiro de um velho sótão.
No entanto, o mais marcante continua a ser o cheiro da própria Terra. Sharman descreve com emoção o aroma de plantas esmagadas na estepe do Cazaquistão, quando regressou do espaço: “Era delicioso”.
Do aroma metálico das estrelas moribundas ao perfume doce de luas distantes, o universo tem mais em comum connosco do que imaginamos.
Afinal, cheirar o espaço é mais do que um exercício de curiosidade – é uma nova forma de compreender a vida e os mundos para além do nosso.
Vá, todos a tirar o capacete para a última snifadela…
É o que faz usarem exaustores nos foguetões. Andam a fazer panelada no espaço… Depois dá nisto
O PLANETA-H2 que chamam primitivamente e indevidamente de VÊNUS A DEUSA DO AMOR E DA BELEZA, quente 500 graus, lamacento borbulhante, e fedorento a enxofre:
Deve ser insuportável, em odores desagradáveis.
Decerto também deve ser responsável por esses odores, que os astronautas sentem.
Cheiro a queimado de Starships. Horrível!