Diretor-executivo do Spotify quer revolucionar a saúde através da “digitalização do corpo”
Com o objetivo de mudar os sistemas de saúde de reativos para proativos, o diretor-executivo do Spotify está a alargar a Neko Health. Esta clínica mapeia milhões de dados através da digitalização corporal e outras tecnologias.
"Da reação aos sintomas para a prevenção do aparecimento de doenças" é o mote da Neko Health, fundada pelo diretor-executivo do Spotify, em 2018, em parceria com Hjalmar Nilsonne.
Tendo em conta o crescimento do custo dos cuidados de saúde, num sistema global pautado pela reação às doenças, em vez da sua prevenção, a dupla procura criar um sistema que possa ajudar as pessoas a manterem-se saudáveis, por via de medidas preventivas e de deteção precoce.
Segundo Daniel Ek e Hjalmar Nilsonne, a prevenção é um dos princípios mais antigos da medicina, constando, inclusivamente, no conhecido Juramento de Hipócrates. No entanto, os cuidados de saúde preventivos não são a forma mais comum de medicina.
Na perspetiva da dupla, o problema reside na abordagem e no modelo de dados utilizado, atualmente, nos cuidados de saúde.
Normalmente, só vamos ao médico quando já estamos doentes.
Lê-se no website da Neko Health, que alerta que "esta abordagem reativa significa que não existe uma forma consistente de acompanhar a saúde e implementar medidas preventivas a tempo".
Mais do que isso, há alguns problemas a desmotivar a medicina preventiva:
- As ferramentas de que dispomos para os cuidados preventivos são muitas vezes demasiado morosas e dispendiosas, dificultando a sua adoção generalizada;
- Os médicos já estão sobrecarregados com uma elevada carga de pacientes, deixando pouco espaço para cuidados proativos.
Em consequência, o foco permanece no tratamento das doenças e não na sua prevenção.
Tecnologia no contexto da saúde preventiva
Inicialmente, a dupla Daniel Ek e Hjalmar Nilsonne pensou que seria verdadeiramente útil, para um utente, descarregar todos os seus dados de saúde em menos de um minuto, praticamente sem custos.
Apesar de a equipa ainda não ter chegado a esse patamar, admite estar a fazer progressos significativos.
Na Neko Health, atualmente, é possível capturar 15 GB de dados de saúde de alta qualidade a partir de um único exame, em menos de 15 minutos, "por um custo mínimo".
A clínica combina a digitalização corporal, sensores LiDAR e Inteligência Artificial com análises ao sangue, verificações da pressão ocular e testes de força.
Os resultados podem revelar sinais de alerta sobre a pele, coração, vasos sanguíneos e inflamação.
A caminhar em direção ao objetivo de tornar a prevenção numa realidade global, a clínica do diretor-executivo do Spotify tornou-se num fornecedor de serviços de saúde verticalmente integrado, desenvolvendo o seu próprio hardware e software, e erguendo os seus próprios centros de saúde.
Clínica está em expansão
Após lançarem a Neko, na Suécia, em 2023, a dupla de empresários começou a expansão do serviço, no ano passado, com um novo centro de saúde, em Marylebone, Londres.
Entretanto, agora, a segunda unidade londrina expande drasticamente a capacidade da empresa, que cobra cerca de 299 libras (cerca de 350 euros) por cada exame corporal.
Localizada no Spitalfields Market, o centro de saúde ocupa uma área de 7466 metros quadrados e promete uma capacidade de até 30.000 exames por ano.
De acordo com um porta-voz da empresa, à TNW, Londres foi "uma escolha estratégica" para a expansão internacional, pois "representa, de certa forma, o mercado global, oferecendo muito turismo de saúde e um espaço muito competitivo no que diz respeito aos cuidados de saúde privados".
Se conseguirmos entrar neste mercado, temos uma oportunidade de o fazer noutros locais. Além disso, Londres é um centro de saúde global, com instituições médicas e centros de investigação de classe mundial.
A Neko Health planeia abrir mais duas clínicas, em Londres, com outras cidades do Reino Unido na mira para aberturas ainda este ano.
Caso a expansão inclua, eventualmente, Portugal, considera que uma clínica focada na saúde preventiva, por via de digitalização corporal e outras tecnologias, teria sucesso por cá?
Giro e tal, mas neste momento só já peço que lancem de uma vez por todas o Spotify HiFi.
Mas aparentemente é mais fácil e simples scanear o corpo humano do que lançar álbuns com qualidade FLAC de 24bit..